sábado, 12 de novembro de 2011

"Tu nos fizeste para Ti e nossos corações inquietos só descansarão quando Te encontrarem".(Agostinho, Confissões,1, 1)


"DEUS é amor, e quem ama permanece em DEUS, e DEUS permanece nele." (1 João 4,16).


Filhos amados de Maria, caríssimos irmãos em Cristo Jesus,

Prestemos atenção nesta afirmação do Espírito Santo, emitida pela boca do Santo Apóstolo João - O Teólogo: "DEUS é amor ...", e compreendamos que não há outro caminho para a união com DEUS fora do amor, já que ELE mesmo é amor. Permanecer no amor é, portanto, a condição indispensável para a união com DEUS. Mas, prossigamos: "Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros." (1 João 3, 11) . Nosso amor por DEUS manifesta-se, realiza-se e frutifica no amor pelo próximo. O que podemos nós, miseráveis e indignos, fazer por DEUS? Talvez, glorificá-LO e louvá-LO nas nossas Liturgias e Ofícios? Mas, ELE tem ao seu serviço miríades de miríades de Espíritos Celestiais, a multidão inumerável dos Incorpóreos que, incessantemente, contemplam a Sua Face Divina e clamam: "Santo, Santo, Santo ....", num culto espiritual e sublime que jamais seremos capazes de igualar. Se alguém é beneficiado pelo culto a DEUS, somos nós mesmos; se alguém é honrado com isso, somos nós mesmos, que somos admitidos diante de Sua Face, porque nada podemos fazer por DEUS. Então, talvez, possamos cumprir fielmente os Divinos Mandamentos! Mas, o cumprimento dos Divinos Mandamentos não acrescenta nada a DEUS, que nos deu Seus Divinos Mandamentos para o nosso benefício e para que pudéssemos ser guiados no bem, nós, de coração endurecido e dura cerviz (que não se prostra na frente de ninguém). Então, quem sabe, possamos erguer belos templos para a glória de DEUS? Mas, as Divinas Escrituras dizem que DEUS não habita em templos feitos por mãos humanas, e se ELE se digna aceitar de nós este serviço, é por pura misericórdia, pois o Céu é o Seu trono e a Terra o escabelo dos Seus pés, como afirma a Sagrada Escritura.

Sendo assim, afinal, o que podemos fazer de realmente agradável a DEUS? Podemos amar aqueles que ELE amou e continua amando: o nosso próximo. Esta é a única coisa que nos torna "credores" de DEUS e dignos de recompensa, segundo ensina o Santo Padre João Chrisóstomo – Arcebispo de Constantinopla. No terrível e tremendo Dia do Juízo Final, o Supremo Senhor e Juiz dos vivos e dos mortos recompensará aqueles que LHE prestaram algum serviço na pessoa do próximo: "Vinde benditos do meu Pai ..., porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, estive nu e me vestistes, estive doente e me visitastes ..."; e castigará todos aqueles que não aproveitaram as oportunidades de amar: "Apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno, porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, estive nu e não me vestistes ..." (cf. Mateus 25, 31-46). Assim sendo, como ensina o Santo Apóstolo Paulo, tudo passará, até mesmo a Fé passará, mas o Amor permanecerá para sempre. O Amor promoverá a felicidade eterna daqueles que o viveram e a desgraça eterna daqueles que o rejeitaram.

"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas". (Madre Tereza de Calcutá)

Nosso Senhor, Deus e Salvador JESUS CRISTO nos diz em Seu Vivificante Evangelho, que toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Nós somos as árvores, e os bons frutos que ELE espera colher em nós, são o amor a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. "Aquele que não ama não conheceu a DEUS, porque DEUS é amor." (1João 4,8). Consoante a esta Palavra Divina, engana-se quem imagina que para ser um Cristão e agradar a DEUS é suficiente participar das Divinas Liturgias, cumprir exatamente com os jejuns e demais regras da Santa Igreja, e seguir irrepreensivelmente os costumes. Tudo isso só terá valor diante de DEUS, se for inspirado e animado por um genuíno espírito de amor, porque somente o amor nos faz agradáveis a DEUS. Aliás, infelizmente, é preciso notar que é possível fazer todas essas coisas, boas em si mesmas, por vaidade e vanglória, ou meramente por questões culturais, sociais e psicológicas, e que DEUS nos livre de situação tão noçiva.

"Se nos amarmos uns aos outros, DEUS permanece em nós, e o Seu amor em nós é levado à perfeição." (1 João 4,12) A própria Divina Liturgia é um testemunho do mais alto do amor de DEUS por nós. Na Divina Liturgia somos colocados diante do Sacrifício do Cordeiro de DEUS realizado de uma vez por todas no Calvário, e temos acesso à comunhão do Corpo e Sangue deificantes de Nosso Senhor, Deus e Salvador JESUS CRISTO, que nos une perfeitamente a ELE, fazendo de nós membros do Seu Corpo Místico e membros uns dos outros. Não comungamos nós do mesmo Cálice? Não recebemos o mesmo Espírito? Não clamamos numa só voz: “Pai nosso que está no Céu?” Então, como podemos pensar em assumir posturas individualistas, e assim, fecharmo-nos ao amor? Como bem disse João Paulo II "A pior das prisões é um coração fechado".

"Não há maior amor do que dar a vida pelos seus amigos" nos ensina o Verbo de DEUS Encarnado, JESUS CRISTO, nosso Salvador, e não somente ELE disse isso, mas o realizou em Si mesmo, entregando Sua vida preciosíssima e imaculada em sacrifício de expiação pelos nossos pecados, mesmo sendo nós maus e indignos, mesmo sabendo em Sua onisciência, que a maioria da humanidade haveria de rejeitar o Seu amor.

Mas o amor não espera recompensas, é gratuíto; sai de si mesmo e vai em direção do amado, doa-se incondicionalmente. Não podemos ser verdadeiros discípulos de CRISTO se não nos deixarmos conduzir pelo amor, porque conforme ensina o Santo Apóstolo Paulo, " a caridade (o amor) é a plenitude da Lei". (cf. Romanos 13, 10)

"Ainda que eu falasse a língua dos Anjos, e falasse a língua dos homens, sem amor eu seria como o bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da Profecia, o conhecimento de todos os Mistérios e de toda Ciência; ainda que tivesse toda Fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos; ainda que eu entregasse o meu corpo às chamas; se não tivesse o amor, isso nada me adiantaria. O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará." (1 Coríntios 13, 1-7). Eis aqui tudo o que precisamos fazer!

"Se queres conhecer a uma pessoa, não lhe perguntes o que pensa mas sim o que ela ama." (Santo Agostinho de Hipona)

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