Padre Luís Manuel Padilla
DATA DA FOTO: Junho de 1962
FOTÓGRAFO: Desconhecido
LOCAL: Puerto Cabello, Venezuela
A BATINA.....UM SINAL DE SOCORRO
Há 50 anos o cardeal
arcebispo de Paris, Mons. Maurice Feltin, aprovou que os padres deixassem de
usar a batina em condições normais
Sua decisão, tomada em
29 de junho de 1962, não se apresentou como doutrinária ou moral, mas pastoral,
visando adaptar os costumes eclesiásticos às mutações da sociedade. De fato,
significou uma mudança histórica e foi acompanhada no mesmo ano pela maioria
das dioceses . A
mudança foi recebida como “verdadeira liberação”
Faz pensar na morte,
na Cruz. O sacerdote que a veste [a batina] se compromete a imitar a Cristo
casto e pobre. Ela sinaliza sua renúncia ao prazer e à sedução e, num sentido
mais largo, sua renúncia ao mundo, quer dizer, ao sistema que marca as relações
humanas pelo desejo de poder, dinheiro e aparência. A batina é uma forma de
túmulo. Ela faz eco à antiga prática de se revestir de um ‘véu mortuário’ na
cerimônia de entrada de religiosos e religiosas em religião, para simbolizar a
morte à vontade própria e ao mundo
A veste preta que
cobre o corpo todo,escreve é um escândalo para um mundo que exibe a carne, onde
prevalece um conformismo social tirânico em matéria de sexualidade, onde se afirma
ser anormal que alguém não seja sexualmente ativo. Ora, o sacerdote que pratica
a castidade e escolhe o celibato encarna a resistência contra esse modo de
pensar dominante. O fato de usar batina participa da radicalidade de Cristo e
de seu Evangelho . Em
se tratando de “dar testemunho”, que melhor testemunho pode haver que andar de
batina pelos logradouros públicos?
Trago aqui um texto de autoria do Padre
Jaime Tovar Patrón sobre o uso da batina . Esta breve coleção de textos nos
recorda a importância do uniforme sacerdotal, a batina ou hábito talar. Valha outro tanto para o hábito religioso próprio
das ordens e congregações. Em um mundo secularizado, da parte dos consagrados
não há melhor testemunho cristão que a vestimenta sagrada nos sacerdotes e
religiosos
SETE EXCELÊNCIAS DA BATINA : “Atente-se como o impacto da batina é
grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos a têm proibido
expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que agora, homens que
se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a usá-la?”
Hoje em dia são poucas as ocasiões em que podemos
admirar um sacerdote vestindo sua batina. O uso da batina, uma tradição que
remonta a tempos antiqüíssimos, tem sido esquecido e às vezes até desprezado na
Igreja pós-conciliar. Porém isto não quer dizer que a batina perdeu sua
utilidade, se não que a indisciplina e o relaxamento dos costumes entre o clero
em geral é uma triste realidade
A batina foi instituída pela Igreja pelo fim do
século V com o propósito de dar aos seus sacerdotes um modo de vestir sério,
simples e austero. Recolhendo, guardando esta tradição, o Código de Direito
Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos os sacerdotes
Contra o ensinamento perene da Igreja está a
opinião de círculos inimigos da Tradição que tratam de nos fazer acreditar que
o hábito não faz o monge, que o sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de
menos e que o sacerdote é o mesmo de batina ou à paisana
Sem dúvida a experiência mostra o contrário, porque
quando há mais de 1500 anos a Igreja decidiu legislar sobre este assunto foi
porque era e continua sendo importante, já que ela não se preocupa com
ninharias . Em seguida expomos sete excelências da batina
condensadas de um escrito do ilustre Padre Jaime Tovar Patrón
1ª RECORDAÇÃO
CONSTANTE DO SACERDOTE : Certamente
que, uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um
lembrete nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem
ruído, um sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai
de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode
permanecer neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se
chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E
logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando
exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se despreza
a categoria ou classe que este representa
2ª PRESENÇA DO
SOBRENATURAL NO MUNDO : Não
resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras,
insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um
guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença
influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo
sejam as intenções e conduta dos cidadãos
Uma batina sempre suscita algo nos que nos rodeiam.
Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir os
lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada
avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento
As relações da alma com Deus não são exclusivas do
templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para estas pessoas, que
melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um
sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os fiéis tem lamentado a
dessacralização e seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o
suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as
tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios; de falta de
vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o
“desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização
3ª É DE GRANDE
UTILIDADE PARA OS FIÉIS : O
sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas
nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um
horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de
Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem
reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo.
Aquele que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser
identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua
missão
4ª SERVE PARA
PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS : A quantas
coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta
advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe.
Eduardo F. Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade . Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em
bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a
pouco se tem ido cada vez a mais
Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é
um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a,
desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos
pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da
batina supostamente para salvar os outros
Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação
e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam.
Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II,
praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora:
tinham-no feito muito antes
5ª AJUDA
DESINTERESSADA AOS DEMAIS : O povo
cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se
não o de seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o
padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições,
dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante
das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para
seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos.
Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de
abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?
6ª IMPÕE A MODERAÇÃO
NO VESTIR : A Igreja preservou sempre seus
sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um
hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o
pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e
ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas distinções não adornam a
pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da
Igreja
Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o
sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos,
cores, etc. Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito
religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê de seus
gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir
como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com
pêlos de camelo
7ª EXEMPLO DE
OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO : Como
alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser
exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o
ajuda a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina
da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se
esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou
confundirá seu traje e sua vida com a do mundo
Estas sete excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente, leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm dado maravilhosos frutos através dos séculos
LITURGIA DO DIA 17 DE OUTUBRO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA (RM 3,21-30)
LEITURA DA
CARTA DE SÃO PAULO AOS ROMANOS. Irmãos, 21agora,
sem depender do regime da Lei, a justiça de Deus se manifestou, atestada pela
Lei e pelos Profetas; 22justiça de Deus essa, que se realiza
mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que têm a fé. Pois diante desta
justiça não há distinção: 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus, 24e
a justificação se dá gratuitamente, por sua graça, em virtude da redenção
realizada em Jesus Cristo. 25Deus destinou Jesus Cristo a ser, por seu
próprio sangue, instrumento de expiação mediante a realidade da fé. Assim Deus
mostrou sua justiça em ter deixado sem castigo os pecados cometidos outrora, 26no
tempo de sua tolerância. Assim ainda ele demonstra sua justiça no tempo
presente, para ser ele mesmo justo, e tornar justo aquele que vive a partir da
fé em Jesus. 27Onde estaria, então, o direito de alguém se gloriar? —
Foi excluído. Por qual lei? Pela lei das obras? — Absolutamente não, mas, sim,
pela lei da fé. 28Com efeito, julgamos que o homem é justificado
pela fé, sem a prática da Lei judaica. 29Acaso Deus é só dos
judeus? Não é também Deus dos pagãos? Sim, é também Deus dos pagãos.30Pois
Deus é um só - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SL 129)
NO SENHOR SE ENCONTRA TODA GRAÇA E COPIOSA REDENÇÃO!
— Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha
voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!
— Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de
subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero
— No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua
palavra. A minh’alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora
EVANGELHO (LC 11,47-54)
PROCLAMAÇÃO
DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO + SEGUNDO
LUCAS - Naquele tempo, disse o Senhor: 47“Ai
de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais
que os mataram. 48Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as
obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos.
49É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas
e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles, 50a fim de
que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado
desde a criação do mundo,51desde o sangue de Abel até o sangue de
Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu vos digo: serão
pedidas contas disso a esta geração. 52Ai de vós, mestres da Lei,
porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda
impedistes os que queriam entrar”. 53Quando Jesus saiu daí, os mestres
da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos
pontos. 54Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer
palavra que saísse de sua boca - Palavra
da Salvação
MENSAGEM
DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE
- “Queridos filhos, agradeçam Comigo ao
Altíssimo pela Minha presença com vocês. Alegre está o Meu Coração olhando o
amor e a alegria que vocês tem em viver as Minhas mensagens. Muitos Me deram a
resposta, mas Eu espero e procuro todos os corações adormecidos a fim de que
acordem do sono da incredulidade. Aproximem-se mais ainda, filhinhos, do Meu
Coração Imaculado para que Eu possa guiar todos vocês para a Eternidade.
Obrigada por terem respondido ao Meu Apelo” - Mensagem
extraordinária ao vidente Ivan na colina das aparições em 24 de junho de 2011
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO INÁCIO DE
ANTIOQUIA - Neste dia
deparamos com a fé ardente, doação completa e amor singular ao Cristo do mártir
Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia da Síria, que desde a infância
conviveu com a primeira geração dos cristãos. Como Bispo foi muito amado em
Antioquia e no Oriente todo, pois sua santidade brilhava, tanto que o prenderam
devido a sua liderança na religião cristã, durante o Império de Trajano, por
volta do ano 107. Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser
transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial
poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas
cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em
especial à Igreja Católica em Roma: “Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna.
Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou
trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser
apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se
convertam em meu sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei
verdadeiro discípulo de Cristo”. Nesta mesma carta há uma preciosa
afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: “Não encontro mais prazer no
alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus,
este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor
incorruptível”. Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a
Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola
aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos
Tralianos. Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma no
ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos mártires a fim
de nos doarmos por amor. Santo Inácio de
Antioquia, rogai por nós!
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