segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

DEUS OUVE A ORAÇÃO DO PECADOR ? - LITURGIA DIÁRIA , 21 DE JANEIRO DE 2014



DEUS OUVE A ORAÇÃO DO PECADOR ?

"Mas sou pecador", dizem alguns. E na Escritura leio: "Deus não ouve os pecadores". Responde Santo Tomás com Santo Agostinho: "Esta palavra foi dita pelo cego de nascimento, quando não estava bastante esclarecido, e por isso não tem valor". Acrescenta Santo Tomás que estas palavras encerram uma grande verdade: trata-se do pecador que reza com o desejo de continuar a pecar; por exemplo, se pedisse a Deus auxílio para se vingar de um inimigo, ou para fazer qualquer outra coisa má. O mesmo se entende do pecador que pede a Deus sua salvação, sem nenhum desejo de sair do pecado

Há, de fato, alguns que armam laços com que os demônios os prendem como escravos. As orações destes não são atendidas por Deus, porque são orações temerárias e abomináveis . Não é uma temeridade pedir graças a um príncipe, a quem não só já se ofendeu, como também se pensa em ofender futuramente ? Nesse sentido, devemos compreender o que disse o Espírito Santo, que a oração daquele que não quer propositadamente ouvir o que Deus manda é aborrecida e detestável : "Daquele que desvia os seus ouvidos para não ouvir a lei, a oração será execrável" (Pr 28, 9). A esses, diz Nosso Senhor: Podeis rezar quando quiserdes, afastarei de vós os meus olhos e, quando multiplicardes as vossas orações, não vos atenderei" (Is 1, 15). Tal foi a oração do ímpio rei Antíoco, que pedia a Deus e prometia grandes coisas, mas hipocritamente, tendo o seu coração preso ao pecado; rezava só para evitar o castigo que estava iminente e, por isso, Nosso Senhor não ouviu os seus rogos e permitiu que ele fosse comido por vermes e morresse de uma morte desgraçada. Este malvado rezava, mas não podia receber misericórdia

Outros pecam por fraqueza ou por um ardente assalto da paixão . Outros que pecam por fraqueza, ou por um ímpeto de alguma paixão e gemem sob o julgo do inimigo, desejando romper aquelas cadeias de morte e sair daquela miserável escravidão, rezam e pedem o auxílio de Deus; a oração deles, se for constante, será atendida por Deus : "Todo o que pede, recebe, e quem busca acha" (Mt 7, 8); todo, isto é, (como explica o autor da Obra imperfeita), tanto o justo como o pecador

No Evangelho de São Lucas, Nosso Senhor fala do homem que deu todos os pães que tinha ao amigo, não tanto por amizade, mas para se ver livre da importunação, e diz: "Se o outro perseverar em bater, digo-vos, ainda que ele não se levante para dar-lhes os pães, por ser seu amigo, pelo menos vai se levantar por causa da amolação. E vai dar tudo o que o amigo precisa. Por isso, vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á" (Lc 11, 8). A oração constante obtém misericórdia de Deus, mesmo para os que não são seus amigos

"O que não se alcança pela amizade, diz São João Crisóstomo, alcança-se pela oração". O mesmo santo chega a dizer: "A oração vale mais diante de Deus do que a amizade". São Basílio não duvida de que os pecadores obtenham o que pedem, contanto que peçam com perseverança . O mesmo diz São Gregório: "Clame o pecador a Deus e a Ele chegará a sua oração". São Jerônimo escreve que também o pecador pode chamar a Deus de seu pai, se lho pede para que o aceite de novo por seu filho, a exemplo do filho pródigo que, antes de pedir perdão, chamou-o com o nome de pai: "Pai, pequei". Se Deus não atendesse os pecadores, diz Santo Agostinho, em vão teria o publicano pedido perdão, dizendo : "Tende, Senhor, piedade de mim, pecador!".  Mas, o próprio Evangelho nos afirma que ele obteve o perdão: "Este voltou justificado para a sua casa" (Lc 18, 14)

Deus ouve a oração dos pecadores : Quem tratou esta questão mais detalhadamente foi Santo Tomás e ele não hesita em dizer que também o pecador é atendido quando reza. O santo afirma que a oração do pecador, embora não seja meritória, tem não obstante a virtude de impetrar graças, porque a concessão das graças não vem da justiça, mas da bondade de Deus: "O merecer depende da justiça, o impetrar depende da bondade de Deus". Justamente neste sentido pedia Daniel: "Inclinai, meu Deus, vosso ouvido e escutai, porque prostrando-nos em terra diante de vossa face, não fazemos estas deprecações fundados em algum merecimento de nossa justiças, mas na multidão de vossas misericórdias" (9, 18)

Quando oramos, diz Santo Tomás, para obtermos as graças que pedimos, não é necessário sermos amigos de Deus: "A própria oração nos torna seus amigos" . Uma bela razão traz São Bernardo, dizendo que esta súplica do pecador, de poder sair do pecado, provém do desejo de voltar à graça de Deus. Se Deus, diz o santo, inspira ao pecador tal desejo, é um sinal de que o quer atender: "Para que daria Deus um tal desejo, se não o quisesse atender?" Na Escritura há muitos exemplos de pecadores, que se converteram pela oração. Assim, livrou-se do pecado o rei Acab, assim Manassés, assim Nabucodonosor, assim também o bom ladrão. Ah! como é grande e poderosa a oração! Dois pecadores, no alto do Calvário, morrem ao lado de Jesus. Um se salva porque reza, outro se perde porque não reza!

Nenhum pecador arrependido pediu ao Senhor benefícios sem receber o que desejava : "Nenhum pecador arrependido pediu ao Senhor benefícios, sem receber o que desejava", diz São João Crisóstomo . Mas, para que alegar mais razões e autoridades, desde que o próprio Jesus Cristo disse: "Vinde a mim todos os que trabalhais e vos achais carregados e eu vos aliviarei?" (Mt 11, 28). Segundo São Jerônimo, Santo Agostinho e outros, "carregados" são geralmente os pecadores que gemem sob o peso de suas culpas. Se recorrem a Deus, Ele, conforme a sua promessa, os salvará, com o auxílio de sua graça

 "Tu não desejas tanto o perdão de teus pecados, quanto Deus deseja perdoar-te", diz São João Crisóstomo. Não há graça, acrescenta o mesmo santo, que não se obtenha pela oração, ainda que feita pelo pecador mais miserável, contanto que seja confiante e assídua. Notemos bem o que diz São Tiago: "Se alguém necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos, sem impropérios" (Tg 1, 5). Todos quanto recorrem a Deus pela oração são atendidos por Ele e cumulados de graças. A todos dá liberalmente. Mas, consideremos bem as palavras "sem impropérios". Isto quer dizer que Deus não faz como os homens: quando alguém nos pede um favor, se fomos ofendidos antes, censuramos a injúria recebida. Deus não procede desta forma com quem o invoca, ainda que fosse o maior pecador do mundo. Quando ele lhe pede qualquer graça necessária à salvação, não o acusa das ofensas feitas, mas o recebe como se nunca tivesse sido ofendido por ele, consola-o, atende-o e prodigamente o enriquece de dons - [FONTE  : AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. A oração: o grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos. 4. ed. Aparecida: Santuário, 1992. cap. 3, n. 25-28, p. 79-82]





LITURGIA DO DIA 21 DE JANEIRO DE 2014

PRIMEIRA LEITURA (1SM 16,1-13)

LEITURA DO PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL - Naqueles dias, 1o Senhor disse a Samuel: “Até quando ficarás chorando por causa de Saul, se eu mesmo o rejeitei para que não reine mais sobre Israel? Enche o chifre de óleo e vem para que eu te envie à casa de Jessé de Belém, pois escolhi um rei para mim entre os seus filhos”. 2Samuel ponderou: “Como posso ir? Se Saul o souber, vai me matar”. O Senhor respondeu: “Tomarás contigo uma novilha da manada, e dirás: ‘Vim para oferecer um sacrifício ao Senhor’. 3Convidarás Jessé para o sacrifício. Eu te mostrarei o que deves fazer, e tu ungirás a quem eu te designar”. 4Samuel fez o que o Senhor lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade vieram-lhe ao encontro, e perguntaram: “É de paz a tua vinda?” 5“Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo, para que eu ofereça a vítima”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício. 6Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do Senhor!” 7Mas o Senhor disse-lhe: “Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”. 8Então Jessé chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, que disse: “Também não é este que o Senhor escolheu”. 9Jessé trouxe-lhe depois Sama, e Samuel disse: “A este tampouco o Senhor escolheu”. 10Jessé fez vir seus sete filhos à presença de Samuel, mas Samuel disse: O Senhor não escolheu a nenhum deles”. 11E acrescentou: “Estão aqui todos os teus filhos?” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está apascentando as ovelhas”! E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar”. 12Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de formosa aparência. E o Senhor disse: “Levanta-te, unge-o: é este! 13Samuel tomou o chifre com óleo e ungiu Davi na presença de seus irmãos. E a partir daquele dia, o espírito do Senhor se apoderou de Davi. A seguir, Samuel se pôs a caminho e voltou para Rama - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL (SL 88)

ENCONTREI E ESCOLHI A DAVI, MEU SERVIDOR

— Outrora vós falastes em visões a vossos santos: Coloquei uma coroa na cabeça de um herói e do meio deste povo escolhi o meu Eleito

— Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado. Estará sempre com ele minha mão onipotente, e meu braço poderoso há de ser a sua força

— Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’ E por isso farei dele o meu filho primogênito, sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo

EVANGELHO (MC 2,23-28)

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - 23Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” 25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. 27E acrescentou: “O Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” - Palavra da Salvação


MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Hoje Eu os convido, a todos, a viver, em suas vidas, o amor voltado para o próximo. Sem amor, caros filhos, vocês nada podem fazer. Por isso, convido-os, queridos fiIhos, a viver o amor recíproco. Somente assim poderão amar e aceitar a Mim e a todos aqueles que vêm à sua Paróquia: todos sentirão o Meu amor por intermédio de vocês. Por esse motivo Eu Ihes peço, queridos filhos, que comecem, a partir de hoje, a amar com amor fervente, com aquele amor com o qual Eu amo vocês” – MENSAGEM DO DIA 29.05.86


Santa InêsA IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA INÊS - Virgem e mártir, Santa Inês se deixou transformar pelo amor de Deus que é santo. Seu nome vem do grego, que significa pura. Ela pertenceu a uma família romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma aia (uma babá) que só a deixaria após o casamento. Santa Inês tiva cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela; segundo a tradição, era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus. De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor; e fez este compromisso. O jovem não sabia e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia ‘não’. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque sob o império de Diocleciano, era correr risco de vida. Quem renunciasse Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, se tornava um mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13 anos. Tão conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à prova de fogo, pois diante das autoridades e do imperador, ela se disse cristã. Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que pegaram-na e a levaram para um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada pelo pecado. Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela ignorância, mandaram, então, degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas não o coração, que ficou para sempre em Cristo. Santa Inês tem uma basílica que foi consagrada a ela no lugar onde foi enterrada. Santa Inês, rogai por nós!

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