O TEMOR DO PECADO MORTAL
«Deus não predestina ninguém para o Inferno.
Para ter semelhante destino, é preciso haver uma aversão voluntária a Deus (pecado mortal) e persistir nela até ao fim».
[Catecismo da Igreja Católica, n.º 1037]. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão para o Inferno [Dogma]. «Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» [1 Tim 2, 4]
O que é o pecado? : O pecado é «uma transgressão voluntária à Lei de Deus». pecado mortal supõe sempre três elementos essenciais: 1. Matéria grave, ou, pelo menos, considerada como tal. 2. Advertência plena; isto é, o conhecimento de que a matéria é grave. 3. Consentimento, ou aceitação pela vontade; isto é, querer esse mal, mesmo sabendo que é proibido e que é grave. Se a matéria é grave e se a advertência e o consentimento são plenos, comete-se pecado mortal. Só se comete pecado mortal quando se peca em matéria grave. E para além de se reconheCer claramente tratar-se de uma falta grave, é requerido que, ao mesmo tempo, se consinta plenamente nela. Portanto, só comete pecado mortal quem peca voluntariamente, isto é, com pleno conhecimento e inteiro consentimento, em matéria grave. Logo, sem conhecimento nem liberdade, não existe pecado grave. Segundo S. Tomás de Aquino, o pecado é «um acto pelo qual nos afastamos de Deus, nosso último fim, prendendo-nos livre e desordenadamente a qualquer bem criado [considerado proibido]" [S. Thom. I, II, q.71-73]. E diz-nos SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, na sua Preparação para a Morte, Cap. 26, das Penas do Inferno: "Dois males comete o pecador quando peca: Abandona Deus, Bem infinito, e entrega-se às criaturas. Porque o meu povo cometeu um duplo crime: Abandonou a Mim, nascente das águas vivas, e construiu cisternas para si, cisternas rotas, que não podem reter as águas" (Jr 2, 13). "Porque o pecador se entregou às criaturas, com ofensa a Deus, justamente será atormentado no Inferno por essas mesmas criaturas, pelo fogo e pelos demónios, constituindo esta a 'pena dos sentidos'. Mas como a sua maior culpa, na qual consiste a maldade do pecado, é ter-se afastado de Deus, a pena maior que há no Inferno é a 'pena de dano', ou seja, a carência da Vista de Deus, por tê-Lo perdido para sempre" - [Cf. Antonio Royo Marin, Teologia da Perfeição Cristã, acerca do Pecado mortal]. O pecado mortal sendo um mal gravíssimo - o pior de todos os males e uma enorme ofensa a Deus! -, por isso mesmo Deus castiga-o severamente. Tendo presente que Deus é infinitamente Justo, não pode infligir aos culpados um castigo menor do que merecem; mas porque Ele é também infinitamente Misericordioso, castiga os culpados menos do que merecem, pois tempera o rigor da Sua perfeita Justiça com a Sua imensa Bondade. É necessário, pois, que o pecado seja uma suprema abominação, para ser punido tão rigorosamente, com penas eternas, embora sempre na proporção do respectivo delito. Assim mesmo, por um só pecado mortal: - Milhões de anjos do Paraíso converteram-se em horríveis demónios, por toda a eternidade. - Foram expulsos do Paraíso terrestre os nossos primeiros pais, Adão e Eva, submergindo a humanidade num mar de lágrimas e doenças, guerras e mortes. - Serão mantidos no Inferno, por toda a eternidade, os culpados a quem a morte surpreende em pecado mortal [como sendo isso mesmo uma Verdade de Fé, divinamente revelada]. O Verbo de Deus, Jesus Cristo, o Filho muito amado, em Quem o Pai pôs todas as Suas complacências [Mt 17, 5], quando quis ser fiador do homem ingrato, teve de sofrer os terríveis tormentos da Sua Paixão, e sobretudo, experimentou em Si mesmo - enquanto representante e vítima da humanidade pecadora - a indignação da Justiça Divina, até ao ponto de fazê-lo exclamar no meio de uma dor e agonia imensas: «Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonas-te?» [Mt 27, 46]. A razão de tudo isso é realmente porque o pecado sendo uma injúria tremenda contra o próprio Deus, cujas Majestade e Santidade são infinitas, existe por isso mesmo uma distância infinita entre Deus e a criatura. Ora, tendo em conta que a Dignidade de Deus é infinita, o pecado, como gravíssima ofensa a Deus, encerra igualmente, em si mesmo, uma malícia de certo modo também infinita, visto que a Dignidade do Ofendido é verdadeiramente infinita e insondável. Daí, o castigo terrível que pesa sobre o pecador, quando este livremente escolhe o pecado como malícia e ingratidão. Em lugar de amar e adorar o Criador, ele ama e reverencia as criaturas e as coisas opostas ao Criador e à Sua Lei, porque aspira a ser «como Deus»; isto é, a ser "livre" fora do seu Criador, estabelecendo ele mesmo as «leis» pelas quais quer existir, na sua ambição de prazer e liberdade proibidos e sem limites. Isto é, pretende próprio homem ser "deus", à sua maneira, pois quer definir o que deve ou não fazer, e dessa forma cai na velha tentação do Diabo: «Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que comerdes o fruto proibido, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficando a conhecer o bem e o mal» [Gn 3, 4]. O homem é criatura de Deus, e como tal deve obedecer-Lhe, pois se têm algo de bom, deve-o ao seu Criador. Mas na sua soberba, ele, para não ser confrontado com o seu crime de desobediência às Leis do seu Criador - que é uma Lei de Amor e foi colocada para garantir a felicidade de todos e não só de alguns -, opta por fazer-se a si mesmo de 'deus', arrogando-se a definir o que é bem e o que é mal. O pecado pressupõe uma ingratidão espantosa, pois por ele, o homem usurpa os Direitos Divinos de Honra e Glória, substituindo-se a Deus! Que aquele que é menos que um átomo, se ensoberbeça perante o Criador Supremo de tudo e de todos, é o supremo dos males, e só por isso merecerá o supremo dos castigos: o Inferno! «Todo aquele que permanece em Deus não se entrega ao pecado; e todo aquele que se entrega ao pecado não O viu nem O conheceu.....Quem comete o pecado é do Diabo, porque este peca desde a origem. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do Diabo.....Nisto é que se distinguem os filhos de Deus e os filhos do Diabo». [Cf. 1 Jo 3, 6-10]. «Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça [a Deus], e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte» [1 Jo 5, 16-17]. Logo, segundo S. João, existe um pecado que conduz à morte! É a este pecado que conduz à morte eterna da alma, que a Igreja, desde o início da Era Cristã, chama de «pecado mortal» - porque dá a morte à alma, fazendo-a perder a Graça santificante, que é a vida da alma, como a alma é a vida do corpo. Aliás, já dizia S. Paulo ao Hebreus: «Pois, se pecarmos voluntariamente e com pleno conhecimento da verdade, já não há sacrifícios pelos pecados. Aguarda-nos apenas um julgamento tremendo e o ardor de um fogo que consumirá os adversários» [Hb 10, 26-27]. Eis os efeitos que o 'pecado mortal' produz na alma do pecador: 1. Perda da Graça santificante, das virtudes infusas e dons do Espírito Santo. Supressão do influxo vital de Cristo, como o sarmento separado da videira. Priva a alma da Graça de Deus e da amizade de Deus. 2. Perda de presença amorosa da Santíssima Trindade na alma. 3. Perda dos méritos adquiridos em toda a vida passada, tornando-a incapaz de adquirir novos méritos. 4. Feiíssima mancha na alma, «mácula animae», que a deixa tenebrosa e horrível, à Visão Divina. 5. Torna a alma escrava de Satanás, aumento das más inclinações e remorsos de consciência. 6. Fá-la merecer o Inferno, e também os castigos desta vida. O pecado mortal é o Inferno em potência. É um verdadeiro suicídio da alma e da vida da Graça de Deus em nós. «Morrer em pecado mortal, sem arrependimento e sem dar acolhimento ao Amor misericordioso de Deus, é a mesma coisa que morrer separado d'Ele para sempre, por livre escolha própria. E é este estado de auto-exclusão definitiva, da Comunhão com Deus e com os Bem-aventurados, que se designa pela palavra "Inferno"». [CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n.º 1033]. «A DOUTRINA DA IGREJA CATÓLICA afirma a existência do Inferno e a sua eternidade : "As almas, dos que morrem em estado de pecado mortal, descem, imediatamente depois da morte, aos infernos, onde sofrem as penas do Inferno, "o fogo eterno". A principal pena do Inferno consiste na Separação eterna de Deus, único em Quem o homem pode ter a vida e felicidade para que foi criado e a que aspira" - [CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n.º 1035]. "Quem, até ao último instante da sua vida na terra, rejeita o Amor e a Misericórdia de Deus e morre em pecado mortal, separa-se de Deus para sempre. O Inferno aparece então como a última consequência do próprio pecado, que se vira contra quem o cometeu. É a situação em que se coloca quem rejeita a Misericórdia do Pai, também no último instante da sua vida.....O Inferno é o lugar de pena definitiva, sem possibilidade de retorno ou de mitigação do sofrimento" - [Cf. Lc 16, 19-31; JOÃO PAULO II, Audiência Geral de 28 de Julho de 1999] . MARIA MINHA BOA MÃE , LIVRAI-ME DO PECADO MORTAL E DA MORTE REPENTINA , AMÉM
LITURGIA DO DIA 17 DE SETEMBRO DE 2011
PRIMEIRA LEITURA : 1º Timóteo 6, 13-16
XXIV SEMANA COMUM - (verde-ofício do dia) - Leitura da primeira carta de são Paulo a Timótio - caríssimo, 13Em presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que ante Pôncio Pilatos abertamente testemunhou a verdade, 14recomendo-te que guardes o mandamento sem mácula, irrepreensível, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo, 15a qual a seu tempo será realizada pelo bem-aventurado e único Soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16que é o único que possui a imortalidade, e que habita numa luz inacessível; o qual não foi nem pode ser visto por nenhum homem; ao qual seja dada honra e império sempiterno. Amém. - Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL (SALMO 99)
REFRÃO: Com canto apresentai-vos diante do Senhor!
1. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. - R.
2. Sabei que o Senhor é Deus: ele nos fez, e a ele pertencemos. Somos o seu povo e as ovelhas de seu rebanho. - R.
3. Entrai cantando sob seus pórticos, vinde aos seus átrios com cânticos; glorificai-o e bendizei o seu nome, - R.
4. porque o Senhor é bom, sua misericórdia é eterna e sua fidelidade se estende de geração em geração. - R.
EVANGELHO : Lucas 8, 4-15
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo, 4Havia se reunido uma grande multidão: eram pessoas vindas de várias cidades para junto dele. Ele lhes disse esta parábola: 5Saiu o semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. 6Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. 7Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na. 8Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um. Dito isto, Jesus acrescentou alteando a voz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! 9Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola. 10Ele respondeu: A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam. 11Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem. 13Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam. 14A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem. 15A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança. - Palavra da salvação
MENSAGEM DO DIA 22/05/1986 - Hoje desejo dar a vocês o Meu amor. Vocês não sabem, queridos filhos, o quanto é grande o Meu amor! E não sabem acolhê-lo. De diversas maneiras desejo manifestá-lo a vocês, mas vocês, queridos filhos, não o reconhecem. Vocês não acolhem as Minhas palavras com o coração; por isso, nem o Meu amor conseguem compreender. Queridos fiIhos, aceitem-Me em suas vidas, e então, vocês poderão aceitar tudo isto que Eu Ihes digo e tudo isto a que os convido - MENSAGEM DE NOSSA SENHORA EM MEDJUGORJE
SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO , declara: «E ainda dizem alguns insensatos: "Se for para o Inferno, não irei só."«Infelizes! Quantos mais réprobos haja aí, maiores serão os seus tormentos! Ali - diz S. Tomás - a companhia dos outros condenados não alivia, antes aumenta a infelicidade comum. «Muito mais sofrerão, sem dúvida, pela fetidez asquerosa, pelos lamentos daquela multidão desesperada e pela estreiteza em que se encontrarão amontoados e oprimidos, como ovelhas em tempo de inverno (Sl 48, 15), como uvas prensadas no lagar da Ira de Deus (Ap 19, 15). «Padecerão do tormento da imobilidade (Ex 15, 16). Tal como cai o condenado no Inferno, assim há-de permanecer imóvel, sem que lhe seja dado mudar de local, nem mover uma mão ou um pé, enquanto Deus seja Deus» - [FONTE : LIVRO Preparação para a Morte, Cap. 26, Das penas do Inferno]. Muitos infelizes minimizam as palavras de Cristo, porque, segundo eles, a Justiça Divina deveria ser do tamanho da sua tacanha inteligência, e fazem de Deus um "Super-homem", ou "um Deus à imagem da Terra".....Esquecem-se, porém, que a Majestade de Deus e a sua Santidade são infinitas, e que o pecado mortal é o pior e maior dos males (uma ofensa igualmente infinita à Divindade)! A todos os infelizes que não querem pensar na Justiça Divina, sob o falso pretexto de assim poderem continuar a pecar impunemente, aplica-se a máxima de Eusébio de Cesareia: «Infeliz daquele que agora se ri do Inferno, porque deverá experimentá-lo pessoalmente, antes mesmo de crer nele!» O Inferno é um lugar de tormentos (cf. Lc 16, 19-31), é o conjunto de todos os males sem mistura de bem algum e sem fim. Ou, como dizia S. Pio X: «O Inferno é o sofrimento eterno, que consiste na privação de Deus, nossa Felicidade, e no fogo com todos os outros males, sem bem algum»
A IGREJA CELEBRA HOJE , SÃO ROBERTO BELARMINO - Celebramos o grande santo jesuíta, Belarmino, que nasceu em Montepulciano, no centro da Itália, em 1542. Querido pelos pais e de muitas qualidades, era irmão de cinco religiosos, dentre os doze, que enriqueciam a família dos dedicados pais. Quando os padres da Companhia de Jesus abriram um colégio em Montepulciano, Roberto foi um dos primeiros alunos na matrícula e no desempenho. O contato com os padres fez com que o jovem mudasse sua primeira idéia de ser médico, para inclinar-se em favor da vida religiosa jesuíta. Depois de conseguir a permissão do pai, que ao contrário da mãe, apresentava uma certa resistência frente a opção do amável filho, Belarmino com 18 anos, iniciou e concluiu de maneira brilhante sua formação religiosa e seus estudos de filosofia e teologia, tanto que antes de ser ordenado sacerdote foi enviado como professor e pregador em Lovaina, na Bélgica, onde ficou dez anos. Teve importante papel na aplicação do Concílio de Trento, já que ajudou na formação apologética dos teólogos e pregadores responsáveis na defesa da fé. Neste sentido Roberto, muito contribuiu ao escrever sua obra de nome "Controvérsia" e o livro chamado "Catecismo". Em sua obra "Controvérsias", Belarmino explana os seus três grandes amores. Trata da Palavra de Deus, de Cristo cabeça da Igreja e do Sumo Pontífice. Era também diretor espiritual do Colégio Romano, tendo sob sua responsabilidade a formação ascética dos alunos que muito o respeitavam e admiravam. O Papa Clemente VIII o elevou a cardeal com esta motivação: "Nós o escolhemos porque não há na Igreja de Deus outro que possa equiparar-se ele em ciência e sabedoria". Quando ficou muito doente em setembro de 1621, os confrades foram testemunhas do último diálogo dele com Deus: "Ó meu Deus, dai à minha alma, asas de pomba, para que possa voar para junto de vós". Morreu no dia 17 do mesmo mês, e pelos seus escritos recebeu o título de Doutor da Igreja. São Roberto Belarmino, rogai por nós
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