Dia 12 celebraremos a festa da Rainha e Mãe dos brasileiros: Nossa Senhora Aparecida. Esta efeméride está vinculada ao resgate milagroso da Imagem de Nossa Senhora da Conceição das águas do rio Paraíba. Este achado é muito significativo e pleno de sentido religioso podendo ser considerado um acontecimento revelador e de profundo conteúdo salvífico para o Povo de Deus da Terra Brasiliense.
A começar pelos pescadores humildes que precisavam de sustento que foram os descobridores da imagem, a narrativa manifesta claramente a proteção, misericórdia e amor preferencial pelos mais pobres. O resgate das águas vincula Nossa Senhora as águas do batismo, a vida que é gerada e cuidada por Ela como Mãe da Igreja. A construção do primeiro oratório, depois a grandiosa Basílica atual, torna manifesto seu desejo de tornar-se a Mãe Intercessora, Rainha do Amor e da Paz do povo brasileiro, transformando assim a cidade de Aparecida em Capital da Fé do Brasil e cada nascido desta terra em filho e romeiro. Ainda é sugestivo no histórico da imagem o fato que ela foi estraçalhada por um demente na década do 70 e restaurada integralmente, o que mostra não só a força deste símbolo Mariano, mas revela que em Maria a imagem da pessoa humana é curada e restaurada para recuperar o esplendor original.
Finalmente, ao contemplarmos em detalhe a pequena estatueta deparamos com dois elementos constitutivos do povo brasileiro: a cor da imagem retirada do rio manifesta a feliz miscigenação contrária ao racismo e a segregação, somos um povo mestiço e mulato que acolhe com hospitalidade a todos; em segundo lugar o sorriso bondoso da Virgem que também retrata ao brasileiro como povo alegre, pacífico e sempre esperançoso.
Esta devoção faz parte visceral de nossa matriz religiosa e cultural, de nosso patrimônio espiritual e religioso, e sempre nos estimulará, para construirmos juntos como povo uma sociedade, mais humana, justa e fraterna, onde todos sejam respeitados na sua dignidade. Que Nossa Senhora Aparecida abençoe e proteja todas as famílias do Brasil. Deus seja louvado!
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ)
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