Há uma caverna bem escura e bem trancada no
fundo do coração humano, que não tem a intenção de ceder assim tão facilmente à
aproximação de Jesus ressuscitado. Esta caverna contem vasilhas mais ou menos
importantes e suas emanações tóxicas espalham-se disfarçadamente por todos os
azimutes. O que contem esta caverna? As nossas amarguras! Se se tratasse de
boas garrafas de vinhos finos que se guardam para as grandes ocasiões. Isto explicaria...
esta porta duplamente blindada; mas a amargura! Por que guardá-la assim?
É de natureza da amargura,
agarrar-se como essas nódoas que nenhum detergente consegue tirar, incrustando-se
e resistindo aos nossos esforços.
Quem não ouviu uma parente
declarar, por vezes até no leito da morte: “_Perdoei a todos, mas fulano de tal, depois
do que ele fez à minha filha, isso nunca!”
Ó caverna selada... quem a
vencerá?Parece que ainda estou a ouvir o Padre Daniel Ange dizer numa homilia: “_Perdoar? Não é difícil! É impossível!”
Se Jesus para nos dar a paz, teve
de sofrer Ele próprio o sacrifício que pesava sobre nós, se morreu na Cruz,
Ele, o Autor da Vida, para vencer os nossos pecados nos seus aspectos mais
ignóbeis, é porque esta paz não é humana; é uma graça que só Deus pode dar, um
dom sobrenatural que nenhum homem pode fabricar ou vender.
Então, mesmo que eu dê a minha
saúde e o meu dinheiro a Deus, o meu futuro e tudo o que me é precioso, se
tiver azedume contra meu irmão, a Paz de Jesus vem sobre mim mas não consegue
entrar. Por vezes, não compreendo muito bem esta amargura., faço dela um bem
mais precioso do que as minhas joias, agarro-me a ema como se fosse um membro
do meu próprio corpo, faço dela um alimento indispensável... Ora, é um veneno
que me destrói!
Jesus Ressuscitado aguarda o
m,ais pequeno grito da minha parte, para me libertar dele.
_”Senhor, aceita esta amargura!
Entrego-a a Ti! Mas ela está muito incrustada em mim, como ela está anexada num
ferimento que sangra e que ainda me magoa, vem Tu próprio busca-la, não consigo
sequer tocar-lhe! Jesus, Tu que bebeste o vinagre da esponja que o soldado Te
estendia para a Cruz, vem Tu próprio absorver o vinagre da minha amargura, e
espalha em mim o Teu perdão. Jesus, eu não sinto a misericórdia por esta
pessoa, então, dá-me a Tua!”
-“Quando não se consegue perdoar,
deve-se querer perdoar. E querer perdoar já é perdoar! Quando não se quer mesmo
perdoar, pode desejar-se querer perdoar. Desejar querer perdoar já é perdoar!.”
O coração de Deus é imensamente
grande e magnânimo! Ele aproveita a mais
pequena parcela de boa vontade da nossa parte, para instigar em nós a
misericórdia! Assim, a amargura persistente, e a sua armadura metálica,
transformam-se em perfume, porque Jesus transforma tudo pela Sua graça
transformante. Ele que veio buscar e salvar o que estava perdido, veio pelos
doentes e pecadores, então consto da lista! Ele próprio desmontou os ferrolhos da minha caverna
sórdida, e absorveu a minha amargura. Então posso olhar de frente o meu
maravilhoso Salvador, resplandecente de Luz que também me diz: _”Que a paz
esteja contigo!”
Irmã Emmanuel ( O menino
escondido de Medjugorje)
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