O nascimento de Jesus na
"Manjedoura" de Belém é a realização mais sublime do amor que Deus
nos tem, como nos lembra o próprio Salvador: "Deus
tanto amou o mundo que nos deu o seu próprio Filho" (Jo 3,16). E São João reafirma: "Foi assim que o amor de Deus
se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que
tenhamos vida por meio dele" (1
Jo 4,9).
É a proclamação da Nova
Aliança de Deus com o seu povo, como Jesus nos lembra: "Não quiseste sacrifícios nem
oblações, mas me preparaste um corpo" (Hb 10,5). E São Paulo sublinha: ''Quando chegou a plenitude dos
tempos, Deus enviou o seu próprio Filho, nascido de uma mulher" (Gl 4,4).
No Natal de Cristo "surge para toda a humanidade
a esperança da verdadeira vida e felicidade porque a chave, o centro e o fim de
toda a história humana se encontra no seu Senhor e Mestre" (GS 10) que agora faz parte da nossa
história.
Natal de Maria
Nos desígnios de Deus o
Natal de Jesus tem, para Maria, uma significação única. "A bem-aventurada Virgem,
predestinada, desde toda a eternidade, junto com a encarnação do Verbo divino,
para ser Mãe de Deus, foi na terra, por disposição da divina Providência, a Mãe
do Redentor divino, mais que ninguém sua companheira generosa e a humilde
escrava do Senhor" (LG
61).
Toda mãe, no nascimento
de um filho, sente uma grande alegria por haver nascido um homem no mundo (Jo
16,21). Maria, no entanto, sabia que aquela criança deitada nas palhas da
manjedoura, seu filho, era o "Filho
do Altíssimo" (Lc 1,32).
No seu íntimo se misturavam,
como num só sentimento, o amor de mãe e a adoração da humilde serva. Santo
Agostinho comenta: "Jesus
veio por meio de uma mulher que foi sua mãe, Ele que é Deus e Senhor do céu e
da terra.
Enquanto Senhor do
mundo, Senhor do céu e da terra, é certamente Senhor também de Maria; enquanto
Criador do céu e da terra, é Criador também de Maria. Mas, enquanto gerado de
uma mulher, é filho de Maria" (S.Agost. Com. Ao Evang.
de João 8,9).
No Natal se demonstra a
excepcional grandeza de Maria, pois só Ela pode dizer a Jesus o que o Pai lhe
diz desde toda a eternidade: "Tu
és meu filho"(Hb 1,5).
O Nosso Natal
Mas, em seu olhar de fé,
Maria via mais longe. Sabia que esse filho fora enviado por Deus para "salvar o povo de seus
pecados" (Mt 1,21); que
deveria ser o "primogênito
entre muitos irmãos" (Rm
8,29 Cf. Cl 1,15; Apo 1.5).
Por isso, ao abraçá-lo e
beijá-lo, sente-se mãe solícita que deverá acompanhar carinhosamente "todos os irmãos de seu Filho
que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam
conduzidos à feliz Pátria" (LG
62).
Por isso, o Natal de
Cristo e de Maria é também o nosso Natal, a comemoração de nosso nascimento em
Cristo e por Cristo. E no nosso Natal, como no de Cristo, é indispensável a
presença de Maria.
Fonte: Revista de Aparecida
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