sexta-feira, 22 de março de 2013

O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE - LITURGIA DIÁRIA , 23 DE MARÇO DE 2013

SE UMA DAS CARACTERÍSTICAS DA SUBSTÂNCIA DE DEUS É A SIMPLICIDADE ABSOLUTA, COMO CONCILIÁ-LA COM A TRIPERSONALIDADE DIVINA ?"

Ao falar da Santíssima Trindade , toca-se na realidade mais íntima da vida de Deus, que necessariamente há de ser um mistério. Se Deus «coubesse» todo dentro da exígua inteligência humana, seria realmente Deus ? Não ; seria exíguo como o próprio homem. De antemão, pois, é de prever que a sua natureza ultrapasse o alcance da nossa inteligência (sem, porém, lhe impor absurdo)
Vejamos, por conseguinte, sucessivamente os fundamentos revelados do mistério da Ssma. Trindade e a maneira como pode ser ilustrado. Concluir-se-á que tal mistério, longe de ser um enigma especulativo, constitui verdade sumamente bela e vital
1) Os fundamentos bíblicos
A fim de evitar o perigo de politeísmo no povo israelita cercado de nações idólatras, a Revelação feita aos judeus inculcava o mais estreito monoteísmo, silenciando tudo que pudesse ser mal entendido no assunto
Quando, porém, o Messias veio ao mundo na plenitude dos tempos, «manifestou o nome de Deus aos homens» (cf. Jo 17,6), isto é, disse-lhes que Deus é não somente Criador e Legislador, mas também Pai, o qual desde toda a eternidade vive em comunhão com o seu Filho Unigênito (segunda Pessoa Divina) no ósculo ou no Amor sagrado, que é o Espírito Santo (terceira Pessoa Divina). É essa paternidade que se estende a todo cristão no dia do seu Batismo
Há explícitas fórmulas trinitárias no Novo Testamento, como Mt 28,19 ; Jo 14,26 ; 15,26 ; tenham-se em vista também as cenas da Anunciação, do Batismo de Jesus e da Transfiguração, em que se manifestam as três Pessoas Divinas (Lc 1,32-35 ; Mt 3,16; 17,1-5). Os textos do S. Evangelho em que Jesus professa subordinação ao Pai, se referem à santíssima humanidade, e não à natureza divina do Salvador (cf. Jo 5,30 ; 8,17 ; Mt 26,39)
Modernos historiadores das religiões têm asseverado origem pagã para a doutrina da Santíssima Trindade. Apontam o fato de que vários povos antigos professavam três deuses supremos ; os egípcios, por exemplo, conheciam Osiris ou Serapis (o Touro Sagrado), Isis (a Lua-Vaca) e Horus (o Filho); os babilônios, Anu, Enlil e Ea ; os budistas cultuam Dhama (a Lei), Budha (o Propagador da Lei), Sangha (o Fruto da propagação da Lei ou a união dos ascetas entre si), etc. Contudo tais autores não saberiam explicar como a concepção pagã entrou nas Escrituras do Novo Testamento ; vão seria afirmar, como querem alguns, que a Trindade só começou a ser professada pelos cristãos sob o Imperador Constantino no séc. IV ; os testemunhos do Evangelho e de São Paulo são demasiado explícitos no caso
Em verdade, .não se pode provar influência da ideologia pagã sobre a concepção cristã. Ao contrário, a um .observador atento torna-se clara a divergência de mentalidades pressuposta pelas tríades pagãs e a Trindade cristã. Entre os pagãos, os três elementos constituem três deuses distintos, colocados no ápice de uma escala de muitos deuses ; desses três seres supremos, um é geralmente elemento feminino ou materno ; a trindade pagã vem a ser então a família humana transposta para o mundo dos deuses, refletindo por vezes o regime social ou econômico vigente em tal ou tal povo antigo ; outras vezes, as tríades pagãs implicam a personificação de forças da natureza. Em oposição a essas concepções, a doutrina cristã é essencialmente monoteísta, inculcando não menos a unidade de Deus do que a Trindade ; nunca, portanto, o cristianismo admitirá distinção entre as Pessoas Divinas tal que rompa a unidade divina; este traço revela bem que a Igreja católica se inspira de pressupostos totalmente diversos da mentalidade politeísta
Explica-se sem dificuldade que os pagãos espontaneamente tendessem a conceber a existência de três deuses no ápice do mundo supremo. Com efeito, segundo a mística dos números (tão cara aos antigos), três é o número da perfeição (haja vista o triângulo equilátero, que está sempre em pé, sempre igual a si mesmo) ; era, por conseguinte, o número da divindade, por isto frequentemente associado a esta nas especulações do politeísmo. — Ao contrário, a Ssma. Trindade da Revelação cristã, como se verá adiante, nada tem que ver com a mística dos números, assaz arbitrária e subjetiva ; ela se radica em princípios muito mais profundos, derivados do conceito de Ser Perfeito ; em consequência, é principalmente usando da inteligência e desvencilhando-se de concepções religiosas infantis que os cristãos conseguem ilustrar o mistério da vida íntima de Deus. Tentemos fazê-lo no parágrafo abaixo
2. A ilustração do dogma
Deus é espírito, à semelhança do qual a criatura humana (mais precisamente: a alma humana) foi feita (cf. Gên 1,26). Será, pois, pela consideração da alma humana que lograremos aproximar-nos do mistério da Ssma. Trindade
Todo espírito possui duas faculdades características mediante as quais exerce a sua vida: a inteligência e a vontade. Pela inteligência conhecemos os objetos que estão fora de nós imprimem-nos uma semelhança de si, fecundando o nosso intelecto e levando-o a conceber ou gerar uma imagem (quase uma «chapa fotográfica») desses objetos; projetamos essa imagem ante a nossa inteligência e a contemplamos. É o que se chama «conceber uma ideia» ou «pronunciar uma palavra interior». Acontece, porém, que o conhecimento da verdade não pode deixar de suscitar o amor; passamos então a gravitar em torno do objeto conhecido, pondo em ação a nossa segunda faculdade espiritual que é a vontade. Ao passo que a inteligência como que atrai o objeto a si (pelo conhecimento recebemos uma semelhança do objeto), a vontade se deixa atrair ; tende a ir buscar e a possuir plenamente o objeto conhecido, para finalmente deleitar-se nele. Uma vez conseguido este deleite, dá-se por satisfeita e repousa. — Ora nossa vida humana consta de uma série de ciclos desse tipo ; dotados da capacidade de apreender o Infinito, aqui na terra só conhecemos objetos finitos ou conhecemos o Infinito (Deus) à semelhança das coisas finitas, de modo que nunca alcançamos a quietude definitiva; vamos sucessivamente conhecendo os aspectos da verdade, passamos a gravitar em torno deles, obtendo de cada vez algum deleite; este, porém, sendo finito, não nos sacia plenamente. Por conseguinte, sempre recomeçamos a conhecer e amar neste mundo. Somente no céu, onde os justos veem a Deus face a face, é que conhecimento e amor estão definitivamente estabilizados
Pois bem. A atividade espiritual que se dá no homem com tanta imperfeição, verifica-se em Deus de maneira perfeita. Deus tem também o seu conhecimento e o seu amor. O conhecimento divino, porém, não é progressivo como o nosso, mas num só ato apreende a Verdade — a Verdade, que não é distinta de Deus, mas que é o próprio Deus, Assim Deus, num ato único, eterno como eterna é a vida divina, conhece a Si mesmo de maneira exaustiva; o que significa: num só ato concebe-Se ou pronuncia-Se a Si mesmo na eternidade, o produto dessa concepção não é uma imagem parcelada da verdade, como em nós, mas é a própria Verdade, o próprio Deus a subsistir diante de Deus; é Pessoa Divina, como o sujeito do conhecimento é Pessoa Divina. A esta segunda Pessoa a S. Escritura dá o nome de Logos (Palavra, Imagem mental) ou de Filho (já que todo filho é a expressão subsistente de seu genitor), ficando o titulo de Pai reservado à primeira Pessoa
Contemplando a sua infinita Perfeição, Deus não pode deixar de comprazer-se em Si. Ora esta complacência é outro ato em que Deus se afirma com toda a sua perfeição; é o Amor de Deus ou Deus que ama; é o Amor subsistente que vincula o Pai ao Filho e o Filho ao Pai, rematando (por assim dizer) o processo da vida divina, A esta terceira Pessoa a Escritura d& o nome de Espírito Santo.
Faz-se mister ainda notar as duas seguintes notas das «processões» divinas (assim se chamam os dois atos característicos da vida divina) :
a) elas não implicam divisão da infinita. Perfeição ou da Substância de Deus ; esta fica" sendo uma só e a mesma, afirmando-se, porém, três vezes. Destarte a Trindade de Pessoas não derroga cm absoluto à unidade e simplicidade da natureza divina. As três pessoas só diferem entre si por aspectos relativos, não por títulos absolutos, isto ê, diferem porque a primeira é Deus que concebe e a segunda é Deus mesmo que corresponde a este ato de conceber ; por sua vez, a terceira Pessoa é Deus que corresponde ao ato de amor emitido pelo Pai e o Filho. As três Pessoas, portanto, têm (ou são) toda a Perfeição Divina, que se diversifica apenas por três modos de subsistir ; e esses três modos se apelam mutuamente, são correlativos e inseparáveis entre si, mas não se podem identificar uns com os outros, porque os termos correlativos, por definição, se opõem um ao outro (todo pai, na medida em que é pai, se distingue de seu filho, embora só seja pai caso exista o filho)
b) As processões em Deus se verificam sem sucessão cronológica nem subordinação; nossa pobre linguagem, porém, nos leva a falar, como se entre elas houvesse anterioridade e posterioridade. Desde que Deus existe, isto é, desde toda a eternidade, Deus é Pai, Filho e Espírito Santo ; a geração e o deleite amoroso são a própria vida de Deus, não são atos adventícios a ela. Vê-se assim que tão necessária e essencialmente como Deus é uno, Deus também é trino ; vê-se outrossim que Deus não poderia subsistir nem em duas, nem em quatro ou cinco Pessoas, mas é muito logicamente uno e ao mesmo tempo trino» A Trindade não é menos necessária do que a unidade em Deus
«Ser em três Pessoas», Pai, Filho e Espírito Santo, é na realidade a mesma coisa que «ser Deus», embora a nossa inteligência não perceba logo a equivalência destas proposições. Se podemos separar os dois enunciados, isto se dá porque conhecemos a Deus indiretamente, através das criaturas, no regime da fé ; no céu, porém, perceberemos claramente o fundamento da sinonímia

LITURGIA DO DIA 23 DE MARÇO DE 2013

PRIMEIRA LEITURA: EZEQUIEL 37, 21-28

V SEMANA DA QUARESMA* - (ROXO, PREF. DA PAIXÃO I - OFÍCIO DO DIA) , LEITURA DA PROFECIA DE EZEQUIEL - 21e tu dirás: eis o que diz o Senhor Javé: vou recolher os israelitas de entre as nações onde se acham dispersos; vou congregá-los de toda parte e trazê-los para a sua terra. 22Farei com que, em sua terra, sobre as montanhas de Israel, não formem mais do que uma só nação, que não possuam mais do que um rei. Não mais existirá a divisão em dois povos e em dois reinos. 23Não mais se mancharão com seus ídolos nem cometerão infames abominações: libertá-los-ei de todas as transgressões de que se tornaram culpados e purificá-los-ei. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 24Meu servo Davi será o seu rei; não terão todos senão um só pastor; obedecerão aos meus mandamentos, observarão as minhas leis e as porão em prática. 25Habitarão a terra que concedi a meu servidor Jacó, aquela em que vossos pais residiram; eles aí permanecerão; eles, seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. Davi, meu servo, será para sempre o seu rei. 26Concluirei com eles uma aliança de paz, um tratado eterno. Eu os plantarei e multiplicá-los-ei. Estabelecerei para sempre o meu santuário entre eles. 27Minha residência será no meio deles. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 28E as nações saberão que sou eu, o Senhor, quem santifica Israel, quando o meu santuário se achar constituído para sempre no meio do (meu) povo - Palavra do Senhor

SALMO RESPONSORIAL(JR 31)

REFRÃO: O SENHOR NOS GUARDARÁ QUAL PASTOR A SEU REBANHO

1.
Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: “Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!” -R.

2.
 Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor. - R.

3.
 Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra. -R.

EVANGELHO: JOÃO 11, 45-56

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, SEGUNDO JOÃO - Naquele tempo, 45Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. 49Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: Vós não entendeis nada! 50Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. 51E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação, 52e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. 53E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida. 54Em consequência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. 55Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. 56Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: Que vos parece? Achais que ele não virá à festa? - Palavra da salvação


 
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE - Queridos filhos! Hoje, agradeço-lhes por viverem e testemunharem com sua vida minhas mensagens. Filhinhos, sejam fortes e rezem para que a oração lhes dê força e alegria. Somente assim cada um de vocês será meu e Eu os conduzirei pela estrada da salvação. Filhinhos, rezem e testemunhem com sua vida minha presença aqui. Que cada dia seja para vocês um alegre testemunho do amor de Deus. Obrigada por terem correspondido a meu apelo”MENSAGEM DO DIA 25.06.99

A IGREJA CELEBRA HOJE , SÃO TURÍBIO DE MONGROVEJO - De origem espanhola, nasceu no ano de 1538. Cresceu muito bem educado dentro de uma formação cristã e humana, estudou Direito e prestou muitos serviços nessa área, sempre buscando dar testemunho cristão no ambiente em que se encontrava . Turíbio ajudou até o rei Felipe, mas o chamado à vida dedicada ao Senhor, dentro do ministério sacerdotal, falou mais forte. Renunciou à sua profissão e, como sacerdote, foi escolhido bispo e enviado ao Peru. Era um homem apostólico . Deparou-se com muitas injustiças: indígenas oprimidos, pobres abandonados. Então ele, no anúncio e na denúncia, passou a ser respeitado e ouvido por muitos . Sem interesses e sem comungar com o poder opressor, ele deixou um marco para toda a América: de que o mundo precisa de santos, e isso só é possível na misericórdia, no amor, na verdade, no anúncio e na coragem de denunciar . Depois de uma grave enfermidade, faleceu em 1606 . São Turíbio, rogai por nós!

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