A POBREZA ESPIRITUAL DE NOSSOS DIAS
Como não ter por suma loucura
acumular tudo lá onde o que se deposita se perde e se corrompe, e não deixar
nem a mais ínfima parte ali onde há de permanecer intacto e até crescer? E
onde, além disso, havemos de viver por toda a eternidade! É por isso que os
gentios não crêem no que lhes dizemos, pois querem que lhes demonstremos a
nossa doutrina, não pelas nossas palavras, mas pelas nossas obras
1-Quando nos vêem construir
magníficas casas e plantar jardins e construir termas e comprar campos, não
conseguem persuadir-se de que estamos a preparar a nossa viagem para outra
cidade. Se assim fosse, argumentam, [os cristãos] venderiam tudo o que possuem aqui
e o depositariam ali, e assim pensam em função do que costuma acontecer na
vida. Com efeito, podemos observar que os grandes ricaços adquirem casas,
campos e tudo o mais principalmente nas cidades onde pretendem passar a vida.
Nós, porém, fazemos o contrário: a terra que havemos de abandonar dentro de
pouco, matamo-nos por possuí-Ia, e por umas braças a mais, ou por umas
construções, não somente entregamos o nosso dinheiro, mas até o nosso sangue;
mas para comprar o céu, custa-nos imenso desprender-nos até do supérfluo, e
isso quando poderíamos comprá-lo a preço muito baixo e, uma vez comprado,
possuí-lo eternamente. Portanto, se ali aparecermos nus, sofreremos o suplício
definitivo, e o sofreremos não apenas por causa da nossa pobreza, mas por
termos empobrecido os outros. Porque, quando os pagãos vêem que aqueles que
foram iniciados em tão altos mistérios põem todo o seu afã no que é terreno,
também eles o abraçam com redobrado ardor, com o que não fazem senão acumular
brasas sobre a nossa cabeça. Se nós, que deveríamos ensiná-los a desprezar tudo
o que é visível, somos os primeiros a excitar-lhes a cobiça, como poderemos
salvar-nos, réus que somos da perdição dos outros? (Homilias sobre São Mateus,
12, 5)
2-"Como é possível isto [fugir
da tirania do dinheiro]?", dir-me-eis. Metendo no vosso coração outro amor
diferente: o amor dos céus. Aquele que aspira à realeza, despreza a avareza.
(Homilias sobre São Mateus, 12, 6)
3-Por que queres que aconteça contigo
o mesmo que aconteceu com Nabucodonosor? Este levantou uma estátua a si mesmo,
e da madeira, da forma insensível, esperava que lhe adviria um acréscimo de
fama. O vivo queria receber novo brilho daquilo que não tem vida: compreendes o
excesso da sua loucura? Porque, crendo que iria honrar-se a si mesmo, cobriu-se
de ignomínia. Efetivamente, como não considerar ridículo um homem que tem mais
confiança num objeto inanimado que em si mesmo e na alma viva que há nele, e
por isso exalta a tal grau de preeminência a madeira e procura ser glorificado
não pelos seus costumes, mas por algumas peças reunidas? É exatamente como
aqueles que pretendem brilhar pelo pavimento da sua casa, ou por uma bela
escadaria, ao invés de brilharem pela sua condição de homens. Nabucodonosor tem
hoje muitos imitadores entre nós. Ele quis ser admirado pela sua famosa
estátua; outros querem agora ser admirados pelas suas vestes, pela sua casa,
pelas suas mulas, pelos seus carros, pelas colunas que sustentam os seus
palácios. E, como perderam o seu ser de homens, andam de cá para lá, buscando
por toda a parte uma glória que é o cúmulo do ridículo – [Homilias sobre São Mateus, 4, 10 - São João
Crisóstomo]
“Como sabeis, há vários motivos que,
ao escolher o meu nome, me levaram a pensar em Francisco de Assis, uma figura
bem conhecida mesmo além das fronteiras da Itália e da Europa, inclusive entre
os que não professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco
tinha pelos pobres. Ainda há tantos pobres no mundo! E tanto sofrimento passam
estas pessoas! A exemplo de Francisco de Assis, a Igreja tem procurado, sempre
e em todos os cantos da terra, cuidar e defender quem passa indigência e penso
que podereis constatar, em muitos dos vossos países, a obra generosa dos
cristãos que se empenham na ajuda aos doentes, aos órfãos, aos sem-abrigo e a
quantos são marginalizados, e deste modo trabalham para construir sociedades
mais humanas e mais justas
Mas há ainda outra pobreza: é a
pobreza espiritual dos nossos dias, que afecta gravemente também os países
considerados mais ricos. É aquilo que o meu Predecessor, o amado e
venerado Bento XVI,
chama a «ditadura do relativismo», que deixa cada um como medida de si mesmo,
colocando em perigo a convivência entre os homens. E assim chego à segunda
razão do meu nome. Francisco de Assis diz-nos: trabalhai por edificar a paz.
Mas, sem a verdade, não há verdadeira paz . Não pode haver verdadeira paz, se
cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e só os
direitos próprios, sem se importar ao mesmo tempo do bem dos outros, do bem de
todos, a começar da natureza comum a todos os seres humanos nesta terra” – [Homilia do Papa Francisco]
Os primeiros
cristãos, primícias da Igreja nascente, levaram ao auge a perfeição evangélica
e deram o exemplo de uma incomparável união, de uma completa abnegação e
sublime caridade. Viviam como se fossem um só coração e uma só alma. Tudo que
cada um tinha era possuído em comum. Vendiam as suas fazendas e os seu bens e
distribuíam-nos por todos, segundo a necessidade que cada um tinha. A comunhão
de bens realizada pela fé destes primeiros cristãos dava aos Apóstolos a
administração e o domínio das coisas temporais
Desde modo se acha
constituída a propriedade eclesiástica no próprio berço da Igreja
Dentre os que
venderam os seus bens para fazer comum o valor deles, cita a Sagrada Escritura
por exemplo, um levita, natural de Chipre, chamado José, que recebeu o
sobrenome de Barnabé e que, pouco tempo depois, elevando à dignidade de
Apóstolo, veio a ser companheiro de São Paulo
São Lucas nos Atos
dos Apóstolos fala-nos de um outro fiel chamado Ananias, que vendeu um campo e
trouxe aos Apóstolos só uma parte do preço, fazendo-lhes crer que o trazia
todo. São Pedro disse-lhe: "Ananias, por que tentou Satanás o teu coração
para que tu mentisses ao Espírito Santo e reservastes parte do preço do campo?
Porventura não te era livre ficar com ele e ainda hoje, depois de vendido, não
era teu o preço?" Essas palavras de São Pedro mostram que o crime não
consistia no direito exclusivo de propriedade nem no de reservar para si a
totalidade ou parte do que lhe pertencia, mas na mentira do discípulo que, depois
de afirmar que dava todos os seus bens, como os outros, retinha uma parte por
espírito de cobiça e avareza. Ricos com o que conservavam em seu poder Ananias
e sua esposa Safira vinham a sê-lo muito mais adquirindo o direito de
participar do tesouro comum da Igreja
Essa criminosa
especulação foi o segundo atentado contra os bens da Igreja e dos pobres. O
primeiro cometera-o Judas Iscariotes que roubava o que recolhia para os pobres.
Como se vê, a oblação foi livre e santa desde o princípio da pregação
evangélica e é o que estabelece uma diferença essencial entre o Evangelho e o
comunismo . "O comunismo, diz o
Padre Rivaux , é a exaltação até ao delírio de todos os apetites materiais
e de todos os desejos grosseiros. A comunhão evangélica é a abnegação, a
imolação do orgulho e da carne. DO EVANGELHO AO COMUNISMO HÁ A DISTÂNCIA DO CÉU
AO INFERNO"
LITURGIA DO DIA 13/08/2013
PRIMEIRA LEITURA: DEUTERONÔMIO 31, 1-8
XIX SEMANA
COMUM* - (VERDE - OFÍCIO DO DIA) - LEITURA DO LIVRO DO DEUTERONÔMIO
- 1Moisés dirigiu ainda a todo o Israel o discurso seguinte: 2Eis-me
hoje com a idade de cento e vinte anos; não posso mais ir e vir, e o Senhor
disse-me que eu não passaria o Jordão. 3O Senhor, teu Deus,
passará diante de ti; ele mesmo exterminará essas nações para que possuas a sua
terra. E Josué vos conduzirá, como o declarou o Senhor. 4O
Senhor fará a esses povos como fez a Seon e a Og, reis dos amorreus, e à sua
terra, aniquilando-os. 5O Senhor vo-los entregará, e vós os
tratareis exatamente como vos ordenei. 6Coragem! E sede fortes.
Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor vosso Deus que marcha à
vossa frente: ele não vos deixará nem vos abandonará. 7Moisés
chamou em seguida Josué e disse-lhe em presença de todo o Israel: Mostra-te
varonil e corajoso, porque entrarás com esse povo na terra que o Senhor jurou a
seus pais dar-lhes, e a repartirás entre eles. 8O Senhor mesmo
marchará diante de ti, e estará contigo, e não te . deixará nem te abandonará.
Nada temas, e não te amedrontes - Palavra
do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (DT 32)
REFRÃO: A PORÇÃO DO SENHOR É O
SEU POVO
1. O nome do Senhor vou invocar; vinde todos e dai glória a nosso Deus! Ele é a Rocha: suas obras são perfeitas. -R.
2. Recorda-te dos dias do passado e relembra as antigas gerações; pergunta, e teu pai te contará; interroga, e teus avós te ensinarão. -R.
3. Quando o Altíssimo os povos dividiu e pela terra espalhou os filhos de Adão, as fronteiras das nações ele marcou de acordo com o número de seus filhos. -R.
4. Mas a parte do Senhor foi o seu povo, e Jacó foi a porção de sua herança. O Senhor, somente ele, foi seu guia, e jamais um outro deus com ele estava.-R
1. O nome do Senhor vou invocar; vinde todos e dai glória a nosso Deus! Ele é a Rocha: suas obras são perfeitas. -R.
2. Recorda-te dos dias do passado e relembra as antigas gerações; pergunta, e teu pai te contará; interroga, e teus avós te ensinarão. -R.
3. Quando o Altíssimo os povos dividiu e pela terra espalhou os filhos de Adão, as fronteiras das nações ele marcou de acordo com o número de seus filhos. -R.
4. Mas a parte do Senhor foi o seu povo, e Jacó foi a porção de sua herança. O Senhor, somente ele, foi seu guia, e jamais um outro deus com ele estava.-R
EVANGELHO: MATEUS 18, 1-5.10.12-14
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO MATEUS - Naquele tempo,1Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? 2Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: 3Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. 4Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. 5E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. 10Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus. 12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos - Palavra da salvação
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos! Eu também hoje
estou com vocês de uma forma especial, meditando e vivendo em meu Coração
a Paixão de Jesus. Filhinhos, abram seus corações e dêem-me tudo que se
encontra neles: as alegrias, as tristezas e cada dor, mesmo a mais pequenina,
para que eu possa oferecê-las a Jesus, a fim de que Ele, em seu incomensurável
amor, queime e transforme suas tristezas na alegria de sua Ressurreição. É por
isso que agora os convido, filhinhos, de modo particular, a abrirem seus
corações à oração para que, através dela, vocês se tornem amigos de Jesus.
Obrigada por terem correspondido a meu apelo” – MENSAGEM DO DIA 25.02.99
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTOS PONCIANO E HIPÓLITO - Os santos de hoje, viveram caminhos que se
chocaram durante a vida, no entanto, Ponciano e Hipólito se reconciliaram
quando enfrentaram o exílio. Ponciano foi zeloso Papa da Igreja de Cristo,
eleito em 230, enquanto Hipólito, um fecundo escritor e orador . Aconteceu que,
naquele tempo, rompeu um cisma na Igreja, onde Hipólito defendia um tal
rigorismo que os adúlteros, fornicadores e apóstatas não mereceriam perdão,
mesmo diante de arrependimento. Ponciano, o Papa da Misericórdia, não
concordava com este duro princípio e nem outras reflexíveis cheias de boa fé,
porém que não revelavam o coração do Pai, o qual escolheu a Igreja como
instrumento deste amor que perdoa e salva . Ponciano, que confirmava a fé nos
cristãos, diante do clima de perseguição criado pelo imperador Maximiano, foi
denunciado e, por isso, preferiu prudentemente renunciar ao serviço de Papa,
visando o bem da Igreja e acolheu o exílio. Na ilha da Sardenha encontrou
exilado também o sacerdote Hipólito e, em meio aos trabalhos forçados, se
reconciliaram, sendo que Hipólito renunciou aos seus erros, antes de colherem
em 235 o “passaporte” do Céu, ou seja o martírio . Santos Ponciano e Hipólito,
rogai por nós!
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