A TRADIÇÃO DA IGREJA CATÓLICA
Os verdadeiros
amigos do povo não são revolucionários, nem inovadores, mas
tradicionalistas" – [Papa PIO X. Nostre charge
apostolique: sobre os erros do Sillon n. 39]
No mundo cristão
existe uma verdadeira fé, isto é, uma fé divina, fundada na palavra de Deus,
contida em ambos Testamentos. Mas há também uma palavra de Deus não escrita,
que se chama tradição divina e apostólica. Antes de Moisés não existia palavra
de Deus escrita. Durante mais de dois mil anos os verdadeiros fiéis não se
conservaram na verdadeira religião senão pelas tradições. Os mesmos apóstolos
pregaram o Evangelho antes que [ele] fosse escrito; e por isso dizia São Paulo
aos tessalonicenses: Meus irmãos, guardai as tradições que aprendestes, seja
com nossos discursos, seja com nossas cartas [II. II. 14]
O que pregava de
viva voz não tinha menos força e autoridade do que aquilo que escrevia; e não
se pode negar que há muitas coisas que foram reveladas e que não estão na
Escritura; e existe, sem dúvida, obrigação de crê-las
Por
isso, a Igreja católica, apostólica e romana sempre reconheceu uma palavra de
Deus não escrita. Se vê, disse São João Crisóstomo, pela passagem de
São Paulo na Segunda Epístola aos Tessalonicenses que os apóstolos nos
ensinaram muitas coisas que não estão na Escritura, e que temos obrigação de
crer : Hine patet quod non
omnia per epistolam tradita sunt; et multa alia etiam sine litteris; eadem fide
tam ista quam illa digna sunt [Orat.
IV]
Santo Agostinho
protesta em alto tom que não acreditaria no Evangelho sem a autoridade da
Igreja: Ego vero Evangelio non
crederem, nisi Ecclesiae catholicae me commoveret auctoritas [Epist. CLVII]
Temos
de ter cuidado de guardar na Igreja católica o que tem sido acreditado em todo
o lugar, sempre e por todos: In
ipsa catholica Ecclesia magnopere curandum est, ut id teneamus, quod ubique,
quod semper, quod ab omnibus creditum est
“Cada
um deles [os gnósticos] está tão pervertido que, falsificando a regra da
verdade, não cora de vergonha ao pregar a si mesmo. E quando, por nossa vez, os
levamos à tradição que vem dos apóstolos e que é conservada nas várias igrejas,
pela sucessão dos presbíteros, então se opõem à tradição, dizendo que, sendo
eles mais sábios do que os presbíteros, não somente, mas até dos apóstolos,
foram os únicos capazes de encontrar a pura verdade” – [SANTO IRINEU DE LIÃO. Contra as
heresias , liv. 3, cap. 2, n.
1-2]
“Já
que muitos, porém, são os que consideram serem de Cristo e que, apesar disto,
entre eles mesmos há quem pense diversamente dos que os antecederam, devemos
observar a pregação da Igreja que nos foi transmitida pela ordem de sucessão
desde os Apóstolos e que nela permanece até hoje, somente crendo naquela
verdade que em nada discorde da tradição eclesiástica e apostólica” - [ORÍGENES. De principiis. liv. 4,
Prólogo, n. 2 , século III]
“Na
Igreja Católica deve-se ter o maior cuidado para manter aquilo em que se crê em
todas as partes, sempre e por todos. Isto é o verdadeiro e propriamente
católico, segundo a ideia de universalidade que se encerra na mesma etimologia
da palavra. Mas isto se conseguirá se nós seguimos a universalidade, a
antiguidade e o consenso geral. Seguiremos a universalidade se confessamos como
verdadeira e única fé a que a Igreja inteira professa em todo o mundo; a
antiguidade, se não nos separamos de nenhuma forma dos sentimentos que
notoriamente proclamaram nossos santos predecessores e pais; o consenso geral,
por último, se, nesta mesma antiguidade, abraçamos as definições e as doutrinas de todos, ou de quase todos, os Bispos
e Mestres
A
autoridade do Apóstolo se manifestou, então, com maior severidade: 'Mas, ainda
que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho
diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema' (Gl 1,8). E por que
disse São Paulo 'ainda que nós' e não 'ainda que eu mesmo'? Porque quis dizer
que se inclusive Pedro, André, João ou o colégio dos Apóstolos anunciasse um evangelho diferente do
que vos temos anunciado, que ele seja anátema. Tremendo rigor que, para afirmar
a fidelidade à fé primitiva, não exclui nem a si mesmo nem aos outros
apóstolos” – [VICENTE DE
LÉRINS. Commonitorium: notas para conhecer a verdadeira fé. cap. 2 e 8]
“Assim
se reforça o ensinamento dos nossos santos Padres, ou seja, a tradição da
Igreja Universal, que de um extremo ao outro da terra acolheu o Evangelho.
Assim nos tornamos seguidores de Paulo que falou em Cristo, do divino colégio
apostólico e dos santos Padres, mantendo as tradições que recebemos. [...].
Aqueles, pois, que ousam [...] inventar novidades, ou repelir alguma coisa do
que foi confiado à Igreja [...]; ou que ousam transtornar com astúcia e engodo
algo das legítimas tradições da Igreja universal [...], nós decretamos que, se
bispo ou clérigo , sejam
depostos, se monges ou leigos, sejam excluídos da comunhão” – [II CONCÍLIO DE NICÉIA. Sétima
seção: definição a respeito dos sagrados ícones. Dz 602-603 , século VIII]
“Querendo
percorrer sem obstáculos a via reta e régia da divina justiça, devemos guardar
como tochas sempre a brilhar, que iluminam os nossos passos que são segundo
Deus, as definições e o pensamento dos santos Padres. [...]. Por isso,
professamos observar e guardar as regras transmitidas à Igreja santa, católica
e apostólica seja pelos santos e celebérrimos Apóstolos, seja pelos concílios
universais e locais dos bispos ortodoxos, seja por qualquer Padre falando por
Deus e doutor da Igreja; [...] pois o grande Apóstolo Paulo nos exorta
abertamente a manter as tradições que temos recebido, tanto pela palavra como
por carta, dos Santos que brilharam no passado” – [IV CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA.
Décima seção: cânones. cân. 1. Dz 650-652 , século IX]
[...]
“promulgou primeiro por sua própria boca Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de
Deus, e mandou logo que fosse pregado por ministério de seus Apóstolos a toda
criatura, como fonte de toda salutar verdade e de toda disciplina de costumes;
e vendo perfeitamente que esta verdade e disciplina se contém nos livros
escritos e nas tradições não escritas que, transmitidas como de mão em mão, tem
chegado até nós desde os apóstolos, que as receberam ou bem dos lábios do mesmo
Cristo, ou bem por inspiração do Espírito Santo; seguindo os exemplos dos
Padres ortodoxos, como igual afeto de piedade e igual reverência [este
Concílio] recebe e venera todos os livros, tanto do Antigo como do Novo
Testamento, já que o mesmo Deus é o autor de ambos, e também as tradições
mesmas que pertensem ora a fé ora aos costumes, foram oralmente por Cristo ou
pelo Espírito Santo ditadas e por contínua sucessão conservadas na Igreja
Católica" – [CONCÍLIO DE
TRENTO. Seção IV: decreto sobre os livros sagrados e as tradições a serem
acolhidas. Dz 1501 , século XVI]
[...]
“O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro para que
manifestassem, por sua revelação, uma nova doutrina, mas para que com a sua
assistência custodiassem santamente e expusessem fielmente a revelação
transmitida aos apóstolos, isto é, o depósito de fé" – [CONCÍLIO VATICANO I. Pastor
aeternus. cap. 12, n. 13 , século XIX]
“Muitas
vezes, permite também a divina Providência que homens justos sejam desterrados
da Igreja Católica por causa de alguma sedição muito turbulenta dos [homens]
carnais. E se suportam com paciência tal injustiça ou contumélia, mirando pela
paz eclesiástica, sem introduzir novidades cismáticas nem heréticas, ensinarão
aos demais com que verdadeiro afeto e sincera caridade devem servir a Deus. O
anseio de tais homens é o regresso, passada a tempestade, ou, se não lhes
autorizam a voltar, porque não terminou o temporal ou há indicíos de que se
enfureçam ainda mais com seu retorno, se conservam na firme vontade de mirar
pelo bem dos mesmos agitadores, a cuja sedição e turbulência cederam,
defendendo até morrer, sem originar separações, e ajudando com seu testemunho a
manter aquela fé que sabem que se prega na Igreja Católica. A estes coroa
secretamente o Pai, que vê o interior oculto. Rara parece essa classe de
homens, mas exemplos não faltam, e ainda são mais do que se pode
acreditar" – [AGOSTINHO
DE HIPONA. A verdadeira religião. cap. 6, n. 11 , século IV]
[...]
“segundo o que podemos deduzir da profecia de Daniel e do Apocalipse de São
João, a Igreja terá de ser perseguida em todo o mundo durante três anos e meio.
Assim que, tomando estas palavras em sentido espiritual, quando vemos a
abominação da desolação onde não deve estar, isto é, quando vemos que reina a
heresia e outros pecados semelhantes em meio daqueles que parecem consagrados
aos mistérios divinos, então os que continuam na Judéia, isto é, na confissão
da verdadeira fé, devem progredir tanto mais na virtude quanto sejam os que
veem ir pelos amplos caminhos do vício” – [SÃO
BEDA O VENERÁVEL, In Marcum. 4, 42 . século VIII]
LITURGIA DO DIA 25 DE NOVEMBRO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA (DN 1,1-6.8-20)
INÍCIO DA
PROFECIA DE DANIEL - 1No
terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da
Babilônia, avançou sobre Jerusalém e pôs-lhe cerco; 2o Senhor
entregou em suas mãos Joaquim, rei de Judá, e parte dos vasos da casa de Deus,
e ele os levou para a terra de Senaar, para o templo de seus deuses,
depositando os vasos no tesouro dos deuses. 3Então o rei ordenou ao
chefe dos eunucos, Asfenez, para que trouxesse, dentre os filhos de Israel,
alguns jovens de estirpe real ou de família nobre, 4sem defeito
físico e de boa aparência, preparados com boa educação, experientes em alguma
ciência e instruídos, e que pudessem estar no palácio real, onde lhes deveriam
ser ensinadas as letras e a língua dos caldeus. 5O rei fixou-lhes uma
ração diária da comida e do vinho de sua mesa, de tal modo que, assim
alimentados e educados durante três anos, eles pudessem no fim entrar para o
seu serviço. 6Havia, entre esses moços, filhos de Judá, Daniel, Ananias,
Misael e Azarias. 8Ora, Daniel decidiu secretamente não comer nem
beber da mesa do rei por convicções religiosas, e pediu ao chefe dos eunucos
que o deixasse abster-se para não se contaminar. 9Deus concedera que
Daniel obtivesse simpatia e benevolência por parte do mordomo. Este disse-lhes:
“Tenho medo do rei, meu Senhor, que determinou alimentação e bebida para todos
vós; 10se vier a perceber em vós um aspecto mais abatido que o dos
outros moços da vossa idade, estareis condenando minha cabeça perante o rei”. 11Mas
disse Daniel ao guarda que o chefe dos eunucos tinha designado para tomar conta
dele, de Ananias, Misael e Azarias: 12“Por favor, faze uma
experiência com estes teus criados por dez dias, e nos sejam dados legumes para
comer e água para beber;13e que à tua frente seja examinada nossa
aparência e a dos jovens que comem da mesa do rei, e, conforme achares, assim
resolverás com estes teus criados”. 14O homem, depois de ouvir esta
proposta, experimentou-os por dez dias. 15Depois desses dez dias,
eles apareceram com melhor aspecto e mais robustos do que todos os outros
jovens que se alimentavam com a comida do rei. 16O guarda, desde então,
retirava a comida e bebida deles para dar-lhes legumes. 17A esses
quatro jovens Deus concedeu inteligência e conhecimento das letras e das
ciências, e a Daniel, o dom da interpretação de todos os sonhos e visões. 18Terminado,
pois, o prazo que o rei tinha fixado para a apresentação dos jovens, foram
estes trazidos à presença de Nabucodonosor pelo chefe dos eunucos. 19Depois
de o rei lhes ter falado, não se achou ninguém, dentre todos os presentes, que
se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E passaram à companhia do
rei. 20Em todas as questões de sabedoria e entendimento que lhes
dirigisse, achava o rei neles dez vezes mais valor do que em todos os adivinhos
e magos que haviam em todo o reino - Palavra
do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (DN 3,52S)
A VÓS LOUVOR, HONRA E GLÓRIA ETERNAMENTE!
— Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais. A vós louvor,
honra e glória, eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor,
honra e glória, eternamente!
— No templo santo onde refulge a vossa glória. A vós
louvor, honra e glória, eternamente! Em vosso trono de poder vitorioso. A vós
louvor, honra e glória, eternamente!
— Sede bendito, que sondais as profundezas. A vós louvor,
honra e glória, eternamente! E superior aos querubins vos assentais. A vós
louvor, honra e glória, eternamente!
— Sede bendito no celeste firmamento. A vós louvor, honra
e glória, eternamente!
EVANGELHO (LC 21,1-4)
PROCLAMAÇÃO
DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO
LUCAS - Naquele tempo, 1Jesus
ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu
também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante
disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que
todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus,
aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha
para viver” - Palavra da Salvação
Mensagem de Nossa Senhora em 02/01/2012 – “Queridos
filhos; com maternal preocupação Eu olho dentro de seus corações, neles Eu vejo
dor e sofrimento; Eu vejo um passado ferido e uma busca incessante; Eu vejo
Meus filhos que desejam serem felizes mas não sabem como. Abram-se ao Pai. Este
é o caminho para a felicidade, o caminho pelo qual Eu desejo conduzi-los. Deus
o Pai nunca deixa os Seus filhos sozinhos, especialmente na dor e no desespero.
Quando vocês compreenderem e aceitarem isto, vocês serão felizes. Sua
busca irá terminar. Vocês amarão e não terão medo. Suas vidas serão
esperança e verdade que é Meu Filho. Obrigada. Eu imploro a vocês, rezem por
aqueles que Meu Filho escolheu. Não os julguem porque vocês todos serão
julgados” – Mensagem de Nossa Senhora em Medjugorje
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA CATARINA DE
ALEXANDRIA - Neste dia
lembramos a vida desta santa que é inspiradora e protetora de um Estado
brasileiro: Santa Catarina. Nascida em Alexandria, recebeu uma ótima formação
cristã. É uma das mais célebres mártires dos primeiros séculos, um dos Santos
Auxiliadores. O pai, diz a lenda, era Costes, rei de Alexandria. Ela própria
era, aos 17 anos, a mais bonita e a mais sábia das jovens de todo o império;
esta sabedoria levou-a a ser muitas vezes invocada pelos estudantes. Anunciou
que desejava casar-se, contanto que fosse com um príncipe tão belo e tão sábio
como ela. Esta segunda condição embargou que se apresentasse qualquer
pretendente. “Será a Virgem Maria que te procurará o noivo sonhado”, disse-lhe
o ermitão Ananias, que tinha revelações. Maria aparece, de fato, a Catarina na noite
seguinte, trazendo o Menino Jesus pela mão. “Gostas tu d’Ele?”, perguntou
Maria. -”Oh, sim”. -”E tu, Jesus, gostas dela?” -”Não gosto, é muito feia”.
Catarina foi logo ter com Ananias: “Ele acha que sou feia”, disse chorando.
-”Não é o teu corpo, é a tua alma orgulhosa que Lhe desagrada”, respondeu o
eremita. Este instruiu-a sobre as verdades da fé, batizou-a e tornou-a humilde;
depois disto, tendo-a Jesus encontrado bela, a Virgem Santíssima meteu aos dois
o anel no dedo; foi isto que se ficou chamando desde então o “casamento místico
de Santa Catarina”. Ansiosa de ir ter com o seu Esposo celestial, Catarina
ficou pensando unicamente no martírio. Conta-se que ela apresentou-se em nome
de Deus, diante do perseguidor, imperador Maxêncio, a fim de repreendê-lo por
perseguir aos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da religião
pagã. Santa Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, conseguiu
demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. Incapaz de lhe
responder, Maxêncio reuniu para a confundir os 50 melhores filósofos da
província que, além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e
converteram-se ao Cristianismo, isto tudo para a infelicidade do terrível
imperador. Maxêncio mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua
mulher Augusta, ao ajudante de campo Porfírio e a duzendos oficiais que, depois
de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos. Após a morte destes, Santa
Catarina foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio, tendo sido
sacrificada numa máquina com quatro rodas, armadas de pontas e de serras. Isto
aconteceu por volta do ano 305. O seu culto parece ter irradiado do Monte
Sinai; a festa foi incluída no calendário pelo Papa João XXII (1316-1334) - Santa Catarina de Alexandria, rogai por
nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário