OS PAPAS E O ZELO PELA SÃ DOUTRINA
Pronunciamentos "Ex-Cátedra" dos Papas. Poucas vezes na história da Igreja os Papas tiveram a necessidade de se pronunciar "ex-cathedra". Podemos relatar, em ordem cronológica a lista das definições pontifícias
1 - Em 449, a carta do Papa São Leão Magno a Flaviano, bispo de Constantinopla, expunha a sã doutrina sobre o mistério da Encarnação "em Cristo há uma só Pessoa (a Divina) e duas naturezas" (divina e humana). Esta carta foi enviada pelo Papa ao Concílio Ecumênico de Calcedônia, no ano 451 e os Padres conciliares a consideraram como um documento definitivo e obrigatório para todos os fiéis. O Papa reprimia assim a heresia chamada monofisitismo ou monofisismo. 2 - Em 680, a carta do Papa S. Agatão "aos imperadores" afirmava, em termos definitivos, haver em Cristo duas vontades distintas, a Divina e a humana, sendo porém que a vontade humana ficava em tudo moralmente submissa à vontade divina. Assim o Papa reprimia a heresia do monotelitismo, que afirmava haver em Cristo apenas uma vontade, a divina. O documento foi enviado pelo Papa à assembléia do Concílio de Constantinopla III (680/681), a qual a aceitou com aplausos. 3 - Em 1302, o Papa Bonifácio VIII, através da Bula "Unam Sanctam", "declara, afirma, define e pronuncia que toda criatura humana está sujeita ao Romano Pontífice". Esta sentença deve ser entendida no quadro histórico da época, e quer dizer que o Papa tem jurisdição sobre toda e qualquer criatura humana "ratione peccati", isto é, na medida em que as atividades de determinada pessoa dizem respeito à vida eterna, e não nas atividades administrativas dos governos civis. 4 - Em 1336, através da Constituição "Benedictus Deus", o Papa Bento XII definiu que, logo após a morte corporal, as almas totalmente puras são admitidas à contemplação da essência de Deus face à face. 5 - Em 1520, através da Bula "Exsurge Domine", o Papa Leão X condenou 41 proposições de Lutero como heréticas. 6 - Em 1653, através da Constituição Apostólica "Cum Occasione" o Papa Inocêncio X reprovava as cinco proposições extraídas da obra "Augustinus" de Cornélio Jansenius, definindo-as como heréticas. O jansenismo (de Cornelius Jansenius), influenciado pelas idéias de Lutero sobre o pecado original, ensinava um conceito pessimista sobre a natureza, julgando-a escravizada à concupiscência e ao pecado; em conseqüência, admitiam que o homem só pode praticar o bem em virtude de irresistível influxo da graça de Deus. O pessimismo Jansenista ainda era acentuado pela tese de que Cristo não remiu todos os homens, mas apenas os predestinados. Essas heresias foram condenadas por Inocêncio X. 7 - Em 1687, através da Constituição "Caelestis Pastor", o Papa Inocêncio XI condenou como heréticas 68 proposições de Miguel de Molinos (+1696), sobre o Quietismo, que era uma tendência mística que coincidia a perfeição espiritual com tranqüilidade e passividade da alma, de modo que o cristão não desejava mais a sua bem aventurança eterna, nem a aquisição da virtude; qualquer tendência nele estaria extinta. A alma colocada neste estado de aniquilamento não pecaria mais, e não seriam mais necessárias as orações vocais, as práticas de piedade e a luta contra as tentações. 8 - Em 1699, através da Constituição "Cumm alias", o Papa Inocêncio XII condenou 23 proposições de François de Salignac Fènelon, da obra "Explications des máximes des Saints sur la vie intérieure", que pretendiam renovar o Quietismo, apresentando-o como modalidade de puríssimo amor a Deus. 9 - Em 1713, através da Constituição "Unigenitus", o Papa Clemente XI condenou 101 afirmações do livro "Reflexions Moralis" de Pascássio Quesnel (+1719). Era de novo o Jansenismo, com suas concepções pessimistas. É relevante lembrar aqui que foi na crise jansenista que se deram as aparições do Sagrado Coração de Jesus (1673-1675) à Santa Margarida Maria Alocoque, que sobretudo lembrava ao mundo a misericórdia de Deus e o Amor de Cristo que se fez homem, em oposição às teses do jansenismo pessimista. 10 - Em 1794, através da Constituição "Auctorem Fidei", o Papa Pio VI condenava 85 teses heréticas promulgadas em 1786 pelo Sínodo de Pistoria (Toscana), que eram a expressão radical do nacionalismo e do despotismo de Estado que haviam começado a crescer nos tempos de Felipe IV, o Belo, da França. Essa mentalidade levava os soberanos católicos a pretender criar Igrejas regionais, independentes do Papa, subordinando a Igreja ao Estado. Entre outras coisas pretendia a abolição da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, das procissões, das imagens, das indulgências, das espórtulas da Missa e outros serviços religiosos, redução das Ordens e Congregações Religiosas a um tipo só, jansenista. 11 - Em 1854, pela bula "Inefabilis Deus", o Papa Pio XI definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria. 12 - Em 1950, pela Constituição "Munificientíssimus Deus", o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, de corpo e alma. 13 - Papa João Paulo II - Carta Ordinatio Sacerdotalis - proibição de ordenação sacerdotal de mulheres: "Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto de máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja". É preciso dizer aqui que os demais documentos do Magistério da Igreja e, de modo especial do Papa, mesmo que não sejam pronunciamentos "ex-cáthedra", pertencem ao magistério ordinário da Igreja, ao qual os fiéis católicos devem o devido respeito, como ensina o Concílio Vaticano II: "Religiosa submissão da vontade e da inteligência devem de modo particular, ser prestada ao autêntico Magistério do Romano Pontífice, mesmo quando não fala "ex-cathedra". E isto de tal modo que seu magistério supremo seja reverentemente reconhecido, suas sentenças sinceramente acolhidas, sempre de acordo com a sua mente e vontade" (LG, 25). São Tomás de Aquino afirma, por exemplo, que: "Ao canonizar os santos, o Sumo Pontífice é de modo particular guiado pela inspiração do Espírito Santo".As verdades da fé ensinadas pela Igreja, são pronunciadas pelo seu Magistério, que pode ser classificado em duas dimensões: - Magistério Ordinário: que é o ensinamento dos Bispos do mundo inteiro concordes entre si sobre os artigos da fé e de moral, em perfeita comunhão com o Papa. - Magistério Extraordinário: que é exercido em casos especiais, e que tem duas expressões: as definições dos Concílios Ecumênicos (universais), e as definições do Sumo Pontífice quando fala "ex-cathedra". É empregado normalmente quando há dúvidas, contestações, sobre algum artigo da fé. É preciso lembrar, no entanto, que não é preciso que haja sempre uma definição solene do Papa para que exista um dogma de fé. Todo o Credo é dogmático. O último Concílio deixou claro que: "A infalibilidade da qual quis o Divino Redentor estivesse sua Igreja dotada ao definir doutrina de Fé e de Moral, tem a mesma extensão do depósito da Revelação Divina, que deve ser santamente guardado e fielmente exposto" (LG,25). Essas palavras da "Lumen Gentium" ensinam-nos que a validade dos ensinamentos do Magistério da Igreja tem o mesmo peso que o da Tradição Apostólica e da Bíblia, devidamente interpretada pelo Magistério. Enfim, a Igreja sabe que a sua missão é continuar a obra de Cristo e ensinar a sua Verdade. É o que disse o Concílio último: "Nenhuma ambição terrestre move a Igreja. Com efeito, guiada pelo Espírito Santo ela pretende somente uma coisa: continuar a obra do próprio Cristo que veio ao mundo para dar testemunho da verdade (Jo 18,37), para salvar e não para condenar, para servir e não para ser servido " (Mt 20,28), (GS,3). Santo Ambrósio (+397) , o grande bispo que batizou Santo Agostinho, expressou muito bem toda a importância da verdade de fé ensinada pela Igreja: "No início se davam sinais aos não crentes. A nós, porém, na plenitude da Igreja, importa compreender a verdade. Já não por sinais, mas pela fé". Mais do que nunca hoje a Igreja precisa dar este testemunho da verdade, pois parece que chegaram aqueles tempos que São Paulo anunciou: "Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões, ajuntarão para si mestres. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas" (2Tm 4,1-4). São Paulo chama esses falsos ensinamentos de "doutrinas estranhas" (1Tm 1,3), "diabólicas" (1Tm 4,1). São Pedro, já no seu tempo alertava as comunidades primitivas da Igreja para o perigo das "seitas" e falsos doutores, e que novamente hoje se multiplicam. "Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas" (1Pe 2,1). Para enfrentar o perigo das seitas, que segundo o nosso Papa, se "espalham como uma mancha de óleo pela América Latina", só mesmo levando o povo católico a conhecer a verdade de Cristo confiada à Igreja. É urgente levar o povo ao "conhecimento da verdade" (1Tm 2,4), para que seja protegido dos "falsos profetas" (Mt 7,15) e dos "lobos cruéis" (At 20,28). Somente "apegados à doutrina da fé" (Tt1,9), "na integridade dessa doutrina" (Tt 2,7), e "perseverando no ensinamento dos Apóstolos" (At 2,4), o nosso bom povo católico, muitas vezes ignorante dos fundamentos da fé que professa, poderá deixar de ser "como crianças ao sabor das ondas, agitadas por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artífices enganadores" (Ef 4,14). Urge levar a este povo "alimento sólido" (Hb 5,11s) que sutenta a fé adulta preparada para o "bom combate" (2Tm4,7). O grande místico São João da Cruz (1542-1591), companheiro de lutas de Santa Teresa, nos tempos da Reforma protestante, nos deixou uma palavra muito forte sobre a importância de se ter a Igreja como norma da verdade revelada por Deus: "Além das verdades reveladas pela Igreja quanto `a substância de nossa fé, não há mais o que revelar. Por isso é necessário não só rejeitar qualquer novidade, mas também acautelar-se para não admitir as que aparecem sutilmente misturadas às substâncias dos dogmas"
LITURGIA DO DIA 01 DE SETEMBRO DE 2011
PRIMEIRA LEITURA : Colossenses 1, 9-14
XXII SEMANA COMUM - (verde - ofício do dia da II semana) - Leitura da carta de São Paulo aos Colossenses - Irmãos, 9Por isso, também nós, desde o dia em que o soubemos, não cessamos de orar por vós e pedir a Deus para que vos conceda pleno conhecimento da sua vontade, perfeita sabedoria e penetração espiritual, 10para que vos comporteis de maneira digna do Senhor, procurando agradar-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. 11Para que, confortados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com longanimidade. 12Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz. 13Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado, 14no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SALMO 97)
REFRÃO: O Senhor fez conhecer seu poder salvador / perante as nações
1. O Senhor fez conhecer a sua salvação. Manifestou sua justiça à face dos povos. Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. - R.
2. Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. Aclamai o Senhor, povos todos da terra; regozijai-vos, alegrai-vos e cantai. - R.
3. Salmodiai ao Senhor com a cítara, ao som do saltério e com a lira. Com a tuba e a trombeta elevai aclamações na presença do Senhor rei. - R.
EVANGELHO : Lucas 5, 1-11
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - 1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram. - Palavra da salvação
MENSAGEM DO DIA 25/08/1987 - Ainda hoje, Eu os chamo a todos, a fim de que se decidam a viver Minhas mensagens. Ainda este ano, que a Igreja consagrou a Mim, Deus permitiu-Me falar-Ihes e encorajá-los à santidade. Peçam graças a Deus e Ele as concederá, por Meu intermédio. Estou pronta a interceder junto a Deus por tudo o que pedirem, pois Deus concedeu·me que obtivesse para vocês as graças necessárias - MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE
QUANDO DEUS É ULTRAJADO : Cóleras mais santas que a mansidão-(De uma carta de Santo Isidoro de Pelúsio, monge do deserto de Lychnos, no século V, ao Bispo de Theon) : “Somo igualmente culpados tanto ao querer vingar as injúrias que nos são feitas, quanto ao não nos sentirmos tocados por aquelas que se fazem a Deus. Se se trata de nós, muito bem: usemos de mansidão e indulgência quando nos ofendem; mas quando Deus é o ultrajado, não o convém absolutamente suportar. É preciso externar nossa indignação pelo fato. Vêde, entretanto, qual é a nossa fraqueza! Somo sensíveis até o ponto de não querer perdoar os nossos inimigos, e não temos senão afabilidade para os que se levantam contra Deus! Moisés não agia assim, conquanto fosse o mais afável dos homens. Ele não deixou de encolerizar-se contra os israelitas quando estes fizeram o bezerro de ouro, e sua cólera, nessa ocasião, foi muito mais santa do que toda a mansidão que ele pudesse ter mostrado-(Apud “Esprit de Saints illustres”, Abbé L. Grimes, Sagnier et Bray Libraires-Editeurs, Paris: 1853, vol. I, p. 149)
A IGREJA CELEBRA HOJE , SANTA BEATRIZ - Obediência, pobreza, assistência aos pobres, oração e recolhimento, foi o exemplo que Santa Beatriz da Silva e Meneses deixou. Beatriz nasceu no Século XV em Ceuta, ao norte da África, cidade que nessa época se encontrava sob o domínio da coroa de Portugal. Nasceu portuguesa, portanto. Seu pai foi governador de Ceuta. Ainda pequena mudou-se para Portugal com sua família, que cultivou na menina uma profunda devoção a Nossa Senhora da Conceição. Aos vinte anos de idade foi enviada para a Espanha como dama de honra de D. Isabel, neta de D. João I, que tornou-se esposa do rei João II de Castela, onde começou seu calvário. Beatriz era muito bonita, e a rainha, dominada por uma mistura de ciúme e inveja, fechou Beatriz em um caixão durante dias, a fim de que morresse asfixiada, mas uma invisível proteção da Virgem Maria a salvou. Como gesto concreto de agradecimento Santa Beatriz aceitou sua vocação para a vida religiosa, e logo em seguida partiu a Toledo, onde se recolheu no mosteiro das Dominicanas (ramo feminino da Ordem de São Domingos de Gusmão), cujas religiosas viviam sob a regra cisterniense, onde viveu cerca de 30 anos. Mas Deus a tinha predestinado para uma obra maior: fundar uma Ordem de estrita clausura numa vida contemplativa na oração, penitência e trabalho.Santa Beatriz da Silva deixou o mosteiro dominicano e foi habitar numa nova sede que veio a ser o berço das monjas concepcionistas. Essa Ordem está caracterizada por três heranças espirituais de Santa Beatriz: o amor à Maria Imaculada, a Paixão de Jesus Cristo e a Santíssima Eucaristia.Santa Beatriz faleceu a 09 de agosto de 1490 com 66 anos de idade. No momento de sua morte, seu rosto fora visto transfigurado por uma grande claridade e uma estrela resplandecente sobre sua cabeça até ela expirar. Beatificada em 1926 pelo Papa Pio XI, sua canonização ocorreu no dia 03 de Outubro de 1976 por Paulo VI. Santa Beatriz, rogai por nós!
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