MEDITAÇÕES PARA OS DIAS DA NOVENA DE NATAL – PARTE 2
ENCARNAÇÃO, NASCIMENTO E INFÂNCIA DE
JESUS CRISTO
Orietur
vobis Sol justitiae, et sanitas in pennis ejus. Para vós nascerá o Sol da
justiça, e estará a salvação sob as suas asas (Ml 4,2)
O
Médico virá, diz o profeta, para curar os enfermos: virá com a pressa do
pássaro que voa, ou do raio luminoso, que lançado pelo sol nascente, chega num
instante a outro polo. Mas eis que já veio. Consolemo-nos e lhe rendamos graças
Diz
S. Agostinho que esse Médico celeste desceu até ao leito do enfermo; com outras
palavras veio a tomar a nossa carne, pois o nosso corpo é como o leito de nossa
alma enferma
Os
outros médicos, quando afeiçoados ao doente, envidam todos os esforços para
curá-lo; mas haverá algum que, para curar o seu cliente, consinta em tomar para
si a doença dele? Entre todos os médicos só Jesus Cristo se carregou das nossas
enfermidades a fim de curar-nos: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas
fraquezas, diz Isaías, e ele mesmo carregou com as nossas dores. Não quis
enviar nenhum outro para cumprir esse misericordioso ofício, veio em pessoa a
fim de ganhar todo o nosso amor. Quis curar as nossas chagas com seu sangue, e
livrar-nos com sua morte da morte eterna que merecíamos. Numa palavra, quis
tomar o remédio amargo duma vida cheia de penas e duma morte dolorosa para
restituir-nos a vida e livrar-nos de todos os males
Nosso
Senhor disse a S. Pedro: Não devo eu beber o cálice que meu Pai me deu? — Foi
pois preciso que Jesus Cristo abraçasse tantas ignomínias para curar-nos do
orgulho; que abraçasse uma vida tão pobre para curar-nos da cobiça; enfim que
fosse imerso num oceano de amarguras e que morresse de pura dor para curar-nos
da sede de prazeres sensuais
Afetos
e Súplicas - Louvada e bendita seja para sempre a vossa caridade, ó meu
Redentor! Ah! que seria de minha alma empobrecida, enferma e aflita por tantas
chagas provenientes de meus peca-dos, se vos não tivesse, meu Jesus, que podeis
e quereis curar-me? Ó sangue de meu Salvador, confio em vós; lavai-me e
curai-me. Arrependo-me, meu Amor, de vos haver ofendido. Para me mostrardes o
vosso amor abraçastes uma vida tão aflita e uma morte tão cruel! quisera também
eu testemunhar-vos o meu amor; mas que posso fazer eu miserável, tão doente e
fraco? Ó Deus de minha alma, vós podeis tudo; podeis curar-me e santificar-me;
acendei em mim um vivo desejo de vos ser agradável. Renuncio a todas as
satisfações para comprazer-vos, meu divino Redentor, que mereceis ser
contentado a todo o custo! Ó soberano Bem, estimo-vos e amo-vos mais do que
todos os bens; fazei que vos ame de todo o coração e que vos peça sempre o
vosso santo amor. No passado vos ofendi e vos não amei porque não pedi vosso
amor; hoje vo-lo peço e suplico-vos a graça de pedi-lo sempre; atendei-me pelos
méritos de vossa paixão
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