Há na Liturgia da Missa Tridentina uma acentuação muito
forte da Sacralidade. A sacralidade do Rito Tridentino mostra muito bem a
transcendência, ou a verticalidade que coloca as pessoas numa atitude
de profunda reverência para com Deus e as coisas santas.
Tudo na Missa Tridentina tende a por Deus no
centro e a elevar a alma das pessoas até Ele. Mas não podemos deixar de
perceber que a Missa Teocêntrica também tem o seu lado horizontal, ou
seja, Antropocêntrico.
Nenhum Rito como este está cheio de gestos que contém uma profunda
reverência para com o Ministro Celebrante e deste para com os Ministros
Ajudantes e para com os Ministros Assistentes.
A Teocentralidade da Missa Tridentina tem uma finalidade, que é a
Antropocentralidade, ou a Fraternidade. Tudo na Missa Tridentina induz
ou tem por fim a Fraternidade. A Fraternidade, ou Antropocentralidade, é
o Novo Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Caridade Cristã: "Amai-vos
uns aos outros como Eu vos tenho amado!"
O Papa Emérito Bento XVI e atualmente o Papa
Francisco magnificamente estão restaurando toda a Igreja sob esta lei
base e fundamental, a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Caridade
Cristã. De fato, os cristãos não se amam mais hoje, há um ódio e
rivalidade, uma hostilidade geral. O que antigamente podia se dizer dos
cristãos: "Vede como eles se amam!", infelizmente hoje não
se pode dizer a não ser por seu inverso: "Vede como eles se
odeiam!"
Mas o pior é que o mútuo ódio é feito em nome de
Cristo; de fato, é em nome de Cristo que nós nos odiamos uns aos outros.
É inspirado em Jesus Cristo que tiramos as razões de nosso ódio contra
nosso próximo, uma inspiração infelizmente equivocada. Por causa do nome
de Cristo, Lutero separou-se da Igreja. Por causa do nome de Cristo, os
lefevrianos e os sedevacantistas resistem ao Papa. Por causa do nome de
Cristo os modernistas avacalham com toda a Igreja. Por causa do nome de
Cristo odiamos quem julgamos não ser bom. Chegou numa situação em que a
discórdia se tornou uma lei basilar que norteia a religião. O Papa
prega a caridade, a reconciliação, mas a pregação dele é rejeitada e
todos se proclamam defensores da fé. Os modernistas, porém, não se
proclamam defensores de nenhuma fé, eles são a avacalhação, o
relativismo e o indiferentismo dentro da Igreja, um pus que logo sairá
de dentro da Igreja, porque não existe ferida incurável. A caridade
cristã, que é o Novo Testamento, a Nova Lei, deve ser a vida de todo
católico. Devemos amar a todos, modernistas, tradicionalistas, hereges e
cismáticos, enfim, devemos amar com a nossa inteligência e com o nosso
coração a todos os homens em geral e em particular.
E a Missa Tridentina, e também a Missa de Paulo VI, e
as Liturgias Orientais, são o meio excelente para se atingir esse fim
que é a Fraternidade Universal.
Se bem percebermos, a Missa Tridentina, e as outras
Liturgias, reverenciam o homem quase da mesma forma que reverencia a
Deus, e assim também a reverência que se dá a Deus, nas liturgias
orientais e latinas, também se dá ao homem. Cito apenas um exemplo para
melhor ser compreendido: o incenso tanto é oferecido em reverência à
Deus como aos homens, porque nas liturgias latinas e orientais tanto se
incensa a Deus e as coisas sagradas como se incensa o sacerdote e os
assistentes.
Quando a liturgia nos manda incensar o
sacerdote e as pessoas na Missa, está, na verdade, a nos ensinar, por
gestos tão santos, que a nossa reverência pelo próximo deve ser igual à
que dirigimos à Deus, nosso amor pelo próximo deve ser igual ao nosso
amor por Deus.
E assim a Sagrada Liturgia nos ensina
o que um dia escreveu Monsenhor Nicola Bux aos tradicionalistas, que o
fim da liturgia é nos levar à "estima pelo irmão".
O fim da Missa é a Fraternidade Universal.
Falamos Fraternidade no sentido
católico, no sentido ensinado por Cristo e pelos Santos, e atualmente
pelo Papa Emérito Bento XVI e pelo Papa Francisco.
Viva à Fraternidade!
Pratiquemos a Caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, fim último das
Liturgias da Igreja!
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