CARDEAL
RANJITH E A SACRA LITURGIA
OCORREU
EM ROMA, ENTRE OS DIAS 25 A 28 DE JUNHO
DE 2013 , NA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DA SANTA CRUZ, A CONFERÊNCIA SACRA LITURGIA, QUE REÚNE RENOMADOS LITURGISTAS DO MUNDO
TODO. DA INTERESSANTE CONFERÊNCIA DO CARDEAL MALCOM RANJITH, ARCEBISPO DE
COLOMBO, SRI LANKA, DESTACAMOS APENAS ALGUNS PONTOS PARA INSTIGAR OS LEITORES À
SUA LEITURA NA ÍNTEGRA — AOS QUE PUDEREM TRADUZIR OUTROS TRECHOS, AGRADECEMOS
ANTECIPADAMENTE
A respeito do uso do latim na liturgia, vale a pena sublinhar o que foi
decretado pelo Concílio: “Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos,
salvo o direito particular” (Sacrosanctum
Concilium, n. 36), e consentia no uso do vernáculo para as leituras, monições e algumas
orações e cantos. Naturalmente, confiava à competente autoridade eclesiástica
territoriais decidir se e em que medida o vernáculo seria usado na Liturgia,
todavia, sempre com a aprovação da Santa Sé. Mesmo relativamente ao canto
gregoriano, o Concílio é prudente enquanto, mesmo admitindo outros gêneros de
música sacra, sobretudo a polifonia, afirma que a Igreja “reconhece como canto
próprio da liturgia romana o canto gregoriano”, pelo que “terá este, na ação
litúrgica, o primeiro lugar” (Sacrosanctum
Concilium, n. 116). Tal concepção limitada do Concílio para o uso do vernáculo na Liturgia
foi aventureiramente estendida
pelos reformadores; tendo o latim quase totalmente desaparecido da cena, permaneceu como o órfão mais amado na Igreja
Digo isto não porque eu seja um fanático do latim; provenho de
uma terra de missão, na qual o latim não é compreendido por quase toda a minha
comunidade. Mas é umerro crer que uma língua deva sempre ser
compreendida por todos. A língua, como sabemos, é um meio de comunicação de
uma experiência que, quase sempre, é mais ampla do que a própria palavra.
Língua e palavra são, portanto, secundárias e, em ordem de importância, estão,
depois, a experiência e a pessoa. A língua leva consigo sempre uma
originalidade do acontecimento. Por exemplo, o termo “OM” é intraduzível para a
liturgia hinduísta; além disso, as religiões orientais usam uma língua que é
estritamente limitada às suas formas de oração e de culto: o hinduísmo usa o
sânscrito, o budismo o pali, e o islã o árabe corânico. Nenhuma destas línguas
é falada hoje, e são usadas somente em sua forma cultual; cada uma destas
línguas é respeitada e reservada, desde o início, pela expressão de “algo que
está para além do som e das letras”. O judaísmo, por exemplo, usa o tetragrama
YHWH para indicar o impronunciável nome de Deus. Por si mesmas, as quatro
letras do sagrado tetragrama não têm nenhuma nuance linguística, mas constituem
o nome santíssimo de Deus na tradição escrita da Massorá
O uso litúrgico do latim na Igreja, mesmo que tenha se iniciado em torno
no século IV, dá origem a uma série de expressões que são únicas e constituem a
própria fé da Igreja. O vocabulário do Credo é claramente cheio de expressões em
latim que são intraduzíveis. O papel da lex orandi em
determinar a lex credendi da Igreja é validíssimo no caso do
uso do latim na Liturgia, porque a doutrina é frequentemente mais compreendida
na experiência de oração. Por tal razão, um sadio equilíbrio entre o uso do
latim e do vernáculo deveria ser, segundo meu ponto de vista, mantido. A
reintrodução do usus antiquor feita pelo Papa Bento XVI não
era, então, um passo para trás, como alguns definiram, mas uma iniciativa que
restituía à Sacra Liturgia um sentido de estupor místico, uma tentativa
de impedir uma clara banalização daquilo que é fundamental para a vida da Igreja
Deve-se honrar e impulsionar tal iniciativa do Pontífice, que também
pode conduzir à evolução de um novo movimento litúrgico, que poderia
desembocar na “reforma da reforma”, desejo ardente do papa Ratzinger. De
fato, alguns elementos do usus antiquor refletem
melhor o sentido de maravilhamento e devoção com o qual nós somos chamados a
re-presentar os acontecimentos do Calvário em nossas celebrações eucarísticas.
E porque aceitamos os diversos desenvolvimentos positivos do novus ordo,
como, por exemplo, o mais amplo uso do texto bíblico e um maior espaço à
participação da comunidade nos vários momentos da Missa, deveríamos tambémassegurar
que aquilo que acontece sobre os nossos altares não perca a própria capacidade
de causar uma verdadeira transformação espiritual da comunidade. E é por
isso que se torna necessária uma mutualidade dos elementos mais positivos das
duas formas: isto é a “reforma da reforma”. A própria definição das duas formas
como usus antiquor e novus ordo, para mim, é
errônea, porque o sacrifício do Calvário nunca é antigo, mas é sempre
novo e atual
CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
Outro aspecto do processo de uma verdadeira renovação profunda da
Igreja, por causa do papel decisivo que o culto desempenhou em sua vida e
missão, é a necessidade de purificar a Liturgia de algumas concepções
errôneas que penetraram pela euforia das reformas introduzidas por alguns
liturgistas depois do Concílio – coisa que, é necessário reconhecê-lo,
nunca esteve na mente dos padres conciliares quando aprovaram a histórica
Constituição litúrgica Sacrosanctum Concilium
A. ARQUEOLOGISMO
A lista é aberta por um tipo de falso “arqueologismo” que tinha
por slogan “voltemos à Liturgia da Igreja primitiva”.
Escondia-se aqui a interpretação de que somente aquilo que se celebrava
na Liturgia do primeiro milênio da Igreja fosse válido, pensava-se que o
retorno a isto fizesse parte do aggiornamento. A Mediator
Dei ensina que esta interpretação é errada: “A liturgia da época
antiga é, sem dúvida, digna de veneração, mas o uso antigo não é, por motivo
somente de sua antiguidade, o melhor, seja em si mesmo, seja em relação aos
tempos posteriores e às novas condições verificadas” (Cf. Pio XII, S.S.,
Encíclica Mediator Dei, Enchiridion Encicliche, vol 6, Bolonha
1995, n. 487). Além disso, já que as informações sobre a práxis litúrgica dos
primeiros séculos não são claramente atestadas nas fontes escritas do tempo, o
perigo de um arbítrio simplista em definir tais práxis é ainda maior e corre o
risco de ser uma pura conjectura. Além disso, não é respeitoso do
processo natural de crescimento das tradições da Igreja nos séculos sucessivos.
Nem está em consonância com a fé na ação do Espírito Santo ao longos dos
séculos. E é, além de tudo, altamente pedante e irrealista
B. SACERDÓCIO MINISTERIAL
Uma outra concepção errônea de reformismo em matéria de Liturgia é
a tendência a confundir o altar com a nave. Observa-se frequentemente que a
distinção essencial na Liturgia entre o papel do clero e dos leigos é
confuso, por causa de uma compreensão errônea da diferença entre o
ofício sacerdotal de todos os fiéis (sacerdócio comum) e o ofício do clero
(sacerdócio ministerial): uma diferença muito bem explicada na Lumen
Gentium. Este documento esclarece que o sacerdócio comum de todos os
batizados foi sempre afirmado pela Igreja (cf. Ap 1,6; 1 Pd 2,9-10; Mediator
Dei, nn. 39-41; e Lumen Gentium, n. 10), assim como o
sacerdócio ministerial; os quais, cada um a seu modo, participam “do único
sacerdócio de Cristo”… “embora se diferenciem essencialmente e não apenas
em grau” (Lumen Gentium, n. 10). A Constituição litúrgica do Concílio
afirma que a Liturgia prevê uma distinção entre as pessoas “que deriva do
ofício litúrgico e da sagrada ordem” (Sacrosanctum Concilium, n.
32). A Mediator Dei era ainda mais categórica, afirmando
que: “Ai soli Apostoli ed a coloro che, dopo di essi, hanno ricevuto dai loro
successori l’imposizione delle mani, è conferita la potestà sacerdotale” (Mediator
Dei, in Enchiridion Encicliche, vol. 6, Bolonha 1995, n. 468)
O resultado de tais confusões de papéis na época moderna é a
tendência a clericalizar os leigos e a laicizar o clero. Índice de tais
confusões é a sempre maior remoção das balaustradas dos altares dos
nossos presbitérios e o fato de as pessoas permanecerem sentadas ou agachadas
por terra em torno do altar; são pessoas demais a entrar e circular
no presbitério, causando distração e distúrbio em nossas funções litúrgicas. A
Santa Eucaristia, em tais situações, se torna um espetáculo, e o sacerdote
um showman. O sacerdote não é mais como no passado – como
escreveu K. G. Rey, em seu artigo Coming of age manifestations in the
Catholic Church –: “ o mediador anônimo, o primeiro entre os
fiéis diante de Deus e não do povo, representante de todos, que oferece com
eles o sacrifício, recitando as orações prescritas. Hoje, ele é uma pessoa
distinta, com características pessoais, o seu estilo de vida pessoal, com o seu
próprio rosto voltado ao povo. Para muitos sacerdotes, esta mudança é
uma tentação que não sabem gerenciar… se torna para eles o nível de sucesso do
próprio poder pessoal e, por isso, o indicador do sentimento de segurança
pessoal e de autoestima” (K. G. Rey, Pubertätserscheinungeng in der Katolischen
Kirche, Kritische Texte, Benzinger, vol. 4, p. 25). O padre, aqui, se
torna o ator principal, que recita um drama com outros atores sobre o
altar, e quanto mais são capazes e sensacionais, tanto mais sentem que
recitaram bem. Em um cenário assim, o papel central de Cristo
desaparece, e também, se num primeiro momento isso parece agradável, à longo
prazo se torna extremamente banal e cansativo
C. ACTUOSA
PARTICIPATIO
Existem pessoas, também em nosso tempo, que desejam tornar
a Liturgia mais interessante ou apetecível; fazem suas próprias regras,
correndo, assim, o risco de esvaziar a Liturgia de seu essencial dinamismo
interior, com o resultado final de que as chamadas formas de culto se tornam,
por fim, insípidas e maçantes. Se tais improvisações
tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que
com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos
caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias? Esta é a pergunta
que devemos enfrentar com coragem e humildade. É justo considerar os
requisitos antropológicos de uma sã Liturgia, sobretudo em relação aos
símbolos, as rubricas e à participação; mas não se deve ignorar o fato de que
estes não teriam significado sem uma correlação à chamada essencial de Cristo
para unirmo-nos a Ele em Sua incessante Ação Sacerdotal
LITURGIA DO DIA 24 DE JULHO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA: ÊXODO 16, 1-5.9-15
XVI SEMANA
COMUM , (VERDE - OFÍCIO DO DIA) - LEITURA DO LIVRO DO ÊXODO
- 1Toda a assembléia dos israelitas partiu de Elim e foi para o
deserto de Sin, situado entre Elim e o Sinai. Era o décimo quinto dia do
segundo mês após sua saída do Egito. 2Toda a assembléia dos
israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto. 3Disseram-lhes:
"Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos
assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos
conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão." 4O
Senhor disse a Moisés: "Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo
e colherá diariamente a porção de cada dia. Pô-lo-ei desse modo à prova, para
ver se andará ou não segundo minhas ordens. 5No sexto dia, quando
prepararem o que tiverem ajuntado haverá o dobro do que recolhem cada dia."
9Moisés disse a Aarão: "Dize a toda a assembléia dos
israelitas: apresentai-vos diante do Senhor, porque ele ouviu vossas
murmurações". 10Enquanto Aarão falava a toda a assembléia dos
israelitas, olharam para o deserto e eis que apareceu na nuvem a glória do
Senhor! 11E o Senhor disse a Moisés: 12"Ouvi as
murmurações dos israelitas. Dize-lhes: esta tarde, antes que escureça, comereis
carne e, amanhã de manhã, vos fartareis de pão; e sabereis que sou o Senhor,
vosso Deus". 13É tarde, com efeito, subiram codornizes (do
horizonte) e cobriram o acampamento; e, no dia seguinte pela manhã, havia uma
camada de orvalho em torno de todo o acampamento. 14E, tendo
evaporado esse orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa
miúda, granulosa, miúda como a geada sobre a terra! 15Vendo isso,
disseram os filhos de Israel uns aos outros: "Que é isso?", pois não
sabiam o que era. Moisés disse-lhes: "Este é o pão que o Senhor vos manda
para comer - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL(77)
REFRÃO: O
SENHOR DEU O PÃO DO CÉU, COMO ALIMENTO
1. E
tentaram o Senhor nos corações, / exigindo alimento à sua gula. / Falavam
contra Deus e assim diziam: / 'Pode o Senhor servir a mesa no deserto?' -R.
2. Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, / e as comportas das alturas fez abrir; / fez chover-lhes o maná e alimentou-os, / e lhes deu para comer o pão do céu. -R.
3. O homem se nutriu do pão dos anjos, / e mandou-lhes alimento em abundância; / fez soprar o vento leste pelos céus / e fez vir, por seu poder, o vento sul. -R.
4. Fez chover carne para eles como pó, / choveram aves como areia do oceano; / elas caíram sobre os seus acampamentos / e pousaram ao redor de suas tendas. -R.
2. Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, / e as comportas das alturas fez abrir; / fez chover-lhes o maná e alimentou-os, / e lhes deu para comer o pão do céu. -R.
3. O homem se nutriu do pão dos anjos, / e mandou-lhes alimento em abundância; / fez soprar o vento leste pelos céus / e fez vir, por seu poder, o vento sul. -R.
4. Fez chover carne para eles como pó, / choveram aves como areia do oceano; / elas caíram sobre os seus acampamentos / e pousaram ao redor de suas tendas. -R.
EVANGELHO: MATEUS 13, 1-9
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO MATEUS
- Naquele tempo, 1Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do
lago. 2Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar
numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. 3E
seus discursos foram uma série de parábolas. 4Disse ele: Um semeador
saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os
pássaros vieram e a comeram. 5Outra parte caiu em solo pedregoso,
onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. 6Logo,
porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. 7Outras
sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. 8Outras,
enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta
por um. 9Aquele que tem ouvidos, ouça - Palavra da salvação
MENSAGEM DE
NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos! Também hoje estou com vocês e
convido-os, a todos, a se renovarem vivenciando as minhas mensagens. Filhinhos,
que a oração seja vida para vocês e que sejam exemplo para os outros.
Filhinhos, desejo que se tornem portadores da paz e da alegria de Deus no mundo
de hoje sem paz. Por isso, filhinhos, rezem, rezem, rezem! Eu estou com vocês e
abençôo-os com a minha paz maternal. Obrigada por terem correspondido a Meu
apelo” – MENSAGEM DO DIA 25.10.97
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