No último mês, um exame mostrou que o bebê que a capixaba Layane
Gonçalves espera tem um problema grave de formação, o feto não possui
cérebro. A mãe até pensou na possibilidade de fazer um aborto, aprovado
no dia 12 de abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela chegou a
entrar na Justiça, mas desistiu.
Apesar da nova lei, a escolha de interromper a gravidez cabe sempre à
mãe. "Eu achei que não iria ser forte para chegar até o final. Só que eu
pensei muito na minha filha. É uma vida e eu tenho que lutar por ela.
Quero ter minha filha nos braços independente de qualquer coisa. Ela
mexe muito e só de eu sentir ela fazendo isso é a coisa mais linda",
disse Layane.
O médico explicou que a anencefalia é uma doença grave e que não tem
tratamento. É como se o bebê nascesse sem estar pronto para viver. "A
ausência do encéfalo é uma má formação incompatível com a vida. Não há
nada que a medicina pode fazer para mudar esse prognóstico", esclareceu o
ginecologista e obstetra Luiz Sobral.
O especialista ainda disse que esses fetos não vivem por muito tempo.
"Eles normalmente morrem ainda durante a gravidez e, quando chegam a
nascer, a maioria nem vai para casa, morrem poucas horas depois do
nascimento. São raros os casos em que os fetos recebem alta e vivem, a
literatura mostra, no máximo por dois anos", completou Luiz Sobral.
Mesmo sabendo de tudo isso, Layane Gonçalves ainda mantém a esperança.
"Esperança a gente sempre tem de ter. Eu vou até o final, porque é minha
filha, tem vida e não dá para abortar uma criança indefesa", disse a
mãe.
Apesar da situação complicada, a família ainda espera por um milagre.
"Nada para Deus é impossível. Mesmo que ela não venha com a perfeição,
vai ser nossa, com muito amor e carinho", afirmou a avó do bebê, Solange
Gonçalves.
veja o vídeo da entrevista: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/04/tenho-que-lutar-por-ela-diz-gravida-de-anencefalo-no-es.html
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