domingo, 22 de dezembro de 2013

PREPARAÇÃO PARA O NATAL , PARTE 5 : O INFINITO AMOR DO SALVADOR POR NÓS - LITURGIA DIÁRIA , 22 DE DEZEMBRO DE 2013



 
PREPARAÇÃO PARA O NATAL , PARTE 5 : O INFINITO AMOR DO SALVADOR POR NÓS

 

Discípulo — Padre, além do perdão dos pecados, a confissão traz mais outras vantagens?
 
Mestre — Traz; e muitíssimas e surpreendentes. Nós todos temos três inimigos implacáveis, deploráveis e obstinados, os quais, dia e noite armam ciladas contra a nossa alma. São eles: a concupiscência, o demônio e o mundo. Da infância ao túmulo, perseguemnos sempre, onde quer que estejamos e ceifam inúmeras vítimas de todas as idades e condições. Ai de quem não se previne com o remédio divino, que é a confissão
D. — E a confissão consegue vencer esses inimigos?
M. — Uma confissão isolada, não; é preciso que seja repetida frequentemente. Esses inimigos, feridos uma vez com a confissão, não morrem, mas tornam a tentar a prova, mais maliciosos do que antes, modificam e multiplicam os seus lagos para nos causar danos maiores. Oh! quantos, apesar de sinceramente arrependidos, tornam a cair, depois de breves intervalos, nas mesmas faltas
 

Das alturas da visão de Deus, o amor de Cristo desce em nossas almas e, nesse amor de Jesus por nós, encontramos, unidas, características tão diferentes: a mais profunda ternura e a força mais heróica

A terna misericórdia do Salvador para com as almas não se desmente em nenhum instante, apesar de todas as ingratidões, contradições e ódios que Ele encontrou em Seu caminho

Quanto a nós, temos facilmente uma terna afeição a raras pessoas da família ou a um amigo: mas quase sempre essa ternura é inteiramente sensível, superficial; não chega até a alma daqueles que amamos. Rezamos muito por eles? — Além do mais, essa afeição é freqüentemente tão estreita quanto superficial: nós a reservamos para alguns íntimos; como ela é fraca, perderia sua relativa intensidade se se espalhasse. Nosso coração é pobre, avaro em sua afeição: os indiferentes ficam de fora, e com maior razão os que nos ofenderam, feriram; somos até duros com eles e, às vezes, impiedosos

A ternura sobrenatural de Cristo pelas almas é profunda, porque visa primeiro a alma, desejando-lhes a vida eterna; e ao mesmo tempo ela é universal, imensa, se estendendo a todos

Jesus é, como Ele afirma, o Pastor das almas; todas podem tornar-se ovelhas de seu rebanho. Ele as conhece todas, chama-as nominatim, cada um por seu nome [1], protege-as contra o inimigo, inquieta-se pelas ausentes, corre à procura delas e carrega-as em seus ombros

Um dos maiores sinais de sua vinda é este: “Os pobres são evangelizados”[2]. Eles têm, como as crianças, um lugar especial em sua afeição. Ele não teme comprometer Sua dignidade ao admiti-los perto de si; expõe-lhes com bondade a doutrina da salvação e até os serve. É entre os pobres e os humildes que escolhe seus apóstolos; na Quinta-Feira Santa se humilha diante deles, lava e beija seus pés para fazê-los entender melhor o preceito do amor fraternal. Cor Jesu, deliciae Sanctorum omnium, miserere nobis

O que diz Ele aos pecadores? — “Vinde a mim todos os que estão fatigados e vos achais carregados, e eu vos aliviarei” (Mt. 11, 28). Ele tem piedade da grande miséria para onde o pecado os conduziu; leva-os ao arrependimento sem julgá-los com severidade. Ele é o pai do pródigo, abraça o filho infeliz por sua falta; perdoa a mulher adúltera que os homens se apressavam a lapidar; recebe Madalena arrependida, abre-lhe imediatamente o mistério de Sua vida íntima; fala da vida eterna à samaritana apesar de sua conduta; promete de imediato o céu ao bom ladrão. Realmente se realizam n’Ele as palavras de Isaías: “Ele não quebrará a cana rachada, nem apagará a mecha que ainda fumega” [3]

Ele sem dúvida repreende com muita veemência os fariseus que se obstinam em seu orgulho; mas é porque quer preservar as almas, afastá-las de sua influência, e também quer dar aos fariseus uma última advertência, que ainda os salvaria se eles não se endurecessem em seu orgulho. Advertindo-os assim, Jesus ainda os ama; até lhes dá uma graça que torna para eles realmente possível o cumprimento do dever

Esse amor de Cristo não perde sua ternura, estendendo-se a todas as almas; ele abraça todas as nações e todos os tempos. Nosso Senhor tem sem dúvida suas preferências por um São João, por Zaqueu, pelo bom ladrão, mas permanece aberto a todos. “Ele morreu por todos os homens”, diz São Paulo (II Cor. V, 14-15). Muitos se afastaram d’Ele, mas Ele não repele ninguém. E quando nos afastamos, Ele intercede pelos ingratos como rezou por seus algozes. É o grau supremo da bondade e da doçura na humildade. Ele diz a Pedro que deve-se “perdoar setenta vezes sete vezes”, isto é, sempre, e Ele é o primeiro a fazê-lo

Ao mesmo tempo, esse amor de Jesus por nós é de uma força que faz de seu coração o maior de todos. Cor Jesu, rex et centrum omnium cordium, miserere nobis

Essa força, essa generosidade de seu amor por nós se manifesta cada vez mais desde o presépio até a Cruz. “Ele me amou, diz São Paulo, até se entregar por mim” [4], e cada um de nós pode dizer o mesmo. Os incrédulos só querem ver no Cristo moribundo um grande homem esmagado por mediocridades ciumentas. Ele é infinitamente mais: é a vítima voluntária que se ofereceu para nos salvar. “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo XV, 13)

Almas generosas se oferecem, às vezes, como vítimas para obter a conversão de um pecador, ou abreviar os sofrimentos do purgatório de um ente muito querido. Jesus se ofereceu como vítima por milhares de almas, por todos sem exceção e por cada uma em particular; e nenhum adulto está privado do benefício da redenção a não ser por orgulho ou para satisfazer sua concupiscência. Jesus suportou a pena que cabia a cada um de nós. Ele sofreu o pecado na medida de Seu amor por Deus, a quem o pecado ofende, e na medida de seu amor por nossas almas, que o pecado destrói e faz morrer. Cor Jesu, attritum propter scelera nostra, miserere nobis: Coração de Jesus, contristado por nossos pecados, tende piedade de nós. O coração doloroso e imaculado de Maria esteve intimamente associado a essa heróica oblação e nos ajuda a penetrar seu ministério

Ninguém nos amou e ninguém nos amará nunca como Cristo. Eis porque, quando os fiéis de Corinto estavam divididos, um dizendo: Eu sou de Paulo! e outro: E eu de Apollo! — E eu de Cefas! — E eu de Cristo! São Paulo lhes escreveu: “Foi Paulo quem foi crucificado por vós?” (I Cor 1, 13)

Jesus quis para si no Getsêmani o amargo cálice de expiação de todos os pecados, todas as imundices reunidas, para nos dar o cálice de Seu Precioso Sangue, que é elevado todos os dias sobre o altar. Esses dois cálices representam toda a história do mundo e das almas, são como os dois pratos da balança do bem e do mal, e é o bem que pesa mais; o Precioso Sangue pode apagar todos os crimes se imploramos o perdão

Com sua vitória sobre o pecado obtida na Cruz, Jesus é a fonte da vida e da santidade, fonte de toda consolação, salvação dos que n’Ele esperam, esperança dos moribundos, delícia dos santos, como diz a ladainha do Sagrado Coração. Ele nos deixou enfim a Eucaristia para ficar conosco até o fim do mundo e se dar como alimento a cada um de nós em particular

Ele diz a Seus amigos privilegiados seguidores de Seu exemplo: “O que deixa a chaga de Meu coração aberta é Meu amor. Quero provar às almas que Meu coração não se fecha. Ao contrário, Meu maior desejo é que as almas entrem por essa chaga de Meu coração, abismo de caridade e misericórdia. É só nesse coração de um Deus que elas encontrarão o remédio para abrandar seus sofrimentos e fortificar sua fraqueza. Que elas Me estendam a mão. Eu mesmo as conduzirei até lá”

Continuamos sendo egoístas, porque nosso amor é fraco demais, pobre demais, estreito demais, e miseravelmente se volta para nós próprios. O coração de Cristo dilatará os nossos, ensinando-nos a amar sobre todas as coisas a glória de Deus e a salvação das almas

Por que nos deixamos levar pelo ciúme, pela inveja? Porque nosso amor não se eleva suficientemente até o Bem Supremo que todos nós podemos possuir juntos sem nos atrapalharmos uns aos outros

Em vez de nos deixar levar pelo ciúme, agradeçamos antes ao Senhor por ter dado ao nosso próximo qualidades que não temos e alegremo-nos como a mão aproveita do que os olhos vêem. Por que somos fracos? Porque não amamos o suficiente, porque nosso coração é frio; porque contamos somente com nossas forças cuja enfermidade é manifesta, e porque não contamos suficientemente com o Coração de Jesus, com Seu amor por nós. O Coração do Salvador pode e quer nos dar essas santas energias, as da confiança e do amor que inspira a adoração, a ação de graças e a reparação, colocando acima de tudo a glória de Deus

Cor Jesu, de cuius plenitudine omnes nos accepimus, miserere nobis. Vamos ao Pai, por Ele, com Ele e n’Ele

 

 

LITURGIA DO DIA 22 DE DEZEMBRO DE 2013

PRIMEIRA LEITURA (IS 7,10-14)

LEITURA DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS - Naqueles dias, 10o Senhor falou com Acaz, dizendo: 11“Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. 12Mas Acaz respondeu: “Não pedirei nem tentarei ao Senhor”. 13Disse o profeta: “Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? 14Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL (SL 23)

O REI DA GLÓRIA É O SENHOR ONIPOTENTE;/ ABRI AS PORTAS PARA QUE ELE POSSA ENTRAR!

— Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,/ o mundo inteiro com os seres que o povoam;/ porque ele a tornou firme sobre os mares,/ e sobre as águas a mantém inabalável.

— “Quem subirá até o monte do Senhor,/ quem ficará em sua santa habitação?”/ “Quem tem mãos puras e inocente o coração,/ quem não dirige sua mente para o crime

— O rei da glória é o Senhor onipotente;/ abri as portas para que ele possa entrar!

— Sobre este desce a bênção do Senhor/ e a recompensa de seu Deus e Salvador”./ “É assim a geração dos que o procuram,/ e do Deus de Israel buscam a face”

SEGUNDA LEITURA (RM 1,1-7)

LEITURA DA CARTA DE SÃO PAULO AOS ROMANOS - 1Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus, 2que pelos profetas havia prometido, nas Sagradas Escrituras 3e que diz respeito a seu Filho, descendente de Davi segundo a carne, 4autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor. 5É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome. 6Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo. 7A vós todos, que morais em Roma, amados de Deus e santos por vocação, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo - Palavra do Senhor

EVANGELHO (MT 1,18-24)

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO MATEUS - 18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa - Palavra da Salvação

 

 
 
 
 
Mensagem do dia 20 de setembro de 1984 - "Hoje convido vocês para começarem a jejuar com o coração. Existem muitas pessoas que jejuam, mas fazem isto porque vêem os outros fazer. Tornou-se um hábito, que ninguém gostaria de interromper. Peço à Paróquia para jejuar em agradecimento, porque Deus permitiu-Me permanecer, assim por tanto tempo nesta Paróquia. Queridos filhos, jejuem e rezem com o coração!" – Mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje

 

A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA FRANCISCA XAVIER CABRÍNI - Chamada por Pio XII de “heroína dos tempos modernos”, Santa Francisca nasceu em Sant’Angelo de Lódi, na Lomabardia, Itália, em 1850. Última dos 13 filhos de Agostinho Cabríni e Estela Oldini, recebeu no batismo o nome de Maria Francisca, ao qual mais tarde ajuntou o de Xavier, pelo seu amor e veneração ao apóstolo das Índias. Aos 11 anos fez voto de castidade. Seguiu a carreira do magistério com as religiosas Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Arluno, terminando-a aos 18 anos. Sentindo vocação divina, pretendeu entrar para essa Congregação religiosa, mas foi recusada por falta de saúde.  Exerceu durante dois anos o cargo de professora primária em Vidardo e durante três anos dedicou-se na sua terra à instrução religiosa da juventude e ao tratamento dos enfermos e daqueles que eram atingidos pela peste. Aos 23 anos tentou mais uma vez ser religiosa nas Filhas do Sagrado Coração, mas de novo obteve uma negativa.  Após isso, Santa Francisca transladou-se à “Casa da Providência” em Codogno, a fim de a reformar, pois estava em franca decadência. Fez a profissão em 1877 e a partir disso, em meio a grandes tribulações e sofrimentos, ela encontrou as sete primeiras companheiras de sua futura Obra. Três anos mais tarde, fundou uma nova Congregação religiosa. A 10 de novembro de 1880 alojou-se, com sete companheiras, num desmantelado Convento franciscano, onde, a 14 do mesmo mês, deu princípio ao novo Instituto, com a inauguração de uma capela em honra ao Sagrado Coração de Jesus. Um mês mais tarde, a sua Obra recebia a aprovação episcopal. Francisca contava então 30 anos.   Enquanto se dedicava com as companheiras à educação das meninas e à catequização dos rapazes, foi compondo as regras do seu Instituto, obra de prudência sobre-humana, que recebeu aprovação episcopal em 1881 e a definitiva da Santa Sé em 1907. Em 1884, com 7 anos de vida, a Obra já contava com cinco casas.  Em 1887, partiu para Roma onde, a princípio, só encontrou dificuldades e portas fechadas até que, com fé, simplicidade e perseverança, Santa Francisca obteve a autorização do Cardeal Vigário para construir uma escola gratuita para pobres fora da Porta Pia e um asilo infantil na Sabina, em Aspra. O problema da emigração italiana para a América do Norte preocupava o então Bispo de Placença, Mons. Scalabrini, que pediu à serva de Deus algumas das suas religiosas para irem socorrer aqueles desamparados. Mas a virtuosa fundadora não se decidia a responder, pois pensava nas Missões do Oriente. Foi então consultar o Papa Leão XIII que, após ouvir Francisca, concluiu: “Não ao Oriente mas ao Ocidente”. E desde esse momento ficou decidida a sua partida para Nova Iorque, a qual veio realizar pela primeira vez em 1889.  Quase aos 40 anos de idade, começa uma série ininterrupta de viagens, percorrendo a América inteira, transpondo a cavalo a Cordilheira dos Andes, sendo por toda parte conhecida como a “Mãe dos emigrados”. Ia de casa em casa, a procura da ovelha perdida, do enfermo e da criança ignorante. Lutou denotadamente contra a fome, as enfermidades e a própria morte. Em 1912 fez a sua última viagem de Roma a Nova Iorque. A santa fundadora das Missionárias do Sagrado Coração morreu em Illinois, perto de Chicago, a 22 de dezembro de 1917, com 67 anos de idade. Igual era o número das casas que então deixara fundadas e que em 1938 subiam a mais de 100, com cerca de 4.000 religiosas. A fama das suas virtudes e os prodígios por ela operados fizeram que logo após a morte se começasse o processo da sua beatificação, que veio a se realizar em 1938. Foi canonizada pelo Papa Pio XII a 7 de julho de 1946. Santa Francisca Xavier Cabríni, rogai por nós!

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