segunda-feira, 29 de abril de 2013

O BOM E O MAU ARREPENDIMENTO , E O DOM DA CRUZ - LITURGIA DIÁRIA , 30 DE ABRIL DE 2013


O BOM E O MAU ARREPENDIMENTO , E O DOM DA CRUZ‏



"A tristeza que é segundo Deus, afirma São Paulo, produz uma penitência estável para a salvação; a tristeza do mundo produz a morte (2 Cor. 7, 10). A tristeza pode, pois ser boa ou má, conforme os efeitos que produza em nós. Mas, em geral, produz mais efeitos maus que bons, porque os bons são apenas dois: a misericórdia - o pesar pelo mal dos outros -  e a penitência - a dor de ter ofendido a Deus -, ao passo que os maus são seis: medo, preguiça, indignação, ciúme, inveja e impaciência. Por isso, diz o Sábio: A tristeza mata a muitos e não há utilidade nela (Ecle. 30, 25), já que, para dois regatos de águas límpidas que nascem do manancial da tristeza, nascem seis de águas poluídas"[1]

Essa é a razão por que o demônio faz grandes esforços para produzir em nós essa má tristeza, e, a fim de levar-nos a desanima, começa por perturbar-nos. Não lhe custa muito sugerir pretextos para isso. Não deveríamos afligir-nos por ter ofendido a Majestade divina, ultrajado a Beleza infinita e ferido o coração de Deus, o mais terno dos pais?

"Com certeza", responde-nos São Francisco de Sales. "Devemos entristecer-nos, mas com um arrependimento verdadeiro, não com uma dor mal-humorada, cheia de despeito e indignação. O verdadeiro arrependimento é sempre calmo, como todo o sentimento inspirado pelo bom Espírito: o Senhor não está na perturbação (3 Re. 19, 11). Onde principiam a inquietação e a perturbação, a tristeza má passa a ocupar o lugar da tristeza boa. 

"A má tristeza" - insiste o Santo - "deprime e perturba a alma, inquieta-a, incute-lhe temores desmedidos, tira-lhe o gosto pela oração, atordoa e fatiga-lhe a cabeça, impede-a de tirar proveito dos bons conselhos, de tomar resoluções, de formar juízos, de ter coragem, e abate-lhe as forças. Numa palavra: é como um inverno rigoroso que cresta toda a formosura da terra e mergulha na letargia todos os animais; porque priva a alma de toda a suavidade e a deixa paralítica, bloqueando todas as suas faculdades"[2]

Muitos de nós reconhecerão nestes sintomas a perturbação em que se deixaram envolver após as suas faltas e os estragos que ela lhes causou! Tinham começado a levar a sério a vida espiritual e seguiam resolutamente os passos do Mestre pelo caminho do dever, pela rude encosta do Calvário. Mas eis que sobrevém um queda e, com ela, a perturbação! A alma levanta-se sob o amparo do arrependimento e da absolvição sacramental, que tudo vem reparar. Mas nem por isso sossega. Olha-se, examina-se ansiosamente, conta as feridas mal cicatrizadas, remexe-as com receio, infecta-as mais por querer curá-las com despeito e impaciência, "porque não há nada que mais conserve os nossos defeitos do que o desassossego e a pressa em querer expurgá-los"[3]

Entretanto, o passo vai afrouxando. Já não se corre; anda-se a custo. A pessoa arrasta-se, descontente de si e quase que do próprio Deus, perde a confiança na oração e abeira-se dos sacramentos com medo - até que uma circunstância especial, uma confissão excepcionalmente bem feita ou um retiro, lhe restitui por um certo período o fervor que tivera no princípio. Mas se, decorrido algum tempo após essa renovação, não elimina essa intranquilidade, uma nova queda ou simplesmente a lembrança das faltas passadas provocará nela um surto de redobrada depressão e melancolia; voltará ao passo cansado e queira Deus que, à força de hesitações e delongas, não termine por cair numa inércia quase sem remédio

[1] Introdução à vida devota, São Francisco de Sales, IV, 12.
[2] Idem;
[3] Obras Completas de São Francisco de Sales, Annecy, 1832-1932, XIV, 120.

(FONTE: "A ARTE DE APROVEITAR AS PRÓPRIAS FALTAS" - JOSEPH TISSOT; TERCEIRA EDIÇÃO, QUADRANTE - SÃO PAULO 2003)



Sim, só as almas amantes é que sobem a rua da amargura! Só as almas amantes lhes é dado carregar a cruz!

Ó cruz bendita, preciosíssimo tesouro escondido, debaixo de aparências bruscas, encerras tantas doçuras! Ó cruz quando fostes carregada pelos ombros de vosso Criador não sabias vós que ias servir de instrumento para que as portas do céu se abrissem! E vós, almas eleitas às quais é dado o dom precioso de carregar a cruz pesada de cada dia, na hora em que ela se apresenta, quem sabe cheias de medo e de pavor, pondes em nossos ombros, a cruz!

Ah! se conhecesseis o dom da cruz, e de como outrora serviu ao Divino Mestre de instrumento, para nela executar a mais portentosa obra, como foi a da Redenção! Assim, também a vós, almas eleitas, a cruz vos serve para a mais portentosa obra a “santificação própria”

Ah! qual a obra  mais importante de uma alma?
 .
Sim, a obra mais importanteé a santificação própria. A cruz, alma querida, é esse baluarte preciosíssimo que vos defende dos inimigos carnais, pois o sofrimento, subjuga e vos faz conhecer o vosso nada! A cruz, destrona o império infernal. Filhos do pecado, sujeitos como estamos às misérias humanas, a cruz nos eleva, pois ela abate nosso amor próprio, fazendo-nos compreender que, para entrar na mansão celestial, é necessário sofrer! Os maus também sofrem, mas seus sofrimentos ficam neutros, porque eles sofrem sem a conformidade do Divino Crucificado. E porque é necessário sofrer? Ah! por causa de nossos pecados! O Divino Crucificado nos abriu as portas do Paraíso, entretanto, precisamos completar em nós a Paixão do Salvador, se quisermos ter entrada no Paraíso

Ó cruz bendita, eu vos saúdo, sê o sol nas minhas trevas
 .
(O BOM COMBATE NA ALMA GENEROSA, INSTITUTO DAS MISSIONÁRIAS DE JESUS CRUCIFICADO – CAMPINAS – 1ª EDIÇÃO, ANO DE 1936, COM IMPRIMATUR)




LITURGIA DO DIA 30 DE ABRIL DE 2013
PRIMEIRA LEITURA: ATOS DOS APÓSTOLOS 14, 19-28

V SEMANA DA PÁSCOA , (BRANCO - OFÍCIO DO DIA) - LEITURA DOS ATOS DOS APÓSTOLOS - Naqueles dias, 19Sobrevieram, porém, alguns judeus de Antioquia e de Icônio que persuadiram a multidão. Apedrejaram Paulo e, dando-o por morto, arrastaram-no para fora da cidade. 20Os discípulos o rodearam. Ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu com Barnabé para Derbe. 21Depois de ter pregado o Evangelho à cidade de Derbe, onde ganharam muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia (da Pisídia). 22Confirmavam as almas dos discípulos e exortavam-nos a perseverar na fé, dizendo que é necessário entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações. 23Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado. 24Atravessaram a Pisídia e chegaram a Panfília. 25Depois de ter anunciado a palavra do Senhor em Perge, desceram a Atália. 26Dali navegaram para Antioquia (da Síria), de onde tinham partido, encomendados à graça de Deus para a obra que estavam a completar. 27Ali chegados, reuniram a igreja e contaram quão grandes coisas Deus fizera com eles, e como abrira a porta da fé aos gentios. 28Demoraram-se com os discípulos longo tempo - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL (144)

REFRÃO: Ó SENHOR, VOSSOS AMIGOS ANUNCIEM VOSSO REINO GLORIOSO

1.
 Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder! -R.

2. Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração. -R.

3. Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos. -R.

EVANGELHO: JOÃO 14, 27-31

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO JOÃO - Naquele tempo, 27Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! 28Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu. 29E disse-vos agora estas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem. 30Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada em mim. 31O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui - Palavra da salvação




MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE – “Queridos filhos! Também hoje os convido a abrirem-se à oração. Filhinhos, vocês vivem em um tempo em que Deus lhes dá grandes graças, mas vocês não sabem aproveitá-las. Vocês se preocupam com tudo o mais, porém, muito pouco com a alma e com a vida espiritual. Despertem-se do sono pesado de sua alma e, com toda  a força, digam Sim a Deus. Decidam-se pela conversão e pela santidade. Estou com vocês, filhinhos, e convido-os à perfeição de sua alma e de tudo o que fazem. Obrigada por terem correspondido a Meu apelo” – MENSAGEM DO DIA 25.03.2001


A IGREJA CELEBRA HOJE , SÃO JOSÉ BENEDITO COTTOLENGO - Hoje, lembramos São José Benedito Cottolengo que nasceu em Bra, na Itália, onde desde de pequeno demonstrou-se inclinado à caridade. Com o passar do tempo e trabalho com sua vocação, tornou-se um sacerdote dos desprotegidos na diocese de Turim . Quando teve que atender uma senhora grávida, que devido à falta de assistência social, morreu em seus braços; espantado, retirou-se em oração e nisso Deus fez desabrochar no seu coração a necessidade da criação de uma casa de abrigo que, mesmo em meio às dificuldades, foi seguida por outras. Esse grande homem de Deus acolhia pobres, doentes mentais, físicos, ou seja, todo tipo de pessoas carentes de amor, assistência material, físico e espiritual . Confiando somente nos cuidados do Pai do Céu, estas casas desde a primeira até a verdadeira cidade da caridade que surgiu, chamou-se "Pequena Casa da Divina Providência". Diante do Santíssimo Sacramento, José Cottolengo e outros cristãos, que se uniram a ele nesta experiência de Deus, buscavam ali forças para bem servir aos necessitados, pois já dizia ele: "Se soubesses quem são os pobres, os servirias de joelhos!" . Entrou no Céu com 56 anos . São José Benedito Cottolengo, rogai por nós!

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