domingo, 22 de abril de 2012

Madres do Deserto – Madre Anônima - Parte II


Continuando, vemos os pensamentos que assaltam esta jovem diante da diferença que se encontra no mundo: Ela foi dormir com estes pensamentos, quando no mais profundo do sono, Deus cheio de misericórdia, se dignou por efeito de sua infinita bondade tirá-la do abismo insondável de sua cegueira, manifestou-lhe o estado da alma de seu pai e de sua mãe na vida eterna. Pareceu ver em sonho um homem luminoso, de grande altura, que sem poder ver exatamente seu rosto pelo esplendor que dele saía, pôde ver seus olhos, estes lhe causaram tal impressão que não pôde esquecê-los enquanto viveu. O homem a olhou com dor, e com tom de reprovação jogou em seu rosto o que ela havia pensado. Ela ficou desconcertada, imóvel, sem ousar olhá-lo. O personagem levantando sua voz, como agitadas ondas sonoras, de maneira terrível reprovou-lhe tudo o que estava o que estava guardandoe m seu coração, de sorte que, a jovem aterrorizada, não pôde negar a verdade, se lançou a seus pés e lhe peddiu perdão, desta maneira dissiparam-se os sentimentos cheios de malícia. Então o personagem lhe disse: “Viste a sorte tão distinta de teu pai e tua mãe, assim poderás escolher o tipo de vida que tu queres”. Na continuação, se viu transportada em espírito a um delicioso campo, onde encontrou tudo quanto a natureza podia oferecer de belo e encantador, em árvores, frutos e flores. A medida que ela adentrava, viu o seu pai, muito bonito, sorridente, saía dele uma luz dourada, a abraçou e beijou com ternura e a chamou carinhosamente minha muito querida filha. A menina rogou que lhe concedesse de ficar com ele, que lhe alcançasse essa graça, porém o pai respondeu que esse desejo não era possível de realizar, que esperasse o dia em que pudesse seguir suas mesmas pegadas. Como começou a rezar para que não fosse arrebatada tal graça, o personagem misterioso que lhe permitiu ver aquela visão, tomou-a pela mão dizendo: “Vem e vê a tua mãe que está no lugar do fogo e delibera a classe de vida que queres”. A conduziu a uma mansão tenebrosa, onde uma espessa nuvem negra cobria tudo, se ouviam vozes e ruídos horríveis. Mostrou-lhe um forno profundo cujo acesso guardavam duas figuras como sombras e não podiam ser abertos. Foi-lhe dito que olhasse pela abertura des te forno para poder ver o que havia dentro. Viu um lago, como de enxofre, em ignição, e ali estava a mãe mergulhada, quando esta a viu, lhe gritou: “Ah! Filha minha, olhaa onde estou, aqui trouxeram-me minhas más ações, já que em minha vida passada desprezei a virtude e pequei com tanta facilidade. Tenha piedade de mim, minha filha, e considera minha desgraça”. Após este sonho, ao despertar, compreendeu por sua graça divina, que ela tinha que seguir os passos de seu pai, e perseverou em uma vida solitária, em oração e ascese, até a velhice na fidelidade que prometeu a Deus ao converter-se a Ele. Esta mulher sabia guardar um total silêncio. Quantos iam a pedir-lhe conselho, sentavam-se junto dela, choravam lhe abriam o coração, e pouco a pouco, ficavam serenas, silenciando os lamentos e suspiros, permanecendo longo tempo com ela sem falar, envolvendo-lhes a paz e a serenidade divinas. Iam embora consolados, e as tribulações cessavam. Nossa mentalidade moderna se resiste ás vezes em ler estes relatos de castigo e prêmio. Não sabemos como, porém quando a pessoa se encontra com Jesus Cristo, e compreende o alcance de seus atos negativos ou maus, seguro que será possuída de remorso. Este sentimento cria um ardor como fogo no espírito. O magistério espiritual desta Madre Anônima, hoje em dia, causa grande impacto. É o silêncio salvífico de Deus que está enraizado no coração das solitárias e solitários, é o mesmo silêncio que existe no seio da Santíssima Trindade.

APOFTEGMAS DA MADRE ANÔNIMA: 1 – Amando o que não convêm, não amarás o que convêm.
2 – Se dizes: “Senhor tem misericórdia”, te diz Deus: “se queres que tenha misericórdia de ti, tenha tu de teu próximo”.
3 – Deus “sabe” escutar porque “sabe” calar.

Termino aqui o relato desta madre, que ela interceda por n´so, para que iniciemos a ter um olhar do invisível, sabendo que a nossa vida não termina aqui, nesta terra, mas o que escolhermos hoje será o que colheremos após a morte.

Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J

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