Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz!
Vamos
conhecer hoje um pouco mais sobre a sofrida e fascinante vida do Servo de Deus
Marcel Van.
Ele
entrou para a escola aos 7 anos de idade, mas, devido ao sistema de educação demasiadamente
severo, chegou a um estado de exaustão. Foi então confiado por sua mãe ao Padre
Joseph Nha, diretor da “Casa de Deus”, onde encontrou um ambiente de bebidas,
jogatinas, linguagem baixa e presença de meninas de vida duvidosa.
Neste
mesmo período, a tragédia atingiu sua casa. Enchentes destruíram algumas das
propriedades de sua família e, para piorar ainda mais as coisas, seu pai
desperdiçou o pouco que restava em jogos
e bebidas, deixando sua mãe, irmão e irmãs em situação de extrema pobreza.
Por
fim, Marcel fugiu e voltou para casa, mas, devido à pobreza que a família
estava passando, teve que ser reenvido para Huu-Bang. Dois meses mais tarde,
Van fugiu novamente e começou a viver como mendigo nas ruas. “Minha profissão”,
ele escreveu, “consistia em estender a mão para as pessoas que passavam...
Depois de uma semana nesta vida, eu estava irreconhecível. Minhas mãos e pés
estavam magros, minha pele curtida pelo sol e minhas bochechas ocas... Ainda assim, não achei esta vida de pobre vagabundo difícil em absoluto.
Pelo contrário, experimentei uma alegria tranquila em sofrer por Deus. Sabia
que, ao fugir, tinha evitado o pecado, eu tinha evitado o que entristece o
Coração de Deus”.
Uma
terrível tentação
Em
relação a este período, escreve: “Passei a considerar-me uma criatura
desprezível. O demônio fez esse pensamento se desenvolver em mim – se as
pessoas não podiam mais me suportar, como Deus poderia ainda me suportar? Vou
morrer em breve e vou ter que ir para o inferno”.
Como
sempre, Jesus e a Virgem Maria permaneceram sendo sua esperança, e recebia
conforto e paz através da oração do rosário. Um dia, abriu seu coração a um
padre, que o confortou com estas palavras: “De bom grado aceite todas essas
provações e ofereça-as ao Senhor. Se Deus lhe enviou a cruz, é um sinal de que
Ele o escolheu”.
Um
chamado de Deus
Graças
a um amigo, Van foi admitido no Seminário Menor em Lang-Son, em 1942. Seis meses
mais tarde, por falta de fundos, a instituição fechou suas portas, mas Van pôde
continuar seus estudos na Paróquia de Santa Teresa do Menino Jesus, em
Quang-Uyên, sob a direção de dois padres dominicanos. Ele desejava ardentemente
tornar-se santo, mas estava assustado com os severos sacrifícios que pensava
serem necessários. “Apesar do meu grande desejo de alcançar a santidade, eu
estava certo de que nunca iria conseguir porque, para ser um santo, você
precisa jejuar, flagelar-se com um chicote, usar uma pedra no pescoço e
pequenas cadeias cobertas com espinhos, uma camisa de crina grosseira, suportar
o frio, a sarna, etc... Meu Deus, se é assim, eu desisto... Tudo isso é demais
para mim”.
A manifestação de Santa Teresinha
do Menino Jesus – “A História de uma Alma”
Um
dia, Van espalhou numa mesa alguns livros sobre a vida de muitos santos. Fez então
uma oração, pedindo a Deus que o guiasse, prometendo que iria ler qualquer que
fosse o livro sobre o qual sua mão caísse. Então, com os olhos fechados,
colocou a mão de forma aleatória. “Abri meus olhos. Minha mão estava sobre um
livro que eu nunca tinha lido – A História de uma Alma, de Santa Teresa do
Menino Jesus. ”
Marcel
Van deu uma olhada rápida no livro, mas o colocou de lado, achando que não
continha nada de especial. Mas em seguida ele se reprovou, dizendo: “Ah, agindo
assim, você quebrou sua promessa!”. “Então peguei o livro de novo com minha
cabeça cheia de perguntas confusas – O que é essa História de uma Alma???
Quem é essa Santa Teresa do Menino Jesus??? De onde ela veio??? O certo é que
ela se parece com milhares de outros santos”.
Mais
tarde, ele percebeu o quanto estava errado. “Oh, minha querida irmã, você deve
ser necessariamente uma santa de muita coragem para aturar os julgamentos
errados que eu fiz de sua vida!”
De
acordo com o prometido, Van começou a ler o livro. Declara: “Eu mal tinha lido
algumas páginas quando duas inundações de lágrimas começaram a correr pelo meu
rosto... O que me comoveu tão profundamente foi o raciocínio da pequena Teresa:
‘Assim
como o sol brilha ao mesmo tempo sobre os cedros e sobre cada pequena flor como
se fosse o único na terra, da mesma forma Nosso Senhor cuida de cada alma como
se não houvesse nenhuma outra alma como ela’.”
Continua
Marcel Van: “Compreendi então que Deus é Amor... Como Santa Teresinha, eu posso
santificar-me através de todos os meus pequenos atos... Um sorriso, uma palavra
ou um olhar, contanto que tudo seja feito com amor. Que felicidade!... De
agora em diante, a santidade não mais irá me assustar... Minhas lágrimas
estavam jorrando como se fossem uma fonte inesgotável”.
À
medida que Marcel continuava a leitura, ele ia percebendo que “a história da
alma de Teresa é a história de minha alma...”
Na
manhã seguinte, Marcel ajoelhou-se diante do altar da Virgem Maria e Lhe pediu
que desse a ele esta Santa como guia no seu “pequeno caminho”.
Então,
voltando-se para Jesus, pediu-Lhe: “Dai-me Teresinha do Menino Jesus como guia,
para que ela possa ensinar-me a amar como eu preciso, já que sou muito
ignorante. Concedei-me também a graça de perseverar no Vosso amor até o fim,
para amar-Vos eternamente na pátria de amor reservada àqueles que Vos amam”.
Van se torna o irmãozinho
espiritual de Santa Teresa
Pouco
depois, ocorreu aquele episódio que nós vimos na semana passada, quando Santa
Teresinha se apresenta espiritualmente a Marcel, e começa a dirigi-lo segundo a
vontade de Deus.
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