quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

EM MARIA , O MAIS DOCE DOS ABANDONOS - LITURGIA DIÁRIA , 23 DE JANEIRO DE 2014


EM MARIA , O MAIS DOCE DOS ABANDONOS

A primeira e indispensável condição para que confiantemente nos possamos abandonar a um coração, é que este nos conheça e que compreenda as nossas dores. Se para ele fôssemos estranhos, se devêssemos sofrer ignorados e ocultos e nunca chegassem junto dele nossas angústias secretas, nossas inquietações e nossas lágrimas, como poderíamos eficazmente esperar consolo e alívio?

Ora, em Maria encontramos perfeitamente realizada esta condição indispensável. Pertencente por natureza aos degredados filhos de Eva, Ela conhece o pranto e a dor em todas as suas múltiplas variedades. O sofrimento foi-lhe sempre companheiro da vida; a pobreza, o abandono, o exílio, a viuvez, a dor suprema para um coração de mãe, isto é, a de ver assassinar cruelmente um filho amantíssimo, arrancaram-lhe do Coração profundos suspiros e dos olhos lhe fizeram correr lágrimas ardentes

A Ela podemos, portanto, recorrer com fé, pois não está acima nem longe de nós a ponto de não compreender as angústias que em certos momentos nos enchem o coração, esmagado sob o peso da tristeza e das desgraças. Pelo contrário, essas angústias, todas as nossas necessidades, Ela as conhece intimamente. O mesmo Deus que as manifesta a nosso Anjo da Guarda e talvez a nossos santos padroeiros, a fim de nos poderem guardar e defender, acaso os há de ocultar a Maria a cujos amorosos cuidados maternos tão solenemente nos confiou? Não, não é possível. Ela fixa o olhar na luz indefectível de Deus e, iluminada por essa luz, penetra em nossos corações, conta as nossas dores, vê as nossas necessidades, cura nossas amarguras e nossas chagas; toda a nossa alma, toda a nossa vida é um livro aberto a seus olhos

Ó coração, que gemes sob o peso da cruz, recobra o ânimo e espera: Maria tudo vê e tudo conhece. Ó pobre alma envolta nas trevas da dúvida e da aridez; ó tu, que continuamente sentes erguer-se contra ti o vendaval das paixões e os assaltos do inimigo infernal; ó pobre coração que sofres porque te vês frequentemente olvidado e não te vem alegrar aquela afeição de que tanto carecerias; ó pobre enfermo, torturado por indizíveis sofrimentos de que a ciência não sabe achar o remédio: reanima-te e espera. Maria tudo vê e tudo conhece: recorre a Ela, invoca-A com fé; Ela será tua esperança e teu amparo. Mater sanctae spei, ora pro nobis

Coração que se comove e que pode

Não basta, porém, à nossa fé que um coração bem formado conheça os nossos males e deles intimamente sinta compaixão. Quantas vezes acontece que, por motivos inelutáveis, essa delicada compaixão tenha de ficar inútil e vã! Quantas lágrimas e quantas dores no mundo permanecem inconsoladas porque defrontam com verdadeira impotência e invencível incapacidade! Quantas mães teriam socorrido e salvo os filhos até à custa de sacrifícios e de heroísmo inauditos se lhes tivesse sido possível. Mas nunca haverá impotência que limite ou detenha o impulso de compaixão que Maria sente pelas nossas aflições e pelas nossas dores. Ela é onipotência suplicante: não se aproxima do trono de Deus para pedir, qual pobre serva, e sim imperando como gloriosa rainha: Non ancilla sed domina, non rogans sed imperans – Não serva, mas senhora; não rogando, mas imperando (São Pedro Damião)

Recebeu Ela de Deus poder imenso e ilimitado; é tesoureira e dispensadora das graças e dos tesouros divinos. Quem poderá contar todas as misérias que por Ela foram aliviadas? Quem poderá recordar todos os pecadores que Ela arrancou dos abismos onde se afundavam, todos os enfermos que dEla obtiveram a saúde, todos os aflitos que Ela consolou?

Diga-o a nossa própria experiência. Não é verdade que em momentos difíceis e dolorosos, dEla recebemos conforto e salvação? Não foi, talvez, Maria que nos preservou em certos males e nos livrou de certos perigos? Quem afastou de nossa cabeça o raio da justiça divina quando talvez o estivéssemos provocando com os nossos pecados? Quem nos deu a graça de uma boa confissão, da emenda de nossa vida passada e da inteira conversão ao Senhor? Ah! Não nos envergonhemos de confessá-lo com os santos: se não estamos no inferno, devemo-lo à compaixão, à bondade e ao poder de Maria

Coração que quer o nosso bem

Aliás, não poderia ser de outro modo. Imaginai a mais terna e a mais amante das mães, que ardentemente deseja o bem dos filhos. Dai a essa mãe inteligência tão perspicaz, olhar tão seguro que seja capaz de inteiramente conhecer os filhos, de adivinhar-lhes as lutas e aflições interiores, de intuir todos os perigos a que se acham expostos. Fazei ainda que essa mãe tão amorosa e tão esclarecida tenha a seu dispor a própria onipotência de Deus e dizei-me: seria possível crer que ela não queira consolar, ajudar, salvar os filhos? E caso os filhos conhecessem esses preciosos dotes da mãe, poderiam duvidar do socorro e hesitar em se entregarem totalmente ao coração dela?

Ora, é exatamente esta a nossa venturosa condição. Mãe amantíssima de nossas almas, iluminada para conhecer os males que nos afligem, dotada por graça da própria onipotência de Deus, não só Maria nos quer socorrer, como também este é seu mais ardente desejo e a mais suave alegria para seu Coração

Ela o quer porque nos ama, porque conhece quão pungentes são as nossas chagas, quão amargas as nossas lágrimas. Ela o quer também porque sabe que deste modo coopera com a bondade e com a misericórdia infinitas de seu Filho Jesus. Pois não foi para isso que Ele nos deu Maria por mãe e A fez tão poderosa? E o coração que lhe bate no peito, pois não é o mais semelhante àquele Coração adorável cheio de misericórdia e compaixão?

Ah! Nós Vos diremos com a Igreja: Salve Regina, Mater Misericordiae, porque nada Vos apraz mais do que derramar sobre as nossas misérias todas as riquezas de vosso Coração de Mãe. Oh! Vede como é terrível o combate contra as paixões que continuamente nos assaltam, a concupiscência que nos atira ao lodo e ao pecado, a aflição do espírito, a dor e a contradição que sempre encontramos em nosso caminho, as enfermidades que nos fazem gemer e suspirar. Para esse cúmulo de misérias e de males não haverá, pois, conforto e remédio em vosso amantíssimo Coração, ó Maria, nossa Mãe? Sim, há, temos certeza e por isso confiamos em Vós

Sejam quais forem as nossas condições e as nossas necessidades, nunca se extinguirá a confiança que pomos em Vós, ó Maria. É verdade que de modo muito especial olhais para as almas; entretanto, assim como vosso Filho Jesus, Vós as preparais para a graça, consolando com milagres também os corpos e as tristezas temporais. Dos santuários aonde nos chamais, das fontes que santificastes, respondeis com benefícios a estas ternas invocações: “Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, rogai por nós!”. Termine nossa vida, ó Maria, antes que essas invocações morram nos lábios ou brotem menos confiantes do coração

 

LITURGIA DO DIA 23 DE JANEIRO DE 2014

PRIMEIRA LEITURA (1SM 18,6-9.19,1-7)

LEITURA DO PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL - Naqueles dias, 18,6quando Davi voltou, depois de ter matado o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, dançando e cantando alegremente ao som de tamborins e címbalos. 7E, enquanto dançavam, dizem em coro: “Saul matou mil, mas Davi matou dez mil”. 8Saul ficou muito encolerizado com isto e não gostou nada da canção, dizendo: “A David deram dez mil, e a mim somente mil. Que lhe falta ainda, senão a realiza?” 9E, a partir daquele dia, não olhou mais para Davi com bons olhos. 19,1Saul falou a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos sobre sua intenção de matar Davi. Mas Jônatas, filho de Saul, amava profundamente Davi, 2e preveniu-o a respeito disso, dizendo: “Saul, meu pai, procura matar-te. Portanto, toma cuidado amanhã de manhã, e fica oculto em um esconderijo. 3Eu mesmo sairei em companhia de meu pai, no campo, onde estiveres, e lhe falarei de ti, para ver o que ele diz, e depois te avisarei de tudo o que eu souber”. 4Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e acrescentou: “Não faças mal algum ao teu servo Davi, porque ele nunca te ofendeu. Ao contrário, o que ele tem feito foi muito proveitoso para ti. 5Arriscou a sua vida, matando o filisteu, e o Senhor deu uma grande vitória a todo o Israel. Tu mesmo foste testemunha e te alegraste. Por que, então, pecarias, derramando sangue inocente e mandando matar Davi sem motivo” 6Saul, ouvindo isto, e aplacado com as razões de Jônatas, jurou: “Pela vida do Senhor, ele não será morte” 7Então Jônatas chamou Davi e contou-lhe tudo isto. Levou-o em seguida a Saul, para que ele retomasse o seu lugar, como antes - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL (SL 55)

É NO SENHOR QUE EU CONFIO E NADA TEMO

— Tende pena e compaixão de mim, ó Deus, pois há tantos que me calcam sob os pés, e agressores me oprimem todo dia! Meus inimigos de contínuo me espezinham, são numerosos os que lutam contra mim!

— Do meu exílio registrastes cada passo, em vosso odre recolhestes cada lágrima, e anotastes tudo isso em vosso livro. Meus inimigos haverão de recuar em qualquer dia em que eu vos invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo!

— Confio em Deus e louvarei sua promessa. É no Senhor que eu confio e nada temo: que poderia contra mim um ser mortal? Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz, e vos oferto num sacrifício de louvor

EVANGELHO (MC 3,7-12)

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muito gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse. 10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era - Palavra da Salvação

 

 
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “O ódio cria discórdia e nada enxerga, a ninguém enxerga. Eu os convido a ser sempre portadores da concórdia e da paz. Especialmente onde vocês vivem, ajam com amor. O amor seja sempre o seu único modo de agir. Com o amor vocês mudam em bem tudo isso que Satanás quer destruir e de que deseja apropriar-se. Somente assim vocês serão completamente Meus e Eu poderei ajudá-los” – MENSAGEM DO DIA 31.07.86

 

São IldefonsoA IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO ILDEFONSO - Nasceu no ano de 606, em Toledo, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades. Os santos não foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar por Aquele que é o santo dos santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre. Santo Ildefonso, um coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade. Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido e o povo o elegeu. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou este grande serviço para o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem. Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho. Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os santos bem sabiam e continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem nosso Senhor Jesus Cristo. Os santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho para que muitos conheçam Jesus Cristo. Santo Ildefonso, rogai por nós!

 

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