Numa sociedade em que, infelizmente, o egoísmo e o descuido pelo próximo têm aumentado, precisamos encontrar caminhos para praticar o amor gratuito e a generosidade a exemplo de Jesus Cristo.
O zelo pelos enfermos e pelos idosos é uma forma de medir essa atitude cristã. Os líderes das nossas comunidades precisam descobrir as pessoas que mais necessitam de dedicação e cuidado.
Há muitos enfermos e idosos que ficam no desamparo. Às vezes, sentem falta da família à medida que falecem os parentes mais chegados. Outros são vítimas do descaso dos próprios familiares. Soma-se a isso a situação dos que permanecem sozinhos por longas horas, devido ao trabalho dos parentes fora de casa.
Além do sofrimento da própria enfermidade ou da idade avançada, um aspecto doloroso é o fechamento progressivo do círculo de amizades que vai, aos poucos, confinando a pessoa em seu pequeno mundo e, ali na solidão, outro aspecto que causa preocupação é a falta de disponibilidade econômica que impede um tratamento adequado da doença e vai acarretando, para o idoso, a modificação no nível de vida que possuía. A situação se agrava ainda mais quando a doença diminui as forças e requer tratamentos dispendiosos. Nessas condições abre-se a oportunidade para as lideranças de nossas comunidades de demonstrar aos doentes e idosos toda estima e apoio.
Nada conforta tanto a eles quanto sentir-se amados em seu lar e cercado de atenções e cuidados. Onde não for possível a presença da própria família, fica o apelo maior às comunidades cristãs e, especialmente, aos jovens para que se dediquem a eles.
Lembro-me, no início do meu sacerdócio, quando auxiliava como vigário em Florença, do grande bem que a comunidade jovem fazia a muitos idosos, levando-lhes ajuda material, lazer, atendimento fisioterápico e, sobretudo, muito afeto. Este gesto de atenção e carinho poderia se multiplicar em nossas comunidades.
Em todas estas expressões de fraternidade, o importante é contemplar Jesus Cristo, e aprender com Ele o amor que dedicava aos enfermos, procurando aliviar seus padecimentos, agraciando-os até com milagres e ensinando-os a confiar no Pai do Céu.
Temos que imitar o Divino Mestre e a solicitude materna de Maria e perceber a necessidade dos irmãos e irmãs que sofrem, oferecendo-lhes a presença amiga, a palavra que conforta, pequenos serviços e sabendo organizar grupos de jovens que se revezem no atendimento nos casos que exigem maiores cuidados.
Cuidando dos doentes e dos que sentem a limitação da idade, os jovens estarão descobrindo a alegria de amar com gratuidade e colocando a base de uma sociedade fundamentada no respeito e na estima à pessoa humana, conforme a Vontade de Deus. Não há maior alegria do que a de fazer bem ao próximo.
Dom Luciano M. de AlmeidaArcebispo de Mariana - MG
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