Queridos irmãos, queridas irmãs, para facilitar a nossa resposta ao pedido de Nossa Senhora de praticarmos o Desagravo dos Cinco Primeiros Sábados, colocamos abaixo algumas meditações do Santo Rosário. Que o fruto desses 15 minutos, em que "fazemos companhia a Maria" com a intenção de desagravar seu Imaculado Coração, sejam os dons do Espírito Santo, com o qual glorificaremos a Deus por toda a vida!
Se você não conhece ainda este pedido que Nossa Senhora fez em Fátima, vá até a barra de rolagem e procure, à esquerda da tela, o “Cantinho de Maria”. Ali você encontrará todas as categorias postadas no nosso blog. Clique em “Aprendendo com os Santos” e depois em “Uma flor diante do trono de Deus”.
MISTÉRIOS GOZOSOS
1º Mistério Gozoso
Anunciação
Ave, cheia de graça
Mais um dia começara na casinha de Nazaré: um calmo dia de março. Maria o havia passado como passara inúmeros outros, nos tranquilos trabalhos caseiros. Uma moça comum, Maria, aos olhos do mundo; comum como os demais habitantes da aldeia, como José... De repente, um anjo está a seu lado: “Ave, cheia de graça!”. Qualquer pessoa teria ficado bastante perturbada com semelhante visita e saudação. E Maria ficou! “Ela perturbou-se ao ouvir estas palavras.” O anjo dava a entender que Maria amava a Deus de todo o coração, de toda a alma, com todas as forças; amava a Deus bastante para tornar-se sua Mãe.
Amar a Deus de todo o coração, como Maria: justamente para isso é que fui criado. E o fato de ser eu uma pessoa “comum” não me impede de fazê-lo!
2º Mistério Gozoso
Visitação
Maria pôs-se a caminho e foi visitar a Isabel
Porque Maria era uma pessoa comum, isto é, muito humana, generosa, com o coração cheio de ternura, este mistério ensina-me algo muito importante sobre o amor a Deus. Deus se havia tornado homem no seio de Maria. “Fica tranquilamente em tua casa, Maria (poderíamos ter aconselhado), e ama-o, só a ele.” Maria, porém, conhecia este segredo sobre o amor a Deus: amar a Deus com exclusão dos outros é não amá-lo absolutamente. A visita de Maria a santa Isabel foi uma profecia inconsciente do mandamento de seu Filho: “amai-vos uns aos outros”.
Meu amor a Deus exige que eu ame a todos – mesmo aqueles que não me agradam! Como conseguir isto? Acostumando-me a ver Cristo nos outros e a agir conforme esse sentimento. “O que fizerdes aos outros, a mim o fareis.” Cristo não falava em vão.
3º Mistério Gozoso
Nascimento de Jesus
Deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Maria e José abrigaram-se numa das grutas das colinas de Belém. Ela apenas os resguardava um pouco do frio cortante daquela noite de inverno. O ar estava carregado da umidade das paredes de terra; o odor dos animais era sufocante. E impressionante a escuridão, apenas rasgada pelo pálido reflexo da luz da lanterna e da nesga do céu, sem estrelas. Sim, havia ali lugar para eles. E ali Maria e José amaram a Deus como Ele jamais havia sido amado na terra.
Deus pode ser amado de todo o coração em qualquer lugar. Meu amor a Deus não depende da espécie de lugar onde estou. Depende da espécie de pessoa que sou.
4º Mistério Gozoso
Apresentação no templo
Minha alma glorifica o Senhor e meu coração exulta!
Pensamos em Maria como sendo a mais sossegada das mulheres. As palavras dela que chegaram até nós são poucas; quando os outros falam, ela “medita suas palavras no coração”.
Pode-se ter a impressão de que passou uma vida monótona, toda vivida no íntimo do coração. Não. Maria foi uma mulher perfeita, a obra-prima de Deus; e por isso cantou. Nem o sabiá ao amanhecer tem um canto mais belo do que o seu: “Minha alma glorifica o Senhor! Exulta de alegria em Deus. Ele é o todo-poderoso e seu nome é santo!”. Isto não é um sussurro saído de um cantinho escuro. O hino espontâneo de Maria, tão silenciosa, brotou de seu amor a Deus.
O amor a Deus faz nosso coração cantar e abrir-se para acolher a todos.
5º Mistério Gozoso
O encontro do Menino Jesus no templo
Eles o encontraram.
Em três palavras este mistério do rosário nos revela a verdadeira raiz do amor a Deus. “Eles o encontraram”: é a expressão perfeita do amor a Deus. Amar a Deus não é outra coisa senão ter encontrado Jesus. A explicação é também muito simples: todo o meu amor a Deus provém de Cristo. Foi Ele que mereceu para nós as abundantes torrentes de graça que caem invisivelmente sobre o mundo. Cada centelha da caridade divina, a mais fugaz, a mais brilhante, em todas as almas e em todos os tempos, brotou da Pedra Angular – o Cristo.
O Filho de Maria veio ao mundo procurar-me para que eu pudesse encontrá-lo. Encontro-o nos sacramentos, na missa, no meu próximo. Estarei atento, procurando Jesus de todo o coração, como Maria estava?
MISTÉRIOS DOLOROSOS
1º Mistério Doloroso
Agonia no Horto
Se for possível, afaste-se de mim este cálice.
Cristo estava preparado para o sofrimento. Num sentido muito real, esse sofrimento estava no pensamento de Deus desde toda a eternidade. A Virgem Maria tinha concebido uma Vítima. João Batista o havia saudado como o manso Cordeiro de Deus, destinado ao sacrifício. O próprio Jesus falou muitas vezes de sua morte; convidou outros a imitá-lo no que ia fazer: “tomar a cruz”. Dirigiu-se depois deliberadamente a Jerusalém, para a consumação de sua vida terrena. Mas, quando apenas algumas horas o separavam do sofrimento há tanto esperado, Jesus prostrou-se com a face em terra e suou sangue ante a idéia da dor, pedindo que, se possível, fosse afastado aquele cálice.
Tremer diante da dor é fazer como Cristo. O sofrimento não é algo de bom com uma simples aparência de mal. É um mal, que faz recuar a natureza humana – mas que a graça pode santificar.
2º Mistério Doloroso
Flagelação
Os homens que guardavam Jesus o maltratavam.
Cristo temeu a dor, mas não a recusou. A manhã seguinte encontrou-o amarrado a uma coluna do pretório, enquanto mercenários romanos, gigantes bárbaros com músculos e instintos de feras, esgotavam-se flagelando-o e dilacerando-o até quase matá-lo. Cada golpe das correias com pontas de chumbo abria um sulco sangrento em seu corpo. Jesus, que na noite passada convertera o vinho em seu sangue, derrama agora esse sangue como um vinho que se entorna. Seu corpo é o cálice donde jorra seu sangue, o cálice que Ele não mais pede a seu Pai que afaste.
Quando pedimos a Deus que alivie nossos sofrimentos, Ele por vezes atende a nossas orações com maior sabedoria deixando-os continuar. Aceitar a dor, como fez Jesus, é santificá-la e santificar a mim mesmo.
3º Mistério Doloroso
Coroação de espinhos
Puseram em sua cabeça uma coroa de espinhos.
Jesus fora condenado oficialmente à morte. Os soldados, porém, não tinham pressa de desfazer-se de sua vítima. Crucificar criminosos era uma tarefa pesada; por isso, divertir-se antes dela tornara-se um costume entre eles. Jesus, que o salmista chamara de verme e não de homem, assemelhava-se agora a um animalzinho caído nas garras de um bando de feras raivosas. À imaginação depravada da soldadesca, o pátio do pretório sugeriu a paródia de uma corte. Fizeram de Jesus um rei de comédia e – juntando as injúrias aos ultrajes – coroaram-lhe a fronte com um diadema real guarnecido de espinhos.
Jesus é o “lírio entre espinhos”. A inocência de um Deus não é salvaguardada contra a dor. Quanto menos a minha culpabilidade.
4º Mistério Doloroso
Via-Sacra
Obrigaram Simão a levar a cruz.
Por mandado de Deus, a Lei mosaica impunha a todos os homens judeus irem à cidade santa celebrar a Páscoa. Simão, da distante região de Cirene, não passava de um camponês, pobre e cansado, entre as centenas de milhares de peregrinos que se dirigiam obrigatoriamente a Jerusalém. Casualmente, Jesus caiu por terra naquele momento; casualmente, os guardas viram Simão e forçaram-no a prestar serviço. Sem saber, Simão estava tomando parte no solene rito para o qual tinha ido – a imolação do Cordeiro Pascal.
É uma característica da cruz vir a nós “por casualidade”, isto é, não vir de modo visível das mãos de Deus. É de Deus, porém, que ela vem. Quando sofremos, carregamos a cruz de Jesus Cristo.
5º Mistério Doloroso
Crucifixão
Ofereceram-lhe vinho com mirra, mas ele não tomou.
Os golpes do açoite conservaram Jesus consciente até alcançar o Calvário. Ali, dois soldados lhe arrancaram as vestes, que o sangue ressecado tinha colado às chagas do corpo. A dor fez reviver num só momento a interminável flagelação daquela manhã. Aquele tormento repentino fez Jesus cambalear. Logo aproximaram de seus lábios um grosseiro narcótico composto de vinho, mirra e incenso – não para acalmar sua sede, mas para adormecer sua sensibilidade a fim de conservá-lo vivo para a tortura dos longos cravos. Jesus não tomou o narcótico. Tinha de redimir o mundo e o preço era a dor sem alívio.
A chave da porta do céu é uma cruz. Nossa cruz pode ser a chave para outro. Unir nossos sofrimentos aos de Cristo para a salvação das almas é a mais elevada forma de zelo apostólico.
MISTÉRIOS GLORIOSOS
1º Mistério Glorioso
Ressurreição
Ressuscitou!
Quando ia fazer sua última viagem a Jerusalém, Jesus reuniu seus discípulos em torno de si e disse-lhes abertamente: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens. Eles o matarão. Três dias depois ressuscitará”. Estas últimas palavras, que ressoam como um clarim triunfante, não fizeram a menor impressão nos discípulos. “Eles ficaram extremamente tristes.” Sua amarga tristeza provava seu grande amor a Jesus, cuja morte iria em breve separá-los deles; mas provava também sua absoluta falta de esperança na gloriosa vitória do Senhor sobre o pecado e a morte.
A ressurreição de Cristo não foi apenas um extraordinário acontecimento. Ela expulsou do mundo o desespero. Por meio dela, Cristo prometeu que também nós viveremos para sempre.
2º Mistério Glorioso
Ascensão
Voltaram a Jerusalém com grande alegria.
Quando Jesus voltou para os seus no dia da Páscoa, alguns estavam incrédulos demais, outros sofrendo demais para o reconhecerem. Maria Madalena, com olhos embaciados pelas lágrimas, pensou que ele era o jardineiro. Dois discípulos, encontrando-se no caminho de Emaús, o tomam por um estrangeiro. Quando aparece para os apóstolos, eles se assustam: “Um fantasma!”. Entretanto, no dia da ascensão, quando ele os deixou, os discípulos estavam cheios de alegria! Começavam a compreender os caminhos de Deus e mesmo a partida de Jesus não diminuiu suas esperanças para o futuro.
Jesus disse a seus discípulos que devia deixá-los para seu próprio bem. Nas horas de provação, quando Deus parece abandonar-me, é pela mesma razão.
3º Mistério Glorioso
Pentecostes
Ficaram todos cheios do Espírito Santo
No dia da Páscoa, Jesus encontrou-se com dois de seus discípulos perto de Emaús. Eles não o reconheceram; por isso (talvez sorrindo um pouco), perguntou: “Por que estais tão tristes?”. Os discípulos logo se puseram a falar da triste história de suas esperanças desfeitas: “Esperávams que fosse Jesus quem resgatasse Israel; mas agora...”, e abanavam as cabeças. Era a Páscoa, um dia de tristeza para os apóstolos. Pentecostes foi diferente. Nesse dia, Jesus, que subira ao céu, enviou o Espírito Santo sobre seus discípulos na forma de línguas de fogo. Imediatamente eles saíram e começaram a pregar Jesus Cristo – com línguas de fogo.
Os apóstolos, convencidos de sua desconfiança, aprenderam do Espírito Santo a esperar em Cristo. A humildade é mãe da perfeita esperança.
4º Mistério Glorioso
Assunção de Maria
Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa.
Desde o instante de sua conceição no seio de Maria, Jesus gozava da visão beatífica. Embora tenha querido viver uma vida terrena muito comum, a terra era para ele um céu, porque via constantemente a seu Pai face a face. Por essa razão, sua alma não precisava da virtude da esperança. A esperança é a raiz aqui na terra da posse do céu e Jesus já possuía a seu Pai desde o começo. A esperança de Maria é, portanto, a mais perfeita de que foi dotada uma alma humana.
A Igreja chama Maria de Mãe da Santa Esperança. Ela é o mais sublime modelo da perfeita confiança em Deus. Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa! Depois deste desterro, mostrai-nos o bendito fruto do vosso ventre, Jesus.
5º Mistério Glorioso
Coroação de Maria como Rainha do Céu e da Terra
Jesus Cristo, nossa esperança...
Em sua imaculada conceição, a alma de Maria foi dotada de um alto grau de esperança. Mas essa esperança só atingiu a perfeição e foi coroada no céu depois de uma vida de duras provações. Jesus era o centro de sua esperança, como de todas as suas virtudes e perfeições. Jesus era o objeto de sua fé: aquele seu pequenino, seu Menino, seu Filho, era o seu Deus! Jesus era o objeto de seu amor: o seu Deus era o seu Filho! E Jesus era também o objeto de sua perfeita esperança. Quando no Calvário ficou de pé a seu lado – ele com o peito atravessado por uma lança, ela com a alma traspassada por uma espada – foi só sua confiança ilimitada em Deus que a impediu de morrer de dor.
Enquanto há esperança, há vida. Maria era otimista, mesmo no Calvário, porque via em tudo a vontade de Deus. Um otimismo confiante é uma virtude que Deus espera de mim.
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