Queridos irmãos, queridas irmãs, a paz!
A Irmã Emmanuel (www.enfantsdemedjugorje.fr.), que tivemos a graça de conhecer em Medjugorje na semana passada, escreveu esta reflexão a partir da última mensagem dada a Mirjana, onde Nossa Senhora nos diz que “Sem a vontade de Deus, vocês nada são”.
Escreve Irmã Emmanuel que “nesta mensagem, a Virgem não tem receio de nos provocar, a tal ponto que alguns se questionaram. Tanto melhor, isso ajuda-nos a progredir! Jesus dizia a Santa Catarina de Siena ‘Eu sou Aquele que é, tu és aquela que não é’. Ora, ela era uma grande santa! Poderíamos ver aí desprezo da parte de Jesus. Mas é exatamente o contrário. Ele quer dizer-lhe: Eu estou do lado do Ser, tu estás do lado do Nada, nós somos então feitos um para o outro. Eu te darei o presente do Meu tudo e tu me darás o teu nada, assim estaremos indefectivelmente unidos! Ele disse-lhe, também: ‘Faz-te capacidade, Eu Me farei torrente’. É esta a chave da Sua mensagem! Se nós deixarmos humildemente o nosso coração completamente aberto a Deus, nós Lhe permitimos que Se faça torrente em nós, que Se dê completamente a nós e derrame as Suas graças, o que é já a antecâmara do Céu. Se o nosso Ego não predomina em nós, deixaremos todo o lugar a Deus e experimentaremos a felicidade. Sabemos que a verdadeira paz, o verdadeiro Shalom, consiste em ser ‘completo’, todo cheio da presença de Deus e não vazio. Deus é então ‘tudo em nós’, segundo a palavra da Escritura. A Bem-aventurada Maria de Belém, uma grande mística da Galileia, intitulava-se a si mesma ‘O pequeno nada’, e isso era a sua alegria.
Quanto mais santa é uma pessoa, mais tem consciência do seu nada diante de Deus, mas também mais se sente à vontade diante desse nada. A verdadeira humildade consiste em estar em verdade diante de Deus, e esta verdade torna-nos livres, felizes. Para Deus não há diferenças de importância entre os homens, não há pobres e ricos, os ‘VIP’ e os outros, os ‘grandes’ e os
nulos. Nós somos todos radicalmente pobres, mas se alguns já têm consciência disso, outros
ainda não se aperceberam de tal. ‘Felizes os pobres em espírito porque é deles o Reino de Deus’,
diz-nos Jesus que quer tanto a nossa felicidade! Uma bela luz foi-nos dada por Santa Teresa de Lisieux. Num traço de gênio indica-nos o ‘pequeno caminho’ para caminharmos em segurança com Deus até à felicidade do Céu. Ela reconhecia-se pobre, pequena, incapaz de qualquer bem, por si mesma; mas, em vez de se entristecer, sentia com isso uma grande alegria! ‘O que agrada ao Bom Deus na minha alminha, dizia ela, é ver-me amar a minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na Sua Misericórdia’. E, mais adiante: ‘Para amar Jesus, quanto mais somos fracos, sem desejos nem virtudes, mais estamos limpos para que opere este Amor consumando e transformando’ (Carta 197 de 17/09/1896, à Ir. Maria do Sagrado Coração). Ela sabia quanto Jesus ama as crianças e os que se lhes assemelham; ora a criança é, por excelência, aquela que tem consciência de dever esperar tudo dos grandes.
O mundo ensina-nos o contrário! Para agradar aos homens é preciso ser alguém. Que ilusão!
Quanto agradeço à Virgem a Sua Mensagem! Mais uma vez Ela nos cura das falsas imagens de
felicidade que o mundo nos inflige e nos leva de novo ao caminho da realidade, aquele que não
tem ocaso e que fará de nós homens e mulheres de pé, confiantes não em si mesmos mas em Deus que os habita! Maria faz de nós cristãos que não temem perder a causa da sua alegria porque ela está posta em Deus, bem assegurada. Quando o mundo nos oferece satisfações passageiras e superficiais que acabam por nos lançar na angústia, Deus propõe-nos estancar as nossas sedes profundas, e isso permite-nos ser o que somos verdadeiramente, filhos de Deus que possui tudo. ‘Meu filho, diz Deus, tudo o que é Meu é teu!’ (Lc 15)”.
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