A LÍNGUA LATINA NA LITURGIA
ERRONEAMENTE, MUITAS PESSOAS ACREDITAM QUE O CONCÍLIO
VATICANO II INAUGUROU UMA NOVA ERA NA IGREJA CATÓLICA E QUE, DENTRO DESSA NOVA
MENTALIDADE TRAZIDA POR ELE, O LATIM TERIA SIDO ABOLIDO . O LATIM É, SEM DÚVIDA, A LÍNGUA MAIS ANTIGA DA LITURGIA
ROMANA : UTILIZA-SE, DE FATO, DESDE HÁ MAIS DE DEZESSEIS SÉCULOS, OU SEJA,
DESDE QUE SE DEU, EM ROMA, NO PONTIFICADO DO PAPA DÂMASO (+384), A PASSAGEM DO
GREGO PARA ESTA LÍNGUA
A Liturgia Latina sempre foi conhecida pela sua beleza,
reverência e mistério. Talvez isso explique porque tantas pessoas são atraídas
para esta forma de culto. De fato, devido ao crescente número de pedidos de
Missa, O PAPA JOÃO PAULO II, EM SUA
ENCÍCLICA ECCLESIA DEI, encorajou
a celebração freqüente da liturgia Latina tradicional por aqueles católicos que a desejassem . Mais recentemente, o PAPA BENTO XVI
por meio do Moto Proprio Summorum Pontificum decretou a reintrodução da
Missa Gregoriana - ou Tridentina - que nunca foi ab-rogada - na vida da Igreja
como o rito Romano em sua Forma Extraordinária
Muitos
dizem, inclusive, que João Paulo II e seu antecessor, deixaram de lado o uso do
latim e que o Papa Bento XVI quer agora voltar atrás. Todas essas afirmações
não são verdadeiras . Muitos citam o CVII sem ao menos terem lido os seus
documentos, criando-se assim uma expectativa que não corresponde à realidade.
Em primeiro lugar, portanto, é preciso ir às fontes, ou seja, ler e entender o
que dizem os documentos e o que o Papa Bento XVI pensa, de fato, por meio de
seus escritos
O
latim na liturgia e sua relação com o documento Sacrosanctum Concilium
O uso do latim na liturgia da Igreja está retido há anos por ser uma língua morta e reprovada pelo concílio Vaticano II? Errado. O latim sempre foi e é a língua oficial na liturgia da Igreja. O que acontece é que com o passar dos anos pós reforma litúrgica feita por este concílio, á língua bimilenar da liturgia da Igreja – o latim - foi abolida e deu lugar somente ao vernáculo (português).
Em parte alguma deste documento, que digamos ser o documento por excelência da reforma litúrgica, fala da dissolução do latim, mas pelo contrário, pede-se para conservar o uso dele
O uso do latim na liturgia da Igreja está retido há anos por ser uma língua morta e reprovada pelo concílio Vaticano II? Errado. O latim sempre foi e é a língua oficial na liturgia da Igreja. O que acontece é que com o passar dos anos pós reforma litúrgica feita por este concílio, á língua bimilenar da liturgia da Igreja – o latim - foi abolida e deu lugar somente ao vernáculo (português).
Em parte alguma deste documento, que digamos ser o documento por excelência da reforma litúrgica, fala da dissolução do latim, mas pelo contrário, pede-se para conservar o uso dele
Vejamos
então o que fala neste documento em relação á língua latina e o uso da língua
vernácula (português) : “A língua litúrgica: traduções
36. § 1. Deve conservar-se o uso do latim nos
ritos latinos, salvo o direito particular
§ 2.
Dado, porém, que não raramente o
uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade para o povo, quer
na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua
vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições, em algumas
orações e cantos, segundo
as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes
§ 3.
Observando estas normas, pertence à competente autoridade eclesiástica
territorial, a que se refere o artigo 22 § 2, consultados, se for o caso, os
Bispos das regiões limítrofes da mesma língua, decidir acerca do uso e extensão
da língua vernácula. Tais decisões deverão ser aprovadas ou confirmadas pela Sé
Apostólica
§ 4. A tradução do texto latino em língua vulgar para uso na Liturgia, deve ser aprovada pela autoridade eclesiástica territorial competente, acima mencionada. D. Normas para a adaptação da Liturgia à índole e tradições dos povos”.
Como podemos perceber, não há nenhuma dissolução do latim na liturgia e sim uma promoção da língua vernácula (o português) para a melhor participação da assembléia
Sobre a língua a ser utilizada na Liturgia
§ 4. A tradução do texto latino em língua vulgar para uso na Liturgia, deve ser aprovada pela autoridade eclesiástica territorial competente, acima mencionada. D. Normas para a adaptação da Liturgia à índole e tradições dos povos”.
Como podemos perceber, não há nenhuma dissolução do latim na liturgia e sim uma promoção da língua vernácula (o português) para a melhor participação da assembléia
Sobre a língua a ser utilizada na Liturgia
54. A língua vernácula pode dar-se,
nas missas celebradas com o povo, um lugar conveniente, sobretudo nas leituras e na «oração comum» e,
segundo as diversas circunstâncias dos lugares, nas partes que pertencem ao
povo, conforme o estabelecido noart. 36 desta Constituição. Tomem-se
providências para que os fiéis possam
rezar ou cantar, mesmo em latim, as partes do Ordinário da missa que lhes
competem
Se
alguns lugares parecer oportuno um uso mais amplo do vernáculo na missa,
observe-se o que fica determinado no art.
40 desta Constituição”
Art.
40 : Casos especiais
"40.
Mas como em alguns lugares e circunstâncias é urgente fazer uma adaptação mais
profunda da Liturgia, que é, por isso, mais difícil:
1) Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2, considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio de cada povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé Apostólica as adaptações julgadas úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o seu consentimento. 2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as experiências prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um tempo determinado
1) Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2, considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio de cada povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé Apostólica as adaptações julgadas úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o seu consentimento. 2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir as experiências prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos para isso e por um tempo determinado
3)
Como as leis litúrgicas criam em geral dificuldades especiais quanto à
adaptação, sobretudo nas Missões, haja, para a sua elaboração, pessoas
competentes na matéria de que se trata”
Prosseguimos
em relação aos outros sacramentos e sacramentais :
“63. Pode ser frequentemente muito útil para o
povo o uso do
vernáculo na administração dos sacramentos e sacramentais.Dê-se-lhe, por
isso, maior importância segundo estas normas :
a)
Na administração dós sacramentos e sacramentais pode usar-se o vernáculo, segundo o estatuído no art. 36; b) A competente autoridade
eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2." desta
Constituição, prepare o mais depressa possível, com base na nova edição do
Ritual romano, os Rituais particulares, adaptados às necessidades de cada uma
das regiões, mesmo quanto à língua. Procure-se que sejam postos em vigor nas
respectivas regiões depois de aprovados pela Sé Apostólica. Na composição
destes Rituais ou especiais «Colecções de ritos» não devem omitir-se as
instruções que o Ritual romano coloca no início de cada rito, quer sejam de
carácter pastoral, quer digam respeito às rubricas, quer tenham especial
importância comunitária”
Percebemos que a promoção da língua vernácula (português) permanece muito ativa no documento, mas o latim ainda é o patrimônio e de um grau importante a ser considerado
Percebemos que a promoção da língua vernácula (português) permanece muito ativa no documento, mas o latim ainda é o patrimônio e de um grau importante a ser considerado
Quanto
ao ofício Divino :
“101.
§ 1. Conforme à tradição secular do rito latino, a língua a usar no Ofício divino
é o latim. O Ordinário poderá, contudo, conceder, em casos particulares,
aos clérigos para quem o uso da língua latina for um impedimento grave para
devidamente recitarem o Ofício, a
faculdade de usarem uma tradução em vernáculo, composta segundo a norma do art. 36. § 2. O Superior competente pode
conceder às Monjas, como também aos membros dos Institutos de perfeição, não
clérigos ou mulheres, o uso
do vernáculo no Ofício
divino, mesmo na celebração coral, desde que a versão seja aprovada.
§ 3. Cumprem a sua obrigação de rezar o Ofício divino os clérigos que o recitem em vernáculo com a assembleia dos fiéis ou com aqueles a que se refere o § 2, desde que a tradução seja aprovada”
§ 3. Cumprem a sua obrigação de rezar o Ofício divino os clérigos que o recitem em vernáculo com a assembleia dos fiéis ou com aqueles a que se refere o § 2, desde que a tradução seja aprovada”
Notamos
mais uma vez o grau de importância da promoção da língua vernácula, mas o latim
ainda ocupa o seu lugar
Quanto
á música:
“113.
A acção litúrgica reveste-se de maior nobreza quando é celebrada de modo solene
com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação activa do
povo . Observe-se, quanto à língua a usar, o
art. 36; quanto à Missa, o art. 54; quanto aos
sacramentos, o art. 63;
e quanto ao Ofício divino, o art.
101.”
No documento SacrosanctumConcilium não é encontrado nenhuma obrigação da retirada do latim na Liturgia da Igreja. Sabemos sim, que a Língua vernácula foi promovida para ter o seu lugar e também se tornou uma riqueza de inestimável valor para a Igreja (mesmo com alguns erros de tradução), mas excluir totalmente o latim não condiz com o documento apresentado
No documento SacrosanctumConcilium não é encontrado nenhuma obrigação da retirada do latim na Liturgia da Igreja. Sabemos sim, que a Língua vernácula foi promovida para ter o seu lugar e também se tornou uma riqueza de inestimável valor para a Igreja (mesmo com alguns erros de tradução), mas excluir totalmente o latim não condiz com o documento apresentado
Documentos posteriores enfatizaram mais a promoção da língua vernácula na liturgia, tanto que o que vemos hoje é somente a Missa sendo celebrada toda na língua vernácula. Então, para onde foi o latim? Sendo uma língua de quase de dois mil anos de tradição na Liturgia da Igreja
Não
cabe aqui recorrer ás razões sociais, movimentos e tendências relativistas,
porque estamos tratando de um assunto linguístico litúrgico; mas o que se
sucedeu foi á extinção por completo do latim na Liturgia, com toda a sua
história, riqueza e originalidade. Quando o Senhor foi crucificado na cruz,
estava o latim entre as três línguas escritas no cartaz colocado por Pôncio
Pilatos no alto do madeiro, e Pôncio Pilatos não atendeu as reivindicações das
autoridades religiosas (farizeus) para retira-lo desta placa
Até
hoje há muitos textos sagrados em latim, podemos citar a oração de exorcismo.
Esta só pode ser pronunciada em latim, pelo fato de ser uma língua morta e
conter nela toda a originalidade e sem erros de interpretação. Quando é citado
este assunto “a volta do latim”, muitas pessoas sentem calafrios, demonstram
medo e repugnância como se fosse algo de muito errado que aconteceu e que vai
retornar a Igreja. Mas isso é um absurdo! Se colocarmos na balança de toda a
história da Igreja,sendo de um lado todos os santos, papas, mártires, leigos e
fiéis que morreram em estado de santidade, que rezaram a Missa em latim e do
outro, todos os santos, papas, mártires, leigos e fiéis que morreram em estado
de santidade, mas que rezaram a Missa em vernáculo, a balança quebrará de tanto
peso que será colocado do lado dos que rezaram a missa em Latim. Não houve uma
ruptura da Igreja depois do concílio, a Igreja é e sempre foi a mesma de sempre
e o latim era antes de tudo uma ferramenta de unidade
Há
uma história da segunda guerra mundial em que num determinado dia, dois soldados
estavam rezando uma missa em Latim em uma Igreja, eram um francês e um alemão,
inimigos de guerra. Ambos sabiam da rivalidade, mas a língua os unia naquela
sagrada liturgia
Esta
não é uma provocação ou reivindicação para a volta do uso do latim na Liturgia,
e sim um aviso prévio de respeito. Não é uma fomentação para retirar tudo o que
foi conquistado pela Liturgia nestes anos pós Concílio Vaticano II em relação á
língua vernácula, até porque esta conquista é importante para a Igreja. O
vernáculo vai continuar a permanecer, mas o latim, como nos cânticos
(Gregoriano), merece o seu devido respeito. O Papa Bento XVI promoveu a reforma
da reforma Litúrgica, sendo com isto, uma possível volta das riquezas (raízes)
perdidas
Por
tanto, fica uma recordação e uma valorização para o que o futuro nos aguarda.
Quanto ao uso do latim, o povo não se assuste, mas tenha orgulho de saborear o
que milhares de santos saciaram ao longo de nossa história.
36. §1. Linguae latinae usus, salvo particulari iure, in Ritibus latinis servetur.
Referências na Introdução Geral do Missal Romano
36. §1. Linguae latinae usus, salvo particulari iure, in Ritibus latinis servetur.
Referências na Introdução Geral do Missal Romano
“12.
O Concílio Vaticano II, reunido para adaptar a Igreja às necessidades de seu
múnus apostólico nos nossos dias, examinou em profundidade, como o Concílio de
Trento, o aspecto catequético e pastoral da sagrada Liturgia15. E, como nenhum
católico negue a legitimidade e a eficiência de um rito sagrado realizado em
língua latina, ele pôde reconhecer que "não raro o uso da língua
vernácula seria muito útil para o povo" e conceder a licença para usá-la16. O
ardente entusiasmo com que esta deliberação foi acolhida por toda parte fez com
que logo, sob a direção dos Bispos e da própria Sé Apostólica, todas as celebrações litúrgicas
participadas pelo povo pudessem realizar-se em língua vernácula para que mais plenamente se
compreendesse o mistério celebrado
13.
Contudo, como o uso da língua vernácula na sagrada Liturgia é apenas um
instrumento, embora de grande importância, pelo qual mais claramente se realiza
a catequese do mistério contido na celebração, o Concílio Vaticano II ordenou
que algumas prescrições do Concílio de Trento, ainda não cumpridas em todos os
lugares, fossem postas em prática, com a homilia nos domingos e dias de
festa17, ou a introdução de algumas explicações durante os ritos sagrados18”
41. Em igualdade de condições, o canto gregoriano ocupa o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana. Outros gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente excluídos, contanto que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis50
41. Em igualdade de condições, o canto gregoriano ocupa o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana. Outros gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente excluídos, contanto que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis50
Uma
vez que se realizam sempre mais freqüentemente reuniões internacionais de
fiéis, convém que aprendam a cantar
juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa,
principalmente o símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias
mais simples51 . Citações no Codigo de Direiro
Canônico
"Cân.
928 —
Realize-se a celebração eucarística na língua
latina ou
em outra língua, contanto que os textos litúrgicos estejam legitimamente
aprovados
Cân. 249 — Nas Normas da formação sacerdotal proveja-se a que os alunos não só aprendam cuidadosamente a língua pátria, mas dominem também a língua latina e tenham conhecimentos das línguas estrangeiras que sejam necessárias ou úteis à sua formação e ao exercício do ministério pastoral"
Cân. 249 — Nas Normas da formação sacerdotal proveja-se a que os alunos não só aprendam cuidadosamente a língua pátria, mas dominem também a língua latina e tenham conhecimentos das línguas estrangeiras que sejam necessárias ou úteis à sua formação e ao exercício do ministério pastoral"
O Papa Bento XVI, em sua sabedoria, diz que é
preciso que o CVII seja visto em seu lugar original, ou seja, ele é o XXIII
Concílio Ecumênico da Igreja Católica e deve ser lido em consonância com todos
os outros anteriores a ele, na chamada “hermenêutica da continuidade”
Não como se ele fosse o primeiro de uma nova
era e que a Igreja tivesse se tornado outra ou rompido com a antiga. Não. A
Igreja é uma só desde sempre e é de suma importância manter a tradição,
repetindo na Sagrada Liturgia as palavras pelas quais tantos santos e santas
deram a vida para defender
O
PAPA BENTO XVI, ao publicar a sua nova Exortação Apostólica
“Sacramentum Caritatis”, aborda uma questão polêmica, mas oportuna à Igreja: o
uso do Latim na Liturgia. A imprensa mundial– mais precisamente a brasileira –
deturpou gravemente as palavras do Santo Padre, as quais se apresentam abaixo ipsis litteris em relação ao original : “A língua
latina 62 . O que acabo de afirmar não deve, porém, ofuscar o valor destas
grandes liturgias; penso neste momento, em particular, às celebrações que têm
lugar durante encontros internacionais, cada vez mais frequentes hoje, e que
devem justamente ser valorizadas. A fim de exprimir melhor a unidade e a
universalidade da Igreja, quero recomendar o que foi sugerido pelo Sínodo dos
Bispos, em sintonia com as directrizes do Concílio Vaticano II: (182)
exceptuando as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, é bom que tais
celebrações sejam em língua latina; sejam igualmente recitadas em latim as
orações mais conhecidas (183) da tradição da Igreja e, eventualmente, entoadas
algumas partes em canto gregoriano
A nível geral, peço que os futuros
sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e
celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o
canto gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis
para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano,
determinadas partes da liturgia.(184)”. (Benedicti XVI, In Sacramentum
Caritatis, 2007) . Destarte, percebe-se que o Papa não solicitou o retorno do
Latim às cerimônias litúrgicas, como falsamente noticiou grande parte da
imprensa, mas apenas reafirmou algumas decisões tomadas no Concílio Vaticano II
que haviam sido“esquecidas”. O que há de novo? Nada
Neste
artigo, entretanto, pretender-se-á defender o retorno do uso do Latim na
liturgia católica, uma vez que se entende que a sua supressão total da liturgia
não representou, ao contrário do que muitos
acreditam, um avanço para a Igreja. A volta do Latim repararia o equívoco da
instituição do vernáculo nas celebrações em geral, cujo pretexto fora torná-las
mais acessíveis ao povo. Ora, o argumento de que “o povo não compreendia o que
era dito” não se sustenta, uma vez que havia o ORDO MISSÆ CUM POPULO - Ordinário da Missa Com o Povo” –
um livrinho bilíngüe (Latim-Vernáculo) através do qual se acompanhava a Missa
e, assim, compreender perfeitamente o que era dito; havendo dúvidas em relação
ao Latim, podia-se recorrer imediatamente à tradução vernácula, que estava ao
lado
Se a
questão era o acesso, a medida mais acertada seria a elaboração de folhetos
bilíngües e sua distribuição aos fiéis, como é feito com o folheto em
vernáculo. Até porque, o livrinho de que se falou antes era vendido
A catolicidade eclesiástica encontra caríssima significação no Latim, uma vez que, por meio dele, se unifica a celebração em todo o mundo, lingüística e ritualmente. O Latim é ainda um “MOTU PROPRIO” da Igreja Católica, cuja ausência a descaracteriza e a torna, em determinados casos, pouco diferente das outras no que tange às celebrações. Assim como os Ortodoxos não abrem mão do uso da língua grega e os Judeus da língua hebraica, os Católicos não podem abrir mão do Latim. Ademais, os excessos, nitidamente perceptíveis em certas cerimônias, encontrariam nele certa resistência, o que também contribuirá para com a manutenção e reforço da unidade da Igreja
Fato
é que muitos católicos ainda não compreendem o verdadeiro sentido das
celebrações católicas. Daí se originam aqueles que vão à Santa Missa, recebem
os sacramentos et cætera ou para se proteger ou porque os pais o desejam, ou
por tradição familiar, ou por outros motivos que não a consciência da fé e dos
sacramentos – sinais caríssimos que Cristo legou à Igreja. Neste caso, não há vernáculo que dê jeito, nem Latim que
atrapalhe! Todavia, a implementação do“RITUS TRIDENTINUS” não deve se dar da forma radical
como fora a sua extinção. Defende-se aqui a adoção do Latim em uma das
celebrações dominicais, em um horário em que todas as Igrejas Católicas do
mundo assim o façam, e nas celebrações solenes como as do Natal, da Semana
Santa, CORPUS CHRISTI e outras
Como “CATHOLICA”, a Igreja deve manter celebrações
dominicais em vernáculo e as que se celebram durante a semana também, a fim de
que os adeptos do vernáculo não sejam excluídos da comunidade paroquial a que
pertençam . Por fim, resta
aguardar até que tal equívoco seja reparado e a língua do Lácio volte a ocupar
o lugar de prestígio que há muito ocupara nas cerimônias da Igreja Católica,
que é a única instituição no mundo que mantém vivo o Latim
1 - DE SÃO FRANCISCO DE SALES , FINAL DO SÉCULO XVI, CONTRA OS
ENSINAMENTOS DOS REFORMADORES PROTESTANTES QUE, AINDA DENTRO DA IGREJA
CATÓLICA, DEFENDIAM A UTILIZAÇÃO DO VERNÁCULO NA LITURGIA: "EXAMINEMOS SERIAMENTE PORQUE PRETENDEM TER
O SERVIÇO DIVINO EM LÍNGUA VULGAR. SERIA PARA ENSINAR A DOUTRINA?" (...) "PARA ISTO HÁ
A PREGAÇÃO, NA QUAL A PALAVRA DE DEUS, ALÉM DE LIDA, É EXPLICADA PELO
SACERDOTE... DE MODO ALGUM NÓS DEVEMOS SIMPLIFICAR NOSSOS OFÍCIOS SAGRADOS EM
LINGUAJAR PARTICULAR, POIS, COMO NOSSA IGREJA É UNIVERSAL NO TEMPO E NO ESPAÇO,
ELA DEVE TAMBÉM CELEBRAR OS OFÍCIOS PÚBLICOS EM LÍNGUA TAMBÉM UNIVERSAL NO
TEMPO E NO ESPAÇO." (CONTROVERSES, 2ÈME PARTIE, DISCOURS 25)
LITURGIA DO DIA 02 DE MAIO DE 2013
PRIMEIRA LEITURA: ATOS DOS APÓSTOLOS 15, 7-21
SANTO
ATANÁSIO , BISPO E DOUTOR - (BRANCO, PREFÁCIO PASCAL OU
DOS PASTORES - OFÍCIO DA MEMÓRIA) - LEITURA DOS ATOS DOS APÓSTOLOS - Naqueles dias, 7Ao
fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse: Irmãos, vós sabeis
que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os
pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem. 8Ora, Deus, que
conhece os corações, testemunhou a seu respeito, dando-lhes o Espírito Santo,
da mesma forma que a nós. 9Nem fez distinção alguma entre nós e
eles, purificando pela fé os seus corações. 10Por que, pois,
provocais agora a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem
nós pudemos suportar? 11Nós cremos que pela graça do Senhor Jesus
seremos salvos, exatamente como eles. 12Toda a assembléia o ouviu
silenciosamente. Em seguida, ouviram Barnabé e Paulo contar quantos milagres e
prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios. 13Depois de
terminarem, Tiago tomou a palavra: Irmãos, ouvi-me, disse ele. 14Simão
narrou como Deus começou a olhar para as nações pagãs para tirar delas um povo
que trouxesse o seu nome. 15Ora, com isto concordam as palavras dos
profetas, como está escrito: 16Depois disto voltarei, e reedificarei
o tabernáculo de Davi que caiu. E reedificarei as suas ruínas, e o levantarei 17para
que o resto dos homens busque o Senhor, e todas as nações, sobre as quais tem
sido invocado o meu nome. 18Assim fala o Senhor que faz estas
coisas, coisas que ele conheceu desde a eternidade (Am 9,11s.). 19Por
isso, julgo que não se devem inquietar os que dentre os gentios se convertem a
Deus. 20Mas que se lhes escreva somente que se abstenham das carnes
oferecidas aos ídolos, da impureza, das carnes sufocadas e do sangue. 21Porque
Moisés, desde muitas gerações, tem em cada cidade seus pregadores, pois que ele
é lido nas sinagogas todos os sábados - Palavra
do Senhor
SALMO
RESPONSORIAL (95)
REFRÃO: ANUNCIAI AS MARAVILHAS DO SENHOR ENTRE TODAS AS
NAÇÕES
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! -R.
2. Dia após dia anunciai sua salvação, / manifestai a sua glória entre as nações,/ e entre os povos do universo seus prodígios! -R.
3. Publicai entre as nações: 'Reina o Senhor!'+ / Ele firmou o universo inabalável / pois os povos ele julga com justiça. -R.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! -R.
2. Dia após dia anunciai sua salvação, / manifestai a sua glória entre as nações,/ e entre os povos do universo seus prodígios! -R.
3. Publicai entre as nações: 'Reina o Senhor!'+ / Ele firmou o universo inabalável / pois os povos ele julga com justiça. -R.
EVANGELHO: JOÃO 15, 9-11
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO JOÃO - Naquele tempo, 9Como
o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10Se
guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu
guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11Disse-vos
essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja
completa - Palavra da salvação
MENSAGEM
DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos!
Também hoje os convido à oração. Filhinhos, a oração opera milagres. Quando
estiverem cansados e doentes e não souberem o sentido de sua vida, peguem o
terço e rezem, rezem até que a oração se torne um alegre encontro com o seu
Salvador. Estou com vocês, filhinhos, intercedo e rezo por vocês. Obrigada por
terem correspondido a Meu apelo” – MENSAGEM
DO DIA 25.04.2001
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTO ATANÁSIO - Atanásio nasceu em
Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em
Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos
arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio
participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse
somente diácono na época. O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene
do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa
tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica
apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho,
clareza e evidência, que causou admiração a todos. Atanásio foi o sucessor do
bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de
Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos
não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias
contra Atanásio, que por cinco vezes teve de fugir de sua sede episcopal. Refugiava-se
no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco
anos ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua igreja e
consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos
escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado. Faleceu reconhecido por toda a
Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e
fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.
Santo Atanásio, rogai por nós
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