sábado, 17 de setembro de 2011
Papa pede que bispos acolham novos carismas
O Papa Bento XVI instou os bispos nomeados durante o último ano a acolher os novos movimentos e carismas em suas dioceses, para ajudar os fiéis em seu caminho de santificação.
O Pontífice concedeu uma audiência aos bispos “recém-estreados” que, como todo ano, há uma década, participam de um curso de formação organizado pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais, para ajudá-los em seu novo ministério.
Estes cursos foram inaugurados durante o pontificado de João Paulo II e se realizam no mês de setembro, com os bispos nomeados nos doze meses anteriores. Além disso, a visita a Roma supõe também um ato de adesão dos novos prelados ao Sucessor de Pedro.
O Papa Bento XVI, nesta ocasião, quis refletir sobre um aspecto do ministério episcopal: o de discernir e acolher os “dons do Espírito” que aparecem em suas dioceses “para a edificação da Igreja”.
Neste sentido, refletiu sobre a recente Jornada Mundial da Juventude de Madri, a qual, afirmou, “mostrou, mais uma vez, a fecundidade dos carismas na Igreja, concretamente hoje, e a unidade eclesial de todos os fiéis reunidos em torno do Papa e dos bispos”.
Esta vitalidade, disse, “reforça a obra de evangelização e a presença de Cristo no mundo. E vemos, podemos quase tocar, que o Espírito Santo, ainda hoje, está presente na Igreja, que cria carismas e unidade”.
O Pontífice instou os bispos a “acolher os carismas com gratidão”, recordando que o Espírito Santo “trabalha também hoje entre nós”, ao mesmo tempo com “o discernimento, que é próprio da missão do bispo”.
O bispo, explicou, tem como parte do seu ministério pastoral “o juízo sobre a autenticidade dos carismas e sobre seu exercício ordenado, sem extinguir o Espírito, mas examinando e levando em consideração o que é bom”.
“Isso me parece importante: por um lado, não extinguir, mas, por outro, distinguir, ordenar e levar em consideração, examinando. Por isso, deve estar sempre claro que nenhum carisma dispensa da referência e da submissão aos pastores da Igreja”, sublinhou.
Neste sentido, insistiu, ao acolher os novos carismas, “o bispo realiza um grande e precioso serviço ao sacerdócio dos fiéis e à vitalidade da Igreja, que resplandecerá como esposa do Senhor, revestida da santidade dos seus filhos”.
Exortou-os especialmente a alimentar o dom fundamental da filiação divina nos fiéis: “O essencial é que nos convertamos verdadeiramente em filhos e filhas no Filho. O Batismo, que constitui os homens em 'filhos no Filho' e em membros da Igreja, é raiz e fonte de todos os demais dons carismáticos”.
Sacerdócio ministerial e batismal
O Papa fez uma pequena reflexão sobre o sacerdócio ministerial, que os bispos têm em plenitude, e o sacerdócio comum dos fiéis, explicando que o primeiro “se coloca ao serviço do sacerdócio comum dos fiéis, do seu crescimento espiritual e da sua santidade”.
“O sacerdócio ministerial, como vocês sabem, tem o objetivo e a missão de dar vida ao sacerdócio dos fiéis, que, pelo Batismo, participam, da sua maneira, do único sacerdócio de Cristo”, explicou, reafirmando que estes são “essencialmente diferentes, não somente em grau”, e que “se ordenam um ao outro”.
Por esta razão, os bispos têm o dever de velar e agir para que os batizados possam crescer na graça e segundo os carismas que o Espírito Santo suscita em seus corações e suas comunidades”, sublinhou o Papa.
O bispo é “sinal visível da unidade da sua Igreja particular” e tem o “dever de unificar e harmonizar a diversidade carismática na unidade da Igreja, favorecendo a reciprocidade entre o sacerdócio hierárquico e o sacerdócio batismal”.
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