O PURGATÓRIO DE SÃO PATRÍCIO
Ilha de Lough Derg, onde se encontra o Purgatório
de São Patrício, um dos "portões" do Inferno
Nascido
no século IV na Grã-Bretanha, São Patrício é padroeiro da Irlanda e personagem
de um dos contos mais populares na Europa Medieval . Narra a lenda que,
orientado por Cristo, São Patrício encontrou um "buraco" (que pode
ser interpretado como uma gruta ou um poço) que dava acesso direto ao
purgatório . Muitos ousavam penetrar a gruta mas não
retornavam
Até que um cavaleiro inglês de nome Owen, que
trazia muitos pecados em sua alma, entrou na gruta e algum tempo depois
retornou. Sir Owen disse que vários demônios tentaram
afligi-lo mas sempre invocou o nome de Cristo e os demônios se afastavam. Owen viu o purgatório e as almas torturadas dos
pecadores; viu demônios e outras criaturas bestiais, mas retornou vitorioso. Esse local em Lough Eske, no condado de Donegal,
região setentrional da Irlanda, tornou-se ponto de uma das mais importantes
peregrinações da Idade Média
Até hoje é realizada, mas em outras
circunstâncias. A data tradicional de início dessa
peregrinação é 445, quando São Patrício, conhecido como o apóstolo da Irlanda, mostrou
para os pagãos uma visão do Inferno e da Montanha do Purgatório dentro da
referida caverna . Diz a lenda que o santo andava desencorajado com as
crescentes dúvidas dos recém-convertidos ao cristianismo, que exigiam provas
substanciais de que a religião os salvaria do Inferno. Assim, São Patrício
rezou a Deus para que o ajudasse a convencer os irlandeses e então teve a
revelação da caverna onde, ao se passar a noite, podia-se ouvir os
gritos dos condenados no Inferno e no Purgatório
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"O bem aventurado Patrício pregava na Irlanda
com poucos resultados, por isso pediu ao Senhor um sinal que assustasse os
pecadores levando-os a fazer penitência. Por ordem do Senhor, ele traçou então com seu
báculo um grande círculo no solo, e em toda aquela circunferência a terra abriu
um grande e fundo poço. Foi revelado ao beato Patrício que aquele era o lugar
do Purgatório, e quem quisesse ali descer não precisaria mais fazer penitência
por seus pecados em outro purgatório. A maioria dos que ali entrasse não
sairia, mas alguns voltariam depois de lá ter permanecido da manhã de um dia à
manhã do outro. De fato, muitos dos que ali entravam não voltavam"
São Patrício
revelou aos crentes a caverna, onde se podiam ouvir os gritos dos condenados ao
Purgatório e ao Inferno, e permitiu que lá passassem a noite. Se resistissem
aos demônios, voltariam certos de que iriam para o Céu purificados. Mas, caso
se deixassem seduzir, não regressariam mais e passariam a eternidade como
condenados. No século XII, na entrada da caverna, foi construída uma abadia, a
igreja de Santa Maria, e o abade era a pessoa que controlava o acesso à caverna,
que ficava fechado à chave
Os peregrinos
chegavam ao local de barco, entre os dias primeiro de junho e 15 de agosto, e
só podiam andar descalços. Faziam exercícios espirituais durante três dias;
esses exercícios consistiam em se ajoelhar sobre as rochas e rezar diante de um
determinado número de cruzes erguidas em forma de um rosário, em honra dos mais
proeminentes santos mártires irlandeses. Cada vez que um peregrino terminava
suas devoções, ia até um grande penhasco, de onde podia ver um espelho de água.
Lá, contemplavam o lago do local e entregavam-se a momentos de contemplação
A peregrinação ao
Purgatório de São Patrício permaneceu ininterrupta ao longo dos séculos. Ainda
hoje, Lough Derge continua sendo bastante procurada como rota de peregrinação.
Só que a entrada para a caverna de acesso ao Purgatório e ao Inferno se perdeu
e não pôde mais ser localizada com exatidão
A história de
Nicolau : Tiago de
Varazze também conta esta história sobre o Purgatório de São Patrício: "Muito
tempo depois da morte de Patrício, um nobre chamado Nicolau quis se penitenciar
de seus muitos pecados no Purgatório de São Patrício. Depois de ter se
mortificado com quinze dias de jejum, como todos faziam, usando a chave,
guardada numa abadia, abriu a porta do poço em questão e desceu por ele. Em um dos lados encontrou a entrada
de um oratório, no qual logo depois apareceram monges com alva celebrando o
ofício. Disseram a Nicolau que fosse forte, porque o diabo o faria passar por
diversas provações. Ele perguntou que ajuda poderia ter contra eles, e os
monges explicaram: 'Quando você se sentir atingido pelos castigos, no mesmo
instante exclame: Jesus Cristo, filho do Deus vivo, tenha piedade de mim que
sou pecador'
Logo que os monges
retiraram-se, apareceram demônios que, com doces promessas, tentaram
convencê-lo a voltar de onde viera e a obedecer-lhes, garantindo que cuidariam
dele e que o levariam incólume para casa. Mas como ele não quis obedecer, logo
ouviu rugidos e mugidos de diferentes animais ferozes, como se todos os
elementos da natureza quisessem aterrorizá-lo. Tremendo, com um medo horrível,
apressou-se a exclamar: 'Jesus Cristo, filho do Deus vivo, tenha piedade de mim
que sou pecador'. E, no mesmo instante, acabou completamente aquele terrível
tumulto das feras. Ele continuou a caminhar e chegou a um lugar no qual uma
multidão de demônios disse-lhe: 'Você acha que vai escapar de nós? De maneira
alguma! Ao contrário, é agora que vai começar a ser afligido e atormentado'.
Apareceu, então, um enorme e terrível fogo e os demônios disseram: 'Se não
concordar conosco, vamos jogá-lo neste fogo'. Diante de sua recusa,
agarraram-no e jogaram-no naquele braseiro terrível, e logo que ele se sentiu
torturado exclamou: 'Jesus Cristo, filho do Deus vivo, tenha piedade de mim que
sou pecador' e o fogo extinguiu-se no mesmo instante
Dali chegou a um
lugar em que viu homens sendo queimados vivos, flagelados pelos demônios com
lâminas de ferro em brasa que atingiam as suas entranhas, enquanto outros,
deitados no chão de barriga para baixo, mordiam a terra gritando: 'Perdão!
Perdão!', o que levava os demônios a tortura-los ainda mais. Viu outros cujos
membros eram devorados por serpentes e cujas vísceras eram arrancadas com
ganchos incandescestes pelos carrascos. Como Nicolau continuava a não ceder,
foi jogado no fogo para sofrer o suplício com as lâminas, mas exclamou: 'Jesus
Cristo, filho do Deus vivo, tenha piedade de mim que sou pecador' e foi
imediatamente libertado daqueles tormentos
Em seguida, foi a
um lugar onde os homens eram fritos numa frigideira e onde havia uma enorme
roda com pontas de ferro ardente nas quais ficavam suspensos pelos membros, enquanto
a roda girava com tanta rapidez que faiscava. Mais adiante viu uma construção
imensa, onde havia fossas cheias de metais em ebulição nas quais alguns homens
eram obrigados a mergulhar um pé, outros os dois pés, outros estavam ali até os
joelhos, outros até a barriga, outros até o peito, outra até o pescoço, outros,
enfim, até os olhos. Mas Nicolau escapava de cada um desses tormentos invocando
o nome de Deus
Continuando o seu
caminho, viu um poço larguíssimo, do qual saía uma fumaça horrível e um fedor
insuportável. Dali tentavam escapar homens vermelhos como brasa, mas os
demônios empurravam-nos de volta. Os demônios explicaram: 'Este lugar que você
está vendo é o Inferno, onde mora nosso senhor Belzebu. Se não nos obedecer,
jogá-lo-emos ali e não haverá meio algum de escapar'. Como Nicolau ouviu isso
com desprezo, eles o agarraram e o jogaram no poço, sendo atingido por uma dor
tão violenta que quase esqueceu de invocar o nome do Senhor, mas com o coração,
porque não podia com a voz, conseguiu exclamar: 'Jesus Cristo, filho do Deus
vivo, tenha piedade de mim que sou pecador' e logo saiu dali ileso. Toda a
multidão de demônios desapareceu, vencida
Prosseguiu a
viagem e, noutro lugar, viu uma ponte que devia atravessar, lisa e escorregadia
como gelo, e sob a qual corria um imenso rio de enxofre e fogo. Estava
desesperado com a ideia de atravessá-la quando se lembrou da invocação que o
livrara de tantos males. Aproximou-se confiante e, pondo um pé na ponte, disse:
'Jesus Cristo, filho do Deus vivo, tenha piedade de mim que sou pecador'. Um
grito violento assustou-o a ponto de perder o equilíbrio, mas pronunciou as
palavras costumeiras e manteve-se firme e, assim, repetindo as palavras a cada
passo, atravessou a ponte em segurança
Então, chegou a
uma campina muito agradável, envolta em suave aroma de diferentes flores e na
qual lhe apareceram dois belos jovens que o levaram a uma magnífica cidade,
maravilhosamente resplandecente de ouro e pedras preciosas. De suas portas saía
um cheiro tão delicioso e relaxante que lhe parecia não ter sentido nenhum tipo
de dor ou fedor. Os jovens disseram que aquela cidade era o Paraíso. Como
Nicolau queria entrar, eles disseram que primeiro deveria voltar para a casa
dos seus pais, sem medo, pois os demônios não lhe fariam mal, ao contrário,
fugiriam apavorados ao vê-lo. Depois, passados trinta dias, ele morreria em paz
e, então, entraria naquela cidade como seu cidadão perpétuo. Nicolau subiu,
então, por onde descera, contou a todos tudo o que lhe tinha acontecido e trinta
dias depois repousou feliz no Senhor"
LITURGIA DO DIA 09
DE DEZEMBRO DE 2013
PRIMEIRA
LEITURA (IS 35,1-10)
LEITURA DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS - 1Alegre-se a terra que era deserta e intransitável,
exulte a solidão e floresça como um lírio. 2Germine e exulte de
alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e
de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos
debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não
tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus;
é ele que vem para vos salvar”.5Então se abrirão os
olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua
dos mudos, assim como brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo. 7A terra árida se transformará em lago, e a região
sedenta, em fontes d’água; nas cavernas onde viviam dragões crescerá o caniço e
o junco. 8Ali haverá uma vereda e um caminho; o caminho se
chamará estrada santa: por ela não passará o impuro; mas será uma estrada reta
em que até os débeis não se perderão. 9Ali não existem
leões, não andam por ela animais depredadores, nem mesmo aparecem lá; os que
forem libertados poderão percorrê-la, 10os que o Senhor
salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita
alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais
conhecerão a dor e o pranto” - Palavra
do Senhor
SALMO
RESPONSORIAL (SI 84)
EIS QUE VEM O NOSSO DEUS! ELE VEM PARA SALVAR
— Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que
ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao
Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará
em nossa terra.
— A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a
paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos
céus.
— O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa
terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há
de seguir os passos seus.
EVANGELHO (LC
5,17-26)
17Um dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam
sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da
Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor o levava a curar. 18Uns homens traziam um paralítico num leito e
procuravam fazê-lo entrar para apresentá-lo. 19Mas, não achando
por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao telhado e por entre as
telhas o desceram com o leito no meio da assembléia diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados
estão perdoados”. 21Os escribas e fariseus começaram
a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema?” 22Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu,
dizendo: “Por que murmurais em vossos corações? 23O que é mais
fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda’? 24Pois, para que saibais que o Filho do homem tem na
terra poder de perdoar pecados — disse ao paralítico — eu te digo: levanta-te,
pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente,
diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e
cheios de temor diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!” - Palavra
da Salvação
Mensagem do
dia 25 de julho de 1994 - "Hoje,
convido-os a decidirem-se a oferecer pacientemente parte do tempo à oração.
Filhinhos, vocês não podem dizer que são Meus e que vivem a conversão através
das Minhas mensagens se não estiverem dispostos a oferecer diariamente parte do
tempo a Deus. Eu estou perto de vocês e os abençôo a todos. Filhinhos, não se
esqueçam de que, se não rezarem, não estarão próximos nem de Mim nem do
Espírito Santo, que os conduz pela estrada da santidade" – Mensagem de
Nossa Senhora em Medjugorje
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA JOANA FRANCISCA
DE CHANTAL - Neste dia queremos lembrar a vida da
santa que na liturgia comemoraremos amanhã, Joana Francisca de Chantal, modelo
de jovem, mãe, irmã e, por fim, de religiosa. Nasceu em Dijon, centro da
França, em 1572 e foi pelas provações modelada até a santidade. A mãe tão amada
faleceu quando Joana era criança; o pai, homem de caráter exemplar, era
presidente da câmara dos vereadores e por causa de maquinações políticas chegou
a sofrer pobreza e muitas humilhações. Joana, que recebeu da família a riqueza
da fé, deu com 5 anos um exemplo marcante quanto a presença de Jesus no
Santíssimo Sacramente, pois falou a um calvinista que questionava o pai: “O Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento,
porque Ele mesmo o disse. Se pretendeis não aceitar o que Ele falou, fazeis
dele um mentiroso”. Santa Joana Francisca com 20 anos casou-se com
um Barão (Barão de Chantal), tiveram quatro filhos, e juntos começaram a educar
os filhos, principalmente com o exemplo. Joana era sempre humilde, caridosa
para com o esposo, filhos e empregados; amava e muito amada. Tristemente perdeu
seu esposo que foi vítima de um tiro durante uma caça e somente com a graça de
Deus conseguiu perdoar os causadores, e corajosamente educar os filhos. Como
santa viúva, Joana conheceu o Bispo Francisco de Sales que a assumiu em direção
espiritual e encontrou na santa a pessoa ideal para a fundação de uma Ordem
religiosa. Isto no ano de 1604. A partir disso, começou e se desenvolveu uma das
mais belas amizades que se têm conhecido entre os santos da Igreja. Santa Joana
Francisca de Chantal, já com os filhos educados, encontrou resistência dos seus
familiares, porém, diante do chamado de Cristo, tornou-se fundadora das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora. Seguindo o exemplo
de Maria, a santa de hoje com suas irmãs fizeram um grande bem à sociedade e à
toda Igreja. A longa vida religiosa da Senhora de Chantal foi cheia de
trabalhos, sofrimentos e consolações. Faleceu em Moulins, no ano de 1641. Nessa
época, já existiam na França noventa casas da sua Ordem. São Francisco de Sales
nunca abandonou a filha espiritual; sobreviveu-lhe ela dezenove anos e repousa
a seu lado na capela da Visitação, em Annecy (local da fundação da primeira
casa da Ordem das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora). Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!
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