Queridos
irmãos, queridas irmãs, a paz! O Pe. Slavko declarou que, entre as muitas
experiências que pôde viver em Medjugorje, havia descoberto uma “inexaurível
inspiração espiritual na celebração eucarística”. Ele percebeu que “precisava”
preparar-se para este momento com a oração e a reflexão e constatou o “perigo a
que se expõem muitos padres, leigos, leigas e fiéis quando vão à Missa sem
preparação e a terminam sem ação de graças. Eles podem errar completamente o
encontro com Cristo, transformando a Missa num dever a ser cumprido”.
Foi
com essa preocupação que o Pe. Slavko escreveu um livro precioso: “Celebrem a
Missa com o coração”, do qual veremos alguns trechos.
“Madre
Teresa de Calcutá disse uma vez: A Cruz
simboliza o amor que Jesus nos teve; a Eucaristia, o amor que Jesus nos tem.
Maria,
a Mãe de Cristo, é a Mãe da Eucaristia. Ela nos convida a vivermos a vida
eucarística, a procedermos de tal maneira que a Missa se transforme em vida e a
vida em Missa. Nossa Senhora deseja nos ensinar a crescermos incessantemente
num amor aberto ao sacrifício, bebendo da fonte inesgotável do Amor eucarístico
divino. Eucaristia, com efeito, significa prontidão em aceitar o dom de Deus e
a doá-lo novamente.
O
convite de Maria é claríssimo: quando rezam, façam-no com o coração! E ao se
dirigirem à Missa, participem de coração. Fazer alguma coisa com o coração ou
de coração significa simplesmente fazê-la com amor, com dedicação, dignidade e
recolhimento.
Parece-me
importante sublinhar que rezar ou celebrar com o coração não significa “ter
sempre a mesma disposição”. Se, por exemplo, uma mãe passa a noite velando
junto ao filho doente, é claro que o faz por amor. Nem por isso deixa de
experimentar dificuldades, preocupações, cansaço. Mas é justamente em tais
circunstâncias, quando surgem dificuldades para continuar agindo com amor, que
o amor se prova. Quando, ao contrário, o amor precisa de apoio dos sentimentos,
nem mereceria ser definido como tal. Muitos abandonaram a oração e a Missa
porque encontraram obstáculos e, ao invés de superá-los, como normalmente se
faz na vida, simplesmente as puseram de lado.
No
momento da Missa, Deus nos fala pelas leituras da Bíblia, Cristo se sacrifica
por nós no altar, se faz presente no pão e desta maneira se oferece a nós na
Eucaristia, que se transforma assim num misterioso encontro da alma e do
coração com o Deus invisível.
A
preparação à visita de Cristo deve efetuar-se na oração, na leitura da Bíblia,
nas boas ações feitas conscientemente e num trabalho realizado com convicção,
segundo a possibilidade que Deus nos deu de colaborar com Ele. Se esta
consciência vier a faltar e se o fiel não vive neste estado, mas trabalha,
corre e passa toda a semana no sufoco, solicitado por todos os lados, sem tempo
para rezar e ler a Palavra de Deus, então o encontro dominical desse homem se
transformará numa desilusão. Por mais boa vontade que tenha, não conseguirá
viver o encontro com o Deus vivo, nem ouvir sua palavra, nem reconhecer-lhe a
vontade. Continuará insensível diante da celebração da Missa e estranho ao
desenrolar dos acontecimentos. Isso explica por que muitos fiéis vão
regularmente à Missa, durante a vida toda, sem nada mudarem em seu dia a dia.
Todo
o nosso dia ou a nossa semana deveria ser uma consciente preparação ao encontro
vital com Cristo na Missa, ao encontro com Aquele que deseja colaborar conosco
e tornar-nos prontos a colaborar com ele. Todos os nossos sucessos ou
insucessos, as nossas alegrias ou tristezas, os nossos erros ou pecados,
tornam-se assim, em certo sentido, uma preparação ao encontro com Cristo, quando
a pessoa procura esse encontro nas profundezas de sua alma.
Em
Medjugorje, a verdadeira preparação se faz antes de cada Missa vespertina. Recita-se
o rosário, invoca-se e suplica-se o Espírito Santo e cantam-se as ladainhas de
Nossa Senhora. Ela deseja uma preparação. Esses preparativos duram uma hora.
Mas, mesmo no caso de não se poder chegar tanto tempo antes na igreja, a
preparação nunca deveria faltar. Enquanto se dirige o carro ou se caminha,
sozinho ou em companhia de familiares e amigos, pode-se ir preparando o
encontro litúrgico. De que maneira? Cessando as conversas e começando a rezar. As
intenções individuais e as graças que vamos pedir devem ser: o amor a Jesus, a
fé na presença eucarística, o amor à sua palavra e a oração pedindo as luzes do
Espírito Santo para nós, para todos os que vão à Missa e para o padre ou os
padres que vão celebrá-la. Também seria bom rezar para sermos iluminados
interiormente, para reconhecermos quais as dificuldades e obstáculos que
atrapalham o nosso encontro com Deus. Outra intenção seria a cura das feridas
que permanecem em nossa alma por causa do pecado individual, do pecado dos
outros em relação a nós e do nosso em relação aos outros.
A
alma e o coração devem estar prontos, sentir esta Presença que se manifesta de
maneira simples no pão e no vinho, e ouvir o “silêncio divino” com o qual Deus
deseja falar-nos e curar-nos. Trata-se de um encontro com o Deus vivo, por meio
de Jesus Cristo.
Fonte:
“Celebrem a Missa com o coração”, do Padre Slavko Barbaric
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