Os Jogos Olímpicos que vão ter início dentro de dias, em Londres, foram recordados por Bento XVI, neste domingo, ao meio-dia, no encontro com os fiéis, em Castel Gandolfo, para a recitação do Angelus. Sublinhando que se trata do “maior acontecimento desportivo mundial, em que participam atletas de muitíssimas nações, e como tal reveste também um forte valor simbólico”, razão por que a Igreja Católica encara as Olimpíadas com grande simpatia e atenção. “Rezemos para que, segundo a vontade Deus, os Jogos de Londres sejam uma autêntica experiência de fraternidade entre os povos da Terra”. Na costumada alocução antes das Ave-Marias, o Santo Padre comentou as Leituras da missa deste domingo, que – observou – propõem “um tema fundamental e sempre fascinante da Bíblia: Deus é o Pastor da humanidade”. Por outras palavras: Deus “quer para nós a vida, quer guiar-nos a boas pastagens, onde nos possamos alimentar e repousar; não quer que nos percamos e que morremos, mas que cheguemos à meta do nosso caminho, que é precisamente a plenitude da vida”. Jesus apresenta-se como Pastor das ovelhas perdidas da casa de Israel. O seu olhar sobre as pessoas é um olhar “pastoral”. E de facto, no Evangelho deste domingo, Jesus, ao ver a multidão, “teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor” “Jesus incarna Deus Pastor com o seu modo de pregar e com as suas obras, tomando cuidado dos doentes e dos pecadores, daqueles que se encontram ‘perdidos’, para os colocar ao seguro, na misericórdia do Pai”. Recordando a ocorrência, neste dia 22 de julho, da memória litúrgica de Santa Maria Madalena, que Jesus, segundo o Evangelho de São Lucas, libertou do domínio de sete demónios, ou seja, salvou-a de uma total escravidão ao maligno. Mas, em que consiste esta cura profunda que Deus realiza mediante Jesus? – interrogou-se o Papa. “Consiste numa paz autêntica, completa, fruto da reconciliação da pessoa em si mesma e em todas as suas relações: com Deus, com os outros, com o mundo”. “De facto, o maligno procura sempre destruir a obra de Deus, semeando divisão: no corpo humano, entre corpo e alma, entre o homem e Deus, nas relações interpessoais, sociais, internacionais, e mesmo entre o homem e a natureza.” “O maligno semeia guerra; Deus cria paz. Mais ainda, como diz São Paulo, Cristo é a nossa paz”. Para realizar esta obra de reconciliação radical, Jesus, o Bom Pastor, teve que se tornar o Cordeiro, o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo – recordou ainda o Papa. Nas saudações aos peregrinos de língua inglesa, o Santo Padre declarou-se “profundamente chocado pela insensata violência que teve lugar em Aurora, Denver (Estados Unidos). Afirmou-se também contristado pelas vidas perdidas no recente desastre ferroviário, perto de Zanzibar, na África. “Partilho o sofrimento das famílias e amigos das vítimas e dos feridos, especialmente as crianças. Assegurando-lhes a minha proximidade na oração, dou a minha bênção como penhor de consolação e força no Senhor ressuscitado”. Também em língua inglesa, o Papa evocou a próxima abertura dos Jogos Olímpicos. Felicitando organizadores, atletas e espectadores e exprimiu a esperança de que o espírito olímpico favoreça no mundo a paz e a reconciliação: “Rezo para que, no espírito da Competição Olímpica, a boa vontade gerada por este acontecimento desportivo internacional possa dar fruto, promovendo paz e reconciliação através do mundo. Sobre todos os que participarem nos Jogos Olímpicos de Londres, invoco as abundantes bênçãos do Todo Poderoso Radio Vaticano
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