"A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e
de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o
projeto divino e para decidir seu destino último.” (Catecismo P.39.2 §1013)
Outro dia, numa homilia o Pe. Eugênio disse mais ou menos assim: que
todos nós estamos nessa peregrinação terrestre, como numa viagem de trem rumo a
uma estação final, que é a morte. Porém, essa estação final não é propriamente o
fim, é uma estação de transição, onde teremos duas opções a seguir: ou céu ou
inferno. Não teremos outra opção, ou seguiremos para o céu ou para o inferno, que
será nosso destino último e eterno. Seria fácil chegarmos nessa estação final e
simplesmente decidirmos: “eu quero ir pro céu”. Quando na verdade, essa decisão
se faz durante nossa vivência no mundo, ou seja, vamos naturalmente seguir o
caminho que escolhemos aqui na terra. Se buscarmos viver o céu aqui na terra é
para lá que iremos, senão... Portanto devemos passar esse breve jornada da
nossa existência almejando o caminho de volta pra casa do Pai, que nos espera
ansioso.
Santa Catarina de Gênova escreve: “O céu não tem portas e quem quiser
entrar pode fazê-lo, porque Deus é todo misericórdia e permanece com os braços
abertos para admiti-lo na sua glória”.
No entanto, o ser de Deus é tão puro que, nenhuma alma com vestígio de
imperfeição se permite chegar junto dEle. Se essas manchas do pecado não foram
eliminadas por uma purificação constante e generosa nessa vida, ao morrer, a
alma perceberá com absoluta clareza a “sujeira” que a impede de aproximar-se de
Deus e terá o desejo de purificação. Então o Purgatório apresenta-se como a
única oportunidade para esse fim.
Mas se, com a ajuda da graça, formos generosos na prática da penitência,
no oferecimento da dor e no amor ao sacramento do perdão, podemos ir
diretamente para o Céu. Isso é o que fizeram os santos, e eles nos convidam a
imitá-los. Portanto nossa passagem pela terra, enquanto esperamos o momento de
contemplar a Deus, deveria ser um tempo de purificação. A dor, a doença, o
sofrimento são uma graça extraordinária do Senhor para repararmos nossas faltas
e pecados. Esforcemo-nos por fazer penitências nesta vida e aceitar a dor e o
sofrimento por amor a Deus, para purificar com mais rapidez e eficácia nossas
tendências desordenadas nesta vida, visto que, nossos pecados não expiados aqui
na terra, adiam nossa união com Deus.
Hoje em especial, dedicamos as nossas orações a todos aqueles que ainda
estão se purificando das marcas que os seus pecados deixaram nas suas almas.
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