segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A POBREZA ESPIRITUAL DE NOSSOS DIAS - LITURGIA DIÁRIA , 13 DE AGOSTO DE 2013

A POBREZA ESPIRITUAL DE NOSSOS DIAS


Como não ter por suma loucura acumular tudo lá onde o que se deposita se perde e se corrompe, e não deixar nem a mais ínfima parte ali onde há de permanecer intacto e até crescer? E onde, além disso, havemos de viver por toda a eternidade! É por isso que os gentios não crêem no que lhes dizemos, pois querem que lhes demonstremos a nossa doutrina, não pelas nossas palavras, mas pelas nossas obras


1-Quando nos vêem construir magníficas casas e plantar jardins e construir termas e comprar campos, não conseguem persuadir-se de que estamos a preparar a nossa viagem para outra cidade. Se assim fosse, argumentam, [os cristãos] venderiam tudo o que possuem aqui e o depositariam ali, e assim pensam em função do que costuma acontecer na vida. Com efeito, podemos observar que os grandes ricaços adquirem casas, campos e tudo o mais principalmente nas cidades onde pretendem passar a vida. Nós, porém, fazemos o contrário: a terra que havemos de abandonar dentro de pouco, matamo-nos por possuí-Ia, e por umas braças a mais, ou por umas construções, não somente entregamos o nosso dinheiro, mas até o nosso sangue; mas para comprar o céu, custa-nos imenso desprender-nos até do supérfluo, e isso quando poderíamos comprá-lo a preço muito baixo e, uma vez comprado, possuí-lo eternamente. Portanto, se ali aparecermos nus, sofreremos o suplício definitivo, e o sofreremos não apenas por causa da nossa pobreza, mas por termos empobrecido os outros. Porque, quando os pagãos vêem que aqueles que foram iniciados em tão altos mistérios põem todo o seu afã no que é terreno, também eles o abraçam com redobrado ardor, com o que não fazem senão acumular brasas sobre a nossa cabeça. Se nós, que deveríamos ensiná-los a desprezar tudo o que é visível, somos os primeiros a excitar-lhes a cobiça, como poderemos salvar-nos, réus que somos da perdição dos outros? (Homilias sobre São Mateus, 12, 5)


2-"Como é possível isto [fugir da tirania do dinheiro]?", dir-me-eis. Metendo no vosso coração outro amor diferente: o amor dos céus. Aquele que aspira à realeza, despreza a avareza. (Homilias sobre São Mateus, 12, 6)


3-Por que queres que aconteça contigo o mesmo que aconteceu com Nabucodonosor? Este levantou uma estátua a si mesmo, e da madeira, da forma insensível, esperava que lhe adviria um acréscimo de fama. O vivo queria receber novo brilho daquilo que não tem vida: compreendes o excesso da sua loucura? Porque, crendo que iria honrar-se a si mesmo, cobriu-se de ignomínia. Efetivamente, como não considerar ridículo um homem que tem mais confiança num objeto inanimado que em si mesmo e na alma viva que há nele, e por isso exalta a tal grau de preeminência a madeira e procura ser glorificado não pelos seus costumes, mas por algumas peças reunidas? É exatamente como aqueles que pretendem brilhar pelo pavimento da sua casa, ou por uma bela escadaria, ao invés de brilharem pela sua condição de homens. Nabucodonosor tem hoje muitos imitadores entre nós. Ele quis ser admirado pela sua famosa estátua; outros querem agora ser admirados pelas suas vestes, pela sua casa, pelas suas mulas, pelos seus carros, pelas colunas que sustentam os seus palácios. E, como perderam o seu ser de homens, andam de cá para lá, buscando por toda a parte uma glória que é o cúmulo do ridículo – [Homilias sobre São Mateus, 4, 10 - São João Crisóstomo]



“Como sabeis, há vários motivos que, ao escolher o meu nome, me levaram a pensar em Francisco de Assis, uma figura bem conhecida mesmo além das fronteiras da Itália e da Europa, inclusive entre os que não professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco tinha pelos pobres. Ainda há tantos pobres no mundo! E tanto sofrimento passam estas pessoas! A exemplo de Francisco de Assis, a Igreja tem procurado, sempre e em todos os cantos da terra, cuidar e defender quem passa indigência e penso que podereis constatar, em muitos dos vossos países, a obra generosa dos cristãos que se empenham na ajuda aos doentes, aos órfãos, aos sem-abrigo e a quantos são marginalizados, e deste modo trabalham para construir sociedades mais humanas e mais justas

Mas há ainda outra pobreza: é a pobreza espiritual dos nossos dias, que afecta gravemente também os países considerados mais ricos. É aquilo que o meu Predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama a «ditadura do relativismo», que deixa cada um como medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens. E assim chego à segunda razão do meu nome. Francisco de Assis diz-nos: trabalhai por edificar a paz. Mas, sem a verdade, não há verdadeira paz . Não pode haver verdadeira paz, se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e só os direitos próprios, sem se importar ao mesmo tempo do bem dos outros, do bem de todos, a começar da natureza comum a todos os seres humanos nesta terra” – [Homilia do Papa Francisco]



Os primeiros cristãos, primícias da Igreja nascente, levaram ao auge a perfeição evangélica e deram o exemplo de uma incomparável união, de uma completa abnegação e sublime caridade. Viviam como se fossem um só coração e uma só alma. Tudo que cada um tinha era possuído em comum. Vendiam as suas fazendas e os seu bens e distribuíam-nos por todos, segundo a necessidade que cada um tinha. A comunhão de bens realizada pela fé destes primeiros cristãos dava aos Apóstolos a administração e o domínio das coisas temporais


Desde modo se acha constituída a propriedade eclesiástica no próprio berço da Igreja


Dentre os que venderam os seus bens para fazer comum o valor deles, cita a Sagrada Escritura por exemplo, um levita, natural de Chipre, chamado José, que recebeu o sobrenome de Barnabé e que, pouco tempo depois, elevando à dignidade de Apóstolo, veio a ser companheiro de São Paulo


São Lucas nos Atos dos Apóstolos fala-nos de um outro fiel chamado Ananias, que vendeu um campo e trouxe aos Apóstolos só uma parte do preço, fazendo-lhes crer que o trazia todo. São Pedro disse-lhe: "Ananias, por que tentou Satanás o teu coração para que tu mentisses ao Espírito Santo e reservastes parte do preço do campo? Porventura não te era livre ficar com ele e ainda hoje, depois de vendido, não era teu o preço?" Essas palavras de São Pedro mostram que o crime não consistia no direito exclusivo de propriedade nem no de reservar para si a totalidade ou parte do que lhe pertencia, mas na mentira do discípulo que, depois de afirmar que dava todos os seus bens, como os outros, retinha uma parte por espírito de cobiça e avareza. Ricos com o que conservavam em seu poder Ananias e sua esposa Safira vinham a sê-lo muito mais adquirindo o direito de participar do tesouro comum da Igreja


Essa criminosa especulação foi o segundo atentado contra os bens da Igreja e dos pobres. O primeiro cometera-o Judas Iscariotes que roubava o que recolhia para os pobres. Como se vê, a oblação foi livre e santa desde o princípio da pregação evangélica e é o que estabelece uma diferença essencial entre o Evangelho e o comunismo . "O comunismo, diz o Padre Rivaux , é a exaltação até ao delírio de todos os apetites materiais e de todos os desejos grosseiros. A comunhão evangélica é a abnegação, a imolação do orgulho e da carne. DO EVANGELHO AO COMUNISMO HÁ A DISTÂNCIA DO CÉU AO INFERNO"




LITURGIA DO DIA 13/08/2013
 
PRIMEIRA LEITURA: DEUTERONÔMIO 31, 1-8


XIX SEMANA COMUM* - (VERDE - OFÍCIO DO DIA) - LEITURA DO LIVRO DO DEUTERONÔMIO1Moisés dirigiu ainda a todo o Israel o discurso seguinte: 2Eis-me hoje com a idade de cento e vinte anos; não posso mais ir e vir, e o Senhor disse-me que eu não passaria o Jordão. 3O Senhor, teu Deus, passará diante de ti; ele mesmo exterminará essas nações para que possuas a sua terra. E Josué vos conduzirá, como o declarou o Senhor. 4O Senhor fará a esses povos como fez a Seon e a Og, reis dos amorreus, e à sua terra, aniquilando-os. 5O Senhor vo-los entregará, e vós os tratareis exatamente como vos ordenei. 6Coragem! E sede fortes. Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor vosso Deus que marcha à vossa frente: ele não vos deixará nem vos abandonará. 7Moisés chamou em seguida Josué e disse-lhe em presença de todo o Israel: Mostra-te varonil e corajoso, porque entrarás com esse povo na terra que o Senhor jurou a seus pais dar-lhes, e a repartirás entre eles. 8O Senhor mesmo marchará diante de ti, e estará contigo, e não te . deixará nem te abandonará. Nada temas, e não te amedrontes - Palavra do Senhor


SALMO RESPONSORIAL (DT 32)


REFRÃO: A PORÇÃO DO SENHOR É O SEU POVO

1. O nome do Senhor vou invocar; vinde todos e dai glória a nosso Deus! Ele é a Rocha: suas obras são perfeitas. -R.

2. Recorda-te dos dias do passado e relembra as antigas gerações; pergunta, e teu pai te contará; interroga, e teus avós te ensinarão. -R.

3. Quando o Altíssimo os povos dividiu e pela terra espalhou os filhos de Adão, as fronteiras das nações ele marcou de acordo com o número de seus filhos. -R.

4. Mas a parte do Senhor foi o seu povo, e Jacó foi a porção de sua herança. O Senhor, somente ele, foi seu guia, e jamais um outro deus com ele estava.-R


EVANGELHO: MATEUS 18, 1-5.10.12-14

                                       
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO MATEUS
- Naquele tempo,1Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? 2Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: 3Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. 4Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. 5E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. 10Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus. 12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos - Palavra da salvação





 
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos! Eu também hoje estou com vocês de uma forma especial, meditando e vivendo em meu  Coração a Paixão de Jesus. Filhinhos, abram seus corações e dêem-me tudo que se encontra neles: as alegrias, as tristezas e cada dor, mesmo a mais pequenina, para que eu possa oferecê-las a Jesus, a fim de que Ele, em seu incomensurável amor, queime e transforme suas tristezas na alegria de sua Ressurreição. É por isso que agora os convido, filhinhos, de modo particular, a abrirem seus corações à oração para que, através dela, vocês se tornem amigos de Jesus. Obrigada por terem correspondido a meu apelo” – MENSAGEM DO DIA 25.02.99


A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTOS PONCIANO E HIPÓLITO  - Os santos de hoje, viveram caminhos que se chocaram durante a vida, no entanto, Ponciano e Hipólito se reconciliaram quando enfrentaram o exílio. Ponciano foi zeloso Papa da Igreja de Cristo, eleito em 230, enquanto Hipólito, um fecundo escritor e orador . Aconteceu que, naquele tempo, rompeu um cisma na Igreja, onde Hipólito defendia um tal rigorismo que os adúlteros, fornicadores e apóstatas não mereceriam perdão, mesmo diante de arrependimento. Ponciano, o Papa da Misericórdia, não concordava com este duro princípio e nem outras reflexíveis cheias de boa fé, porém que não revelavam o coração do Pai, o qual escolheu a Igreja como instrumento deste amor que perdoa e salva . Ponciano, que confirmava a fé nos cristãos, diante do clima de perseguição criado pelo imperador Maximiano, foi denunciado e, por isso, preferiu prudentemente renunciar ao serviço de Papa, visando o bem da Igreja e acolheu o exílio. Na ilha da Sardenha encontrou exilado também o sacerdote Hipólito e, em meio aos trabalhos forçados, se reconciliaram, sendo que Hipólito renunciou aos seus erros, antes de colherem em 235 o “passaporte” do Céu, ou seja o martírio . Santos Ponciano e Hipólito, rogai por nós!








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