sábado, 15 de outubro de 2011

Um coração tomado por Deus


Filhos amados de Maria, caríssimos irmãos em Cristo Jesus,
A Igreja Católica hoje faz memória a uma santa que deixou uma marca profunda na igreja, Santa Teresa de Ávila, ou Teresa de Jesus. Uma mulher que ao se encontrar com Jesus Cristo, teve sua vida transformada. Nascida no dia 28 de Março de 1515, seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz de Ávila y Ahumada, a educaram junto com os irmãos dentro do exemplo e dos princípios cristãos. O que nos mostra mais uma vez a importância do quarto mandamento da lei de Deus: Honrar pai e mãe, e este mandamento também diz algo sobre a conduta dos pais. Pais vocês são responsáveis por seus filhos, pois a semente que plantam aqui colhera num futuro não muito distante. Incentivada pela devoção de sua mãe, e pelos livros dados por seu pai, aos sete anos, como a maioria das crianças tentou fugir de casa. Mas ao contrario de muitas crianças que querem fugir por não querem obedecer ela queria peregrinar ao oriente para ser martirizada pelos mouros, mas foi impedida. A leitura da vida dos santos mártires tinha sobre ela uma força inexplicável e, se não fossem os parentes terem encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Roderico. Ela vivia num mundo alheio com seu irmão, se deslumbrando com as boas leituras. Órfã de mãe aos doze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adoptiva, essa conhecida Matriarca, mesmo a distancia zelava por sua filha.
Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Mas uma vez o papel dos pais formadores, se mostra importante na vida desta santa, não querendo ver sua filha entrar num caminho sem volta, muito comum para a fase de transição da vida infantil para a adulta, seu pai zeloso toma uma importante decisão. Por isto, ele a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses uma doença grave a fez voltar para receber tratamento em casa de seu pai. Neste período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais místicas, de visões e conversas com Deus. Todavia as tentações mundanas não a abandonavam. Neste momento faço uma falta, quantas vezes apesar de Deus nos buscar nós ainda não nos desvencilhamos das mediocridades da vida terrena, Deus bate a porta, mas ficamos olhando pelo buraco da fechadura com medo de abrir. Os nossos pecados pesam diante de nós, e não convidamos ao Senhor que bate entrar em nossa morada. Isto também passou os santos e santas, e estes nos ensinam com que chave se abre a porta da nossa casa. Cristo sempre bate a porta de todos, sejam os que têm vocação religiosa, consagrados, oblatos, casados, solteiros ou jovens e crianças, basta falarmos sim para que ele habite.
Assim atormentada, Tereza disse sim, desejando seguir com segurança o caminho de Cristo, em 1535, já com vinte anos, decidiu se tornar religiosa, mas foi impedida pelo pai. Seu sim a levou como na infância a fugir, desta vez, com sucesso. Entrando no Convento Carmelita da Encarnação de Ávila.
Mas como muitos de nós a caminhada para o céu não são rosas, como numa roseira a centenas de espinhos e poucas flores, a paz não era sua companheira mais presente. Durante o noviciado, novas tentações e mais o relaxamento da fé não pararam de atormentá-la. Um ano depois, contraiu outra doença grave, quase fatal, e novamente teve visões e conversas com Deus. Como muitos de nós ela também teve suas crises, porém optou pelo céu. Teresa então concluiu que devia converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, no Carmelo, tomando o nome de Tereza de Jesus.
Para todo que se acham velhos, esta senhora, mostra que não existem tempo para conhecer a Cristo, se com 6 anos você obteve a graça glória a Deus por isso, se aos 20 anos, que coisa ótima, mas se você sentiu isso hoje aos 70anos ainda é tempo, importa que você de este passo. Tereza o deu, aos trinta e nove anos ocorrendo ai sua "conversão". Muito santos da igreja falam só vai para o inferno que não tem medo do inferno, ou acha que ele não existe, mas ele existe sim, ela teve a visão do lugar que a esperaria no inferno, se não tivesse abandonado suas vaidades. Iniciou, então, o seu grande trabalho de reformista. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas deslocar-se pelos caminhos mais ermos e inacessíveis, de convento em convento, por toda a Espanha. A sede de Deus nos faz busca-Lo, e ela fez isso.
No mundo onde as mulheres tentam encontrar seus ditos direitos uma mulher mostrou que o maior direito que temos é de sermos mulheres completas, basta termos obediência ao evangelho e esta sim é a maior liberdade que uma mulher pode ganhar. Ao buscar incessantemente a Cristo em sua vida nos deu testemunho, que poucas coisas bastam para se ter a verdadeira felicidade. Ao exemplo de Jesus em sua vida terrena adotou a Virgem Maria como mãe e São José como conselheiro. Uma de suas visões ela disse que Cristo pegava suas mãos e as colocava em suas chagas buscando conforto. Como Deus, onipotente se deixa consolar por nós pecadores, ela mesmo dizia, que em determinados momentos de sua vida, senão fosse à misericórdia de Deus que a permitiu modificar-se teria ela ido ao inferno. Ela como diversos santos da Igreja católica, o papel dos pais na vida dos filhos. Sua educação católica gerou frutos, mesmo quando ela se considerava perdida, Deus sempre a lembrava de quem era, e qual a sua missão na terra.
Deus mostrou que era preciso voltar à vida simples e sem vaidades, e que tudo era vaidade. Nunca se viu uma frase tão bem dita a quase 500 anos que se mostra-se tão nova, é preciso saber quem se é e voltar a ser o que se é. Não precisamos de reformas na igreja, precisamos saber sim o que significa a Igreja fundada por Cristo, o que significa sermos adotados por Deus. Em 1560 teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as regras originais. Dois anos depois fundou o primeiro convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila, aonde foi morar.
Porém, em 1576 enfrentou dificuldades tão sérias dentro da Ordem. Por causa da rigidez das normas que voltou dentro dos conventos, as comunidades se rebelaram junto ao novo Geral da Ordem, que também não concordava muito com tudo aquilo. Por isto ele a afastou. Teresa se recolheu em um dos conventos e acreditou que sua Obra não teria continuidade. Mas obteve o apoio do Rei Felipe II e conseguiu dar sequência ao seu trabalho. Em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autónoma a província Carmelitana Descalça. Apesar de toda esta atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Na sua época toda a cidade de Ávila sabia das suas visões e diálogos com Deus. Para obter ajuda, na ânsia de entender e conciliar seus dons de espiritualidade e as insistentes tentações, ela mesma expôs os factos para muitos leigos e não apenas aos seus confessores. E ela só seguiu numa rota segura, porque foi devidamente orientada por estes últimos, que eram, os agora Santos: Francisco Bórgia e Pedro de Alcântara, que perceberam os sinais da ação de Deus.
Mas uma vez esta santa nos mostra a importância da obediência a Santa igreja e aos pais espirituais, todo cristão precisa de um pai espiritual, um sacerdote não leigo, que lhe possa ouvir a confissão e lhe conduzir ao reino do céu.
A pedido de seus superiores registrou toda sua vida atribulada de tentações e espiritualidade mística em livros como: "O Caminho da Perfeição", "As Moradas", "A Autobiografia", e outros. Neles ela própria narra como um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo. Doente, morreu no dia 04 de Outubro de 1582, aos sessenta e sete anos, no convento de Alba de Torres, Espanha. Nesta ocasião, tinha reformado dezenas de conventos, e fundado mais trinta e dois, de carmelitas descalços, sendo dezessete femininos e quinze masculinos. Beatificada em 1614, foi canonizada como Santa Teresa de Ávila, em 1622. A comemoração da festa da trasverberação do coração de Santa Teresa ocorre em 27 de Agosto. Enquanto a celebração do dia de sua morte ficou para o dia 15 de Outubro, a partir da última reforma do calendário litúrgico da Igreja. O Papa Paulo VI, em 1970, proclamou Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja, a primeira mulher a obter este título.
Em todo momento seu coração pulsava pelo seu amado, e para ele entregou seu coração, e se tornou prisioneira da liberdade que conquistara a liberdade do amor.
"Nada te perturbe,nada te amedronte tudo passa a paciência tudo alcança...a quem tem Deus nada falta só Deus basta" Santa Tereza de Ávila

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