COMO FAZER PARA REZAR EM FAMÍLIA
“Não
sei rezar”. “Custa-me muito abrir um espaço em meu dia para orar a Deus”. “Em
minha casa há muito barulho e não posso me concentrar na oração”. “Sinto a
necessidade de rezar, mas não tenho o hábito”. Possivelmente essas
sejam algumas das afirmações que estamos acostumados a dizer ou pensar quando
queremos nos aproximar de Deus através da oração. Não estamos longe da verdade:
muitas vezes as tarefas próprias da vida familiar, as distrações ou a falta de
hábito trabalham contra nossa vida cristã e desejo de uma vida de oração mais
intensa. A vida cristã “começa pela casa” e sabemos que nossa vida espiritual
seria favorecida se o âmbito familiar fosse também um espaço de meditação,
reflexão e oração. Por isso temos que nos perguntar: Como fazer para que minha
família viva em presença de Deus? Como transformar meu lar em um lugar de
encontro com o Senhor? Quer dizer: Como rezar em família?
A URGÊNCIA DE
REZAR EM FAMÍLIA
Vivemos em uma sociedade que
com freqüência nos empurra para dar as costas a Deus, que rechaça o conceito
cristão de família e nos transmite diariamente uma avalanche de critérios
anti-evangélicos. Do mesmo modo, a força atrativa do entretenimento (videogames,
festas, redes sociais, etc.) muitas vezes termina por nos distrair do
essencial. Por outro lado, em muitos lares os meios de comunicação social (a
televisão, a internet, o telefone, etc.) parecem ter um maior protagonismo que
o diálogo pessoal e quente entre esposos, entre irmãos e entre pais e filhos
Diante disso devemos ser
conscientes da importância de sustentar uma relação de amizade autêntica com as
pessoas que nos rodeiam e, ao mesmo tempo, que nossa primeira comunidade cristã
deve ser a própria família. A situação do mundo de hoje, de certo modo, torna
ainda mais urgente a necessidade de se rezar em família. Fazê-lo não só nos
ajuda a nos manter firmes na fé e nos bons costumes, como também é um excelente
meio para fortalecer os vínculos familiares e centrá-los no essencial: em Deus
que é Amor e fundamento de todo amor humano. Em diversas ocasiões os Papas nos
ensinaram que a família cristã é uma “igreja doméstica” e que todo lar deve ser
também um lugar de oração e de evangelização[1]
ALGUNS MEIOS PARA
ORAR EM FAMÍLIA
É importante pensar em alguns
meios para que a família possa ser, de um modo efetivo, uma escola de oração.
Ter uma disciplina e uma ordem na rotina familiar pode ser de grande ajuda.
Além disso, seria muito bom que na casa se destinasse um lugar especial para a
oração, com símbolos que remetam ao sagrado. Pode ser uma imagem de Jesus ou da
Virgem Maria, um crucifixo, uma pintura, uma Bíblia entronizada — que nos
recorde a centralidade da Palavra de Deus em nossas vidas —, uma vela que se
acenda nos momentos especiais, etc. Os sinais visíveis nos ajudam a recordar
que Deus está perto de nós e presente em nossas vidas
Pode ser útil também promover
momentos de silêncio no lar, onde todos se abstenham dos aparelhos eletrônicos,
especialmente do televisor e do computador. Igualmente é muito recomendável que
no horário familiar haja “intervalos de oração” que sirvam como âncoras no meio
da dinâmica das tarefas cotidianas. Por exemplo, abençoar os alimentos e
agradecer a Deus sempre antes das refeições, orar com as crianças antes de
dormir, ir juntos à Missa aos Domingos, rezar em família algumas orações como o
Rosário ou outra oração devota, meditar semanalmente na Palavra de Deus. Tudo
isso vai marcando o ritmo da vida familiar, selando nas crianças e nos jovens a
marca da espiritualidade cristã e fortalecendo nos pais, tios e avós a fé que
receberam
São também importantes para a
família os momentos de passeio familiar. Cada membro da família pode elevar-se
no louvor ao Criador quando se tem um contato direto com a natureza (um passeio
à praia, à montanha ou ao zoológico). Do mesmo modo, a família cresce na fé e
na consciência de suas raízes cristãs quando faz alguma peregrinação, por
exemplo, a um santuário católico
O EXEMPLO DOS
PAIS
Os esposos cristãos estão
chamados a transmitir a fé aos membros de sua família. A oração em família na
qual estão presentes as crianças se enriquece imensamente em virtude da grande
sensibilidade religiosa que têm os pequenos, especialmente nos primeiros anos
da infância. Ao ir descobrindo os secretos tesouros de espiritualidade
escondidos nos corações das crianças, os pais também são convidados a ingressar
nessa nova dinâmica de encontro com Jesus, a “fazer-se crianças” para entrar no
Reino dos Céus (ver Mc 10,13-16) .
Assumem o papel de guias espirituais de seus próprios filhos e são para eles
seus primeiros catequistas. Ensinam-lhes a rezar não só com as palavras, mas
também, sobretudo com seu testemunho, pois as crianças “absorvem” tudo o que
veem em seu pequeno mundo familiar. Se os filhos veem seus pais rezar, então o
hábito de oração surgirá neles com maior naturalidade
É importante que os pais sejam
muito reverentes com essa primeira etapa da infância, posto que o que se
aprende nos primeiros anos fica marcado para toda a vida. O ensino da fé e da
oração no lar tem que respeitar os ritmos próprios da infância
O
Papa Bento XVI assinalava que «a família é Igreja doméstica e
deve ser a primeira escola de oração. Na família as crianças, desde a mais
tenra idade, podem aprender a perceber o sentido de Deus (…) Se não se aprender
a rezar na família, depois será difícil preencher esse vazio. E, portanto,
quero dirigir-lhes o convite para redescobrir a beleza de rezar juntos como
família na escola da Sagrada Família de Nazaré. E assim chegar a ser realmente
um só coração e uma só alma, uma verdadeira família»[2]
A ORAÇÃO
ACOMPANHA A VIDA FAMILIAR
Sempre há motivos para rezar em
família. A oração pode adequar-se e acompanhar os diferentes momentos da vida
comum. Para o casal recém casado possivelmente seja mais inato a oração de
louvor a Deus pela vivencia do amor autêntico e também a oração de petição
pelos bens futuros, concretamente pelo dom da vida dos filhos. Para a época da
gestação da mulher e do nascimento de um filho, a oração passa a estar nutrida
de esperança e confiança em Deus, assim como de profunda gratidão por receber
no lar uma nova pessoa, nascida da fecundidade do amor vivido na união
matrimonial
A experiência familiar de
oração se enriquecerá nos momentos fortes de preparação das crianças para a
recepção dos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia. Nessas ocasiões a
oração da família se enriquece com a experiência eclesial, ao unir-se com
outras famílias e com a comunidade inteira. Algo similar também ocorre quando
os jovens se preparam para receber o sacramento da Confirmação
A aproximação das famílias à
vida eclesial e à oração não pode reduzir-se só aos Domingos ou aos “momentos
fortes”. Haverá sempre diversos motivos pelos quais a família experimentará a
importância de rezar: agradecer por um aniversário ou bodas, rogar pela saúde diante
da enfermidade de uma pessoa querida, pedir consolo diante da morte de alguém
muito próximo, implorar perdão pelos enganos cometidos ou pela conversão de um
familiar, pedir pelas necessidades econômicas, invocar o amparo antes de uma
viagem, abandonar-se confidencialmente nas mãos de Deus em momentos de
confusão, ou perante a postulação para a universidade, para uma graduação ou
para um novo trabalho, pedir paciência diante de uma mudança de lugar ou
situação… Tantas coisas podemos pôr diante de Deus no diálogo amável e filial
da oração! Em todos esses momentos, Cristo toca a porta dos corações e quer
estar presente em meio de nossa família
CITAÇÕES PARA A
ORAÇÃO
Desde o princípio, a família é
lugar de oração e educação na fé: Gen
4,1-4; 18,19; Ex 13,6-10
O Senhor encontrou dificuldades
para pregar entre seus familiares: Lc
4,24-30
Jesus peregrinava e orava com
seus pais: Lc 2,40-42
O protagonismo dos pais na
família: Is 38,19; Ef 6,4; Col 3,16-20
Os diferentes momentos e
motivos para orar: Ecle 3,1ss; Lc 1,39
ss; Tg 5,16
PERGUNTAS PARA O
DIÁLOGO
1.Sou consciente de que a vida
cristã “começa em casa”, e que por isso devo ajudar para que minha família reze
unida?
2.Que obstáculos encontro para
viver a oração em minha família? Tenho “vergonha” de rezar entre meus
familiares?
3.Que meios posso pôr para
gerar hábitos de oração em família?
4.Ajudo para que as crianças e
os jovens de minha família se eduquem na vida de oração?
TRABALHO DE
INTERIORIZAÇÃO
1. Leia e medite em Ecle 3,1-8.
Pergunte-se: Quais são os
tempos de ação e os tempos de oração em minha família? Como posso ajudar para
que em minha família haja sempre os dois “tempos”? Como podemos nutrir nossa
ação com a força da oração?
2. Leia este parágrafo do Beato João Paulo II : «A oração não
representa de modo algum uma evasão que desvia do empenho quotidiano, mas
constitui o impulso mais forte para que a família cristã assuma e cumpra em
plenitude todas as suas responsabilidades de célula primeira e fundamental da
sociedade humana. (…) Da união vital com Cristo, alimentada pela Liturgia, pelo
oferecimento de si e da oração, deriva também a fecundidade da família cristã
no seu serviço específico de promoção humana, que de per si não pode não levar
à transformação do mundo» (S.S. João
Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio (sobre a Família),
22/11/1981, n. 62)
Você tem consciência de que a
oração, longe de ser uma evasão, é o que dá forças e sustenta a sua família?
Enumere alguns dos benefícios que podem brotar de sua oração em família
3. “A família que reza unida,
permanece unida.” O que você pensa a respeito desta frase?
4. Leia e comente o que dizia o
Beato João Paulo II, na Carta Apostólica
Rosarium Virginis Mariae e contempla a possibilidade de promover a reza do
Rosário em sua família:
«Pode-se objetar que o Rosário
parece uma oração pouco adaptada ao gosto das crianças e jovens de hoje. Mas a
objeção parte talvez da forma muitas vezes pouco cuidada de o rezar. Ora,
ressalvada a sua estrutura fundamental, nada impede que a recitação do Rosário
para crianças e jovens, tanto em família como nos grupos, seja enriquecida com
atrativos simbólicos e práticos, que favoreçam a sua compreensão e valorização.
Por que não tentar? » (S.S. João Paulo
II, Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 16/10/2002, n. 42)
[1]
Ver por exemplo: João Paulo II, Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae,
41-42. Neste documento, o Papa nos anima a rezar o Rosário em família, e dizia
que “a família que reza unida, permanece unida” / [2] Bento XVI, Audiência
geral 28/12/2011. Ver também: João Paulo II, Homilía na Missa para as Famílias
no Estadio de la Unidad Deportiva Panamericana de Cali, 04/07/1986, 4
LITURGIA DO DIA 18 DE JANEIRO DE 2014
PRIMEIRA LEITURA (1SM 9,1-4.17-19;10,1A)
LEITURA DO
PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL - 9,1Havia um homem de Benjamin, chamado Cis,
filho de Abiel, filho de Seror, filho de Becorat, filho de Afia, um
benjaminita, homem forte e valente. 2Ele tinha um filho chamado Saul, de boa
apresentação. Entre os filhos de Israel não havia outro melhor do que ele: dos
ombros para cima sobressaía a todo o povo. 3Ora, aconteceu que se perderam umas
jumentas de Cis, pai de Saul. E Cis disse a seu filho Saul: “Toma contigo um
dos criados, põe-te a caminho e vai procurar as jumentas”. Eles atravessaram a
montanha de Efraim 4e a região de Salisa, mas não as encontraram. Passaram
também pela região de Salim, sem encontrar nada; e, ainda pela terra de Benjamin,
sem resultado algum. 17Quando Samuel avistou Saul, o Senhor lhe disse: “Este é
o homem de quem te falei. Ele reinará sobre o meu povo”. 18Saul aproximou-se de
Samuel, na soleira da porta, e disse-lhe: “Peço-te que me informes onde é a
casa do vidente”. 19Samuel respondeu a Saul: “Sou eu mesmo o vidente. Sobe na
minha frente ao santuário da colina. Hoje comereis comigo, e amanhã de manhã te
deixarei partir, depois de ter revelado tudo o que tens no coração”. 10,1aNa
manhã seguinte, Samuel tomou um pequeno frasco de azeite, derramou-o sobre a
cabeça de Saul e beijou-o dizendo: “Com isto o Senhor te ungiu como chefe do
seu povo, Israel. Tu governarás o povo do Senhor e o livrarás das mãos de seus
inimigos, que estão ao seu redor” - Palavra
do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SL 20)
Ó SENHOR, EM
VOSSA FORÇA O REI SE ALEGRA!
— Senhor, em vossa força o rei
se alegra; quanto exulta de alegria em vosso auxílio! O que sonhou seu coração,
lhe concedestes; não recusastes os pedidos de seus lábios
— Com bênção generosa o
preparastes; de ouro puro coroastes sua fronte. A vida ele pediu e vós lhe
destes, longos dias, vida longa pelos séculos
— É grande a sua glória em
vosso auxílio; de esplendor e majestade o revestistes. Transformastes o seu
nome numa bênção, e o cobristes de alegria em vossa face
EVANGELHO (MC 2,13-17)
PROCLAMAÇÃO DO
EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MARCOS - Naquele tempo, 13Jesus saiu
de novo para a beira do mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os
ensinava. 14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na
coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu. 15E
aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e
pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram
muitos os que o seguiam. 16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que
Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles
perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com os cobradores de impostos e
pecadores?” 17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias
que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim
pecadores” - Palavra da Salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM
MEDJUGORJE – “Hoje
Eu os convido, a todos, a viver, em suas vidas, o amor voltado para o próximo.
Sem amor, caros filhos, vocês nada podem fazer. Por isso, convido-os, queridos
fiIhos, a viver o amor recíproco. Somente assim poderão amar e aceitar a Mim e a
todos aqueles que vêm à sua Paróquia: todos sentirão o Meu amor por intermédio
de vocês. Por esse motivo Eu Ihes peço, queridos filhos, que comecem, a partir
de hoje, a amar com amor fervente, com aquele amor com o qual Eu amo vocês”
– MENSAGEM DO DIA 29.05.86
A
IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA MARGARIDA DA HUNGRIA - Nasceu
no castelo de Turoc, em 1242. Filha de reis cristãos, convertidos, os pais
passaram valores à filha, que, rapidamente, foi batizada e quis corresponder
muito cedo à vocação e à vida religiosa. Formou-se junto às dominicanas e,
depois de fazer os primeiros votos, ela foi viver num mosteiro que os seus pais
construíram para ela na Ilha de Lebres. Embora tivesse uma origem real, não era
apegada aos bens materiais; brilhou por ser exemplo de pobreza, de desapego.
Santa Margarida viveu o apego somente ao essencial; e as irmãs eram atingidas
por esse testemunho. Mulher de oração, foi exemplo de vida comunitária e
disposta a amar os irmãos como eles eram. Santa
Margarida da Hungria, rogai por nós!
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