O PROGRESSO NA VIDA ESPIRITUAL - Caridade para com
o próximo
“(...) que diremos
duma teoria errônea da correção fraterna? É o mais difícil dos deveres e a mais
obscura das obrigações, e uma teoria errônea a seu respeito causa muito
escândalo aos outros e muitas vezes infunde também uma idéia exagerada da nossa
própria importância . Devemos nos lembrar que são poucos os que, em virtude de
sua posição ou adiantamento, são de qualquer modo chamados a corrigir os seus
irmãos; ainda um menor número é competente para fazê-lo com doçura; e não há
ninguém cuja santidade não seja submetida à mais rude provação pelo perfeito
cumprimento deste dever
Ao contrário, os
que assumirem com leviandade e por conta própria esta responsabilidade delicada
não somente pecam por desobediência, por falta de respeito, por arrogância, por
azedume, por presunção e por exagero, como são causa de pecado para os outros,
fazendo das coisas de Deus um escândalo e um obstáculo. Antes, portanto, de
empreender a correção fraternal, verifiquemos se temos vocação para isto,
consultando a opinião de outros, tanto quanto a nossa própria. Quando tivermos
certeza desta vocação, façamos preceder nossa correção pela oração e a
deliberação
Podemos
acrescentar que corrigir o nosso próximo com o fim de edificar uma terceira pessoa
é uma prática que raramente evita conseqüências desagradáveis, e só não
prejudica nossa humildade por ser uma prova de que não temos esta de todo .
Nessa fase da vida espiritual [isto é, na via purgativa ou dos principiantes],
só podemos, a respeito da correção fraternal, reconhecer que ela existe. Mais
adiante, Deus no-la confiará e saberemos empregá-la. Se por acaso este dever
nos fosse imposto agora, não deveríamos empreendê-lo sem tremer e refletir,
esperando que Deus nos ajude com o resto. Portanto, guardar-nos-emos de
edificar o próximo por estes meios. Vejamos agora o verdadeiro meio de
edificá-lo. Podemos fazê-lo de dois modos: pela mortificação de Jesus e pela
doçura de Jesus
Primeiro, pela
mortificação de Jesus, isto é: guardar o silêncio sob justas repreensões,
abster-nos de julgamentos levianos e superficiais, não insistir pelos nossos
direitos de um modo pedante e desagradável, servir aos outros com desinteresse,
sem nos queixarmos das dificuldades e dos transtornos que nos causam, e sem
exagerarmos, teimosa e tolamente, os pontos onde todos têm direito de guardar
sua liberdade; são estes os modos pelos quais devemos praticar a mortificação
de Jesus no nosso trato com os outros, e, além da edificação que assim daremos,
conseguiremos por essas práticas um grau de perfeição interior acima de toda a
nossa previsão. E isso porque quase não há uma inclinação corrupta, orgulho
secreto ou dobra de amor próprio que elas não atinjam e purifiquem
Entretanto, devemos também edificar pela doçura de Jesus . Uma resposta branda afugenta a cólera, diz a Escritura . Palavras boas e meigas, como as de Nosso Senhor, são em si um apostolado . Ao contrário, palavras irônicas e mordazes, embora tenhamos muitas vezes o direito de empregá-las, ajudam continuamente o demônio em seu trabalho, prejudicam as almas dos outros, infringindo na nossa feridas que não deixam de ser sérias. Nossas maneiras devem ser cheias de unção, sendo por si um meio de atrair os outros, e de fazê-los amar o espírito que nos anima
A frieza, a falta
de interesse, um certo e inexplicável ar de superioridade ou mesmo uma afetada
condescendência, no entanto, são coisas não raro encontradas em pessoas
piedosas. Não dominaram ainda o seu espírito a ponto de empregá-lo
graciosamente, ou não apreciam como deviam a delicadeza e a ternura. Não têm,
portanto, presente ao espírito uma imagem fiel de Jesus, e dificilmente O podem
refletir na sua conduta exterior . Nosso próprio aspecto deve estar sujeito à
Graça . Quanto mais nos esforçarmos em gravar a imagem de Jesus em nossos
corações, tanto mais a Sua doçura transparecerá, sem o sabermos, em nossas
feições . A não ser em tempos de grande dor física (e mesmo isto nem sempre o
impede), a paz interior e a harmonia da alma se refletem visivelmente no
semblante
Notemos que no
Evangelho de São Marcos, escrito sob o ditado de São Pedro, há freqüentes
alusões à expressão e aos gestos de Nosso Senhor; e a história do jovem que não
teve coragem de renunciar ao dinheiro, bem como a própria conversão de São
Pedro, mostram o que podia a doçura do olhar de nosso Salvador . Praticamos
também esta doçura, louvando todo o bem que descobrirmos nos outros, mesmo
quando ele se mistura ao que não é bom . Quem louva livremente, porém sem
extravagância, sempre influi na conversa, e pode empregar sua influência na
causa de Deus . Um espírito crítico, pelo contrário, diverte pela vivacidade ou
assusta pela malícia, mas não suaviza, não atrai, não persuade, não governa
Devemos exercer
também essa doçura cristã, interpretando favoravelmente as ações duvidosas, sem
tomarmos todavia atitude forçada ou pouco natural, e sobretudo sem desculparmos
pecados positivos. Fora disto há vasto campo de ação para essa amável prática.
Nunca a praticareis sem fazerdes obra de missionário pela glória de Deus, ainda
que de modo inconsciente . Devemos guardar-nos também de certos olhares, de
umas certas maneiras, e sobretudo de um certo silêncio, que fazem sentir aos
outros que interiormente os censuramos. Nada é mais irritante do que isto.
Quando o pecado presenciado torna o santo silencioso, há no seu silêncio uma
triste doçura, que mostra sua aflição pelo pecador, e que se esforça por amá-lo
apesar do pecado. O nosso silêncio crítico, tão contrário à doçura de Jesus,
irrita aos outros e os põe na defensiva. Assim arrojam o pouco de Graça que
ainda possuíam, endurecendo seus corações contra qualquer Graça possível. Esse
silêncio severo, sendo de fato a mais clara das correções fraternas, ninguém o
pode exercer sem verificar, pelos métodos que indiquei, se tem ou não o direito
de corrigir seu irmão. Ainda assim é o meio mais arriscado de cumprir uma
obrigação já por si perigosa
Faz também parte
da doçura de Jesus não permitirmos que nossa piedade ou devoção incomode aos
outros. Quando Santa Joana Francisca de Chantal passou a estar sob a direção
espiritual de São Francisco de Sales, seus criados diziam que o antigo diretor
da senhora a fizera rezar uma ou duas vezes por dia, e ela todos incomodava
assim, ao passo que o novo diretor a fazia rezar o dia inteiro e a ninguém
incomodava. Um pouco de prudência bastaria, de certo, para que as nossas
Comunhões e orações não perturbassem o arranjo da família, nem exigissem dos
outros a menor abnegação. Ninguém deveria ter má vontade para essas coisas; mas
nós nada lhes devemos impor
Assim é que o
nosso trato com os outros deve a um tempo santificar a nós mesmos e edificar ao
próximo, pelo duplo exercício da mortificação e da doçura de Jesus.
Provavelmente já nos ocorreu que, nesta fase da nossa carreira, nosso trato com
os outros se resumisse principalmente no governo da língua . Não sei o que deve
surpreender mais: se a importância inesperada que a Santa Escritura assinala ao
dever de governar a língua, ou se a inteira indiferença que este dever inspira
até às almas piedosas. Só quem toma a concordância [bíblica] e procura na
Bíblia todas as passagens que se referem ao assunto, desde os Provérbios e o
Eclesiástico até S. Tiago, terá uma idéia da soma total de ensinos contidos sob
este título [do governo da língua] e do espaço que ocupa naquele único volume.
É incompatível com a brevidade que me proponho o entrar detalhadamente no
assunto. Basta sugerir a cada um esta única pergunta: a atenção escrupulosa que
cada um presta ao governo da língua está de todo em proporção com a tremenda
verdade revelada por São Tiago quando disse: ‘Se eu não puser um freio à minha
língua, toda a minha religião é vã’? A resposta dificilmente deixará de ser tão
assustadora quanto humilhante
Mas como governar
a língua? A simples enumeração dos males há de implicitamente sugerir os
remédios. Atendei a uma hora de conversa em qualquer companhia cristã. O
assunto volve quase unicamente em torno das ações e dos caracteres dos outros!
A razão é provavelmente esta: o trono do juízo de Nosso Senhor como que já está
erigido na terra, não estando porém ocupado, mas à Sua espera. Nós, entretanto,
com incivilidade, sem convite, subimos constantemente os degraus, sentamo-nos
no Seu trono, antecipando e imitando a Sua sentença sobre os nossos irmãos.
Procedendo deste modo, vemos quanto nossa conduta é perniciosa. Esta idéia nos
ajudará de certo a purificar a nossa conversa da discussão desnecessária sobre
motivos e ações alheias. Na maioria das vezes, porém, é só depois de longamente
percorrido o caminho da devoção, e quando já nos prejudicamos irreparavelmente,
que começamos a dedicar ao governo da nossa língua um pouco do cuidado que
merece e que imperiosamente exige
O primeiro efeito
da espiritualidade em nós é o de avivar o nosso lado crítico. Temos novas
medidas para avaliar, temos nova luz para ver tudo, e com esses novos meios de
observação prejudicamos nosso juízo sobre o próximo. Fazei disto o assunto do
vosso exame particular, e vos surpreendereis de ver quão numerosas são vossas
quedas. Com efeito, é difícil exagerar a facilidade, a multidão ou os efeitos
fatais dos pecados a que nos levam todas essas conversas sobre os outros, mesmo
quando temos e melhor e mais benévola das intenções. (...)” - [FABER, Padre Frederick William [1814 –
1863], in: O PROGRESSO NA VIDA ESPIRITUAL, tradução segundo o original inglês
por Marianna Nabuco, Editora Vozes, Petrópolis:1924, páginas 82-87]
LITURGIA DO DIA 13 DE NOVEMBRO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA (SB 6,1-11)
LEITURA
DO LIVRO DA SABEDORIA - 1Escutai, ó reis, e compreendei.
Instruí-vos, governadores dos confins da terra! 2Prestai atenção, vós
que dominais as multidões e vos orgulhais do número dos vossos súditos. 3Pois
o poder vos foi dado pelo Senhor e a soberania pelo Altíssimo. É ele quem
examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções; 4apesar de
estardes a serviço do seu reino, não julgastes com retidão, nem observastes a
Lei, nem procedestes conforme a vontade de Deus. 5Por isso, ele cairá de
repente sobre vós, de modo terrível, porque um julgamento implacável será feito
sobre os poderosos. 6O pequeno pode ser perdoado por misericórdia, mas
os poderosos serão examinados com poder. 7O Senhor de todos não recuará
diante de ninguém nem se deixará impressionar pela grandeza, porque o pequeno e
o grande foi ele quem os fez, e a sua providência é a mesma para com todos;
8mas para os poderosos, o julgamento será severo. 9A vós, pois,
governantes, dirigem-se as minhas palavras, para que aprendais a Sabedoria e
não venhais a tropeçar. 10Os que observam fielmente as coisas santas
serão justificados; e os que as aprenderem vão encontrar sua defesa. 11Portanto,
desejai ardentemente minhas palavras, amai-as e sereis instruídos - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SL 81)
LEVANTAI-VOS, Ó SENHOR, JULGAI A TERRA!
—
Fazei justiça aos indefesos e aos órfãos, ao pobre e ao humilde absolvei! Libertai
o oprimido, o infeliz, da mão dos opressores arrancai-os!
— Eu
disse: “Ó juízes, vós sois deuses, sois filhos, todos vós, do Deus Altíssimo!
E, contudo, como homens morrereis, caireis como qualquer dos poderosos!”
EVANGELHO (LC 17,11-19)
PROCLAMAÇÃO
DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO +
SEGUNDO LUCAS - 11Aconteceu que, caminhando para
Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava
para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à
distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao
vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam,
aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava
curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de
Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então
Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não
houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E
disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” - Palavra da Salvação
Mirjana
afirma ter tido em 1982, uma aparição que lança, segundo nos, raios de luz
sobre a historia da Igreja. Conta-nos que em uma aparição, satanás se
apresentou com a aparência da Virgem. Satanás pediu a Mirjana de renunciar a
Nossa Senhora e a segui-lo, que ganharia a felicidade no amor e na vida:
enquanto que com a Virgem, iria sofrer. Mirjana repeliu. E imediatamente
aparece-lhe a Virgem e satanás desaparece. A Virgem disse, essencialmente o que
se segue: “Desculpe-me por isto, mas deves saber que satanás
existe. Um dia se apresentou diante do trono de Deus e pediu permissão para
tentar a Igreja durante um século. Este século esta sob o poder do demônio, mas
quando cumprirem-se os segredos que confiei a vocês, o seu poder será
destruído. Já agora começa a perder o seu poder e tornou-se agressivo: destrói
casamentos, leva a discórdia entre sacerdotes, cria obsessões, assassinatos.
Devem proteger-se com a oração e o jejum: sobretudo com a oração comunitária.
Levem com vocês objetos bentos. Coloquem-nos em suas casas. Renovem o uso da
água benta”
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO ESTANILAU - O santo, que lembramos com muito
carinho neste dia, nasceu na nobre e influente família dos Kostka, a qual
possuía uma sólida vida de piedade familiar. Nasceu no castelo de Rostkow, na
vila de Prasnitz (Polônia), a 28 de outubro de 1550. Nesse ambiente é que
Estanislau cresceu na amizade e intimidade com Cristo. Quando tinha 14 anos foi
estudar em Viena, juntamente com seu irmão mais velho, Paulo. Devido a uma
ordem do Imperador Maximiliano I, o internato jesuíta onde estudavam foi
fechado, sobrando como refúgio o castelo de um príncipe luterano, que com
Paulo, promoveu o calvário doméstico de Estanislau. Em resposta às agressões do
irmão, que também eram físicas, e as tentações da corte, o santo e penitente
menino permanecia firme em seus propósitos cristãos: “Eu nasci para as
coisas eternas e não para as coisas do mundo”. Diante da pressão sofrida, a saúde de
Estanislau cedeu, e ao pedir que providenciassem um sacerdote para que pudesse
comungar o Corpo de Cristo, recebeu a negativa dos homens, mas não a de Deus.
Santa Bárbara apareceu-lhe, na companhia de anjos, portando Jesus Eucarístico
e, em seguida, trazendo-lhe a saúde física, surgiu a Virgem Maria com o Menino
Jesus. Depois desse fato o jovem discerniu sua vocação à vida religiosa como
jesuíta, por isso enfrentou familiares e, ousadamente, fugiu sozinho, a pé, e
foi parar na Companhia de Jesus. Acolhido pelo Provincial que o ouviu e se
encantou com sua história, com somente 18 anos de idade, viveu apenas 9 meses
no Noviciado, porque adquiriu uma misteriosa febre e antes de morrer os
sacerdotes ouviram do seus lábios sorridentes dizerem: “Maria veio
buscar-me, acompanhada de virgens para me levar consigo” – Santo Estanilau , rogai por nós !!
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