Hoje iniciamos a conhecer outra monja, uma jovem desposada que se chamava Olímpia, de dezesseis anos. Notável por sua grande beleza física, nobre linhagem e grande fortuna. Nascida entre os anos 361-368 era filha de pai pagão: o conde Seleuco, filho de Ablávio, prefeito, influente no Pretório nos tempos de Constantino, falecido em 337; tanto ele como sua mulher morreram jovens, deixando a menina Olímpia sob a tutela de seu tio Procópio, cristão exemplar e amigo íntimo de Gregório de Nazianzeno. Teve como educadora uma grande mulher, Teodósia, irmã de Santo Anfilóquio de Icônio. Esta matrona foi digna de que suas virtudes fossem escritas na obra de Gregório, que disse à menina de imitar e ter como exemplo vivo todas as palavras, e ações desta santa virgem.
O jovem esposo chamava-se Nebridio, prefeito de Constantinopla em 386, porém aos vinte e seis meses de matrimônio, morreu. Olímpia aos dezoito anos se viu importunada pelas solicitudes de numerosos pretendentes. Entre tantos, destacou-se o mais terrível de todos, Elpídio, nobre espanhol. Enamorado pela jovem e sua imensa fortuna, solicitou sem descanso tê-la como esposa. Porém Olímpia se manteve inquebrantável firme ao propósito de consagrar-se ao Senhor, como holocausto de oração, penitência e caridade: era o fruto colhido por Teodosia, sua enfermeira e segunda mãe e o desejo de Deus.
Diante de tanto assédio por parte de Elpídio, Olímpia lhe respondeu energicamente que se o Senhor a tivesse querido no estado matrimonial, não teria arrebatado o seu primeiro esposo. O jovem não se deu por vencido e tramou algo incomum, valeu-se de seu parentesco com o imperador- a quem, todavia lhe eram desconhecidas as virtudes da jovem viúva-. Como por meio de ameaças não conseguiu nada, Elpídio convenceu a Teodósio para que desse ordem de despojar a jovem de todos sus bens, que deviam ser custodiados no depósito pelo prefeito de Constantinopla, até que a virtuosa viúva completasse trinta anos. Este novo golpe a deixou mais firme em sua vontade de consagrar-se a Jesus Cristo.
Eis a carta que ela enviou ao imperador, não isenta de certa ironia, embora exalando piedade:
Senhor: haveis mostrado para com vossa humilde serva uma bondade não só de um imperador, mas de um bispo, ao entregar a custódia de vossos oficiais o pesado fardo dos meus bens, descarregando-me assim das solicitudes de sua administração. Todavia aumentarias meu gozo se mandasse que fossem distribuídos entre as igrejas e os pobres, pois conheço as lutas contra as tentações de vaidade que tais esmolas ocasionam quando se fazem pessoalmente; por outro lado, não queria que as pesadas cargas dos negócios temporais me fizessem descuidar da minha alma.
Quando regressou o imperador Teodósio de sua campanha militar em 351, resultando vencedor em Máximo, ao comprovar o grande caráter e sólidas virtudes da jovem, lhe devolveu todo seu patrimônio.
Continuamos na próxima semana...
Fiquem na Paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
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