quarta-feira, 13 de abril de 2011

CHEGARAM OS TEMPOS FINAIS?


Queridos irmãos e irmãs, a paz! Neste artigo, o padre Livio Fangaza, diretor da Rádio Maria, uma rádio católica italiana, aborda um tema que suscita muitas especulações: será que já chegaram os últimos dias para a humanidade? Ele nos oferece um quadro doutrinal seguro, para não corrermos o risco de cairmos em desvios devido a mensagens de proveniência incerta e de doutrinas duvidosas.

COMEÇARAM OS ÚLTIMOS TEMPOS?

Para começar, é necessário compreender em que etapa da história estamos vivendo. Nós cristãos devemos começar a olhar o passado com os olhos da fé, de tal modo a ver a história do mundo e do homem como atuação do projeto de Deus. O mundo, diz Paulo repetidas vezes em suas cartas, foi criado não só por meio do Verbo, mas em vista do Verbo. Esquematizando, podemos dizer que a criação do mundo e do homem foi feita em vista da encarnação. Esta, por sua vez, foi feita em vista da redenção do homem e da sua glorificação em Cristo. O cumprimento da história verá Cristo juiz entregar o mundo redimido ao Pai, para que Deus seja tudo em todos (1Cor 15,28).

Na perspectiva da fé, a história do mundo e do homem vê o desenrolar de um grande projeto de amor, mais forte do que as perdas, os desvios e as perversões às quais a liberdade humana se entrega. Esta visão otimista, que contempla a graça superabundante sobre o pecado, é firmemente conservada na visão que o crente tem da realidade, mesmo se a força do mal pareça por vezes invencível e a possibilidade de destruição eterna seja uma ameaça real que paira sobre a vida de cada um. Estamos na última etapa do maravilhoso projeto de Deus. Esta etapa vai da Ascensão de Cristo ao céu até o seu retorno na glória, quando virá julgar os vivos e os mortos, pondo um fim à história humana. Realizada a obra da redenção por parte de Jesus Cristo, começou o tempo no qual os frutos da redenção são distribuídos aos homens.

Exatamente porque se trata da última fase da história da salvação, podemos corretamente dizer que vivemos nos últimos tempos. Estes compreendem o período que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Depois desta etapa, não haverá outra, porque, com a vinda de Cristo na glória, o tempo terminará e começará a eternidade. Será uma eternidade na alegria de Deus para aqueles que O tiverem aceitado nesta vida, enquanto que aqueles que O houverem recusado sem se arrependerem serão engolidos pela morte eterna. Tendo esclarecido esta questão indiscutível da fé, isto é, que estamos vivendo a última fase da história humana, devemos procurar captar todas as características deste período no qual Deus nos chamou à existência.

CRISTO É O SENHOR DOS ÚLTIMOS TEMPOS

Uma das características mais importantes da última etapa da história humana é o fato de que ela tem Cristo como Cabeça e como Senhor. Antes da realização da redenção, o mundo, por permissão divina, estava sob o jugo daquele que Jesus, no Evangelho, chama de “príncipe deste mundo”, isto é, satanás. Tendo obtido o consentimento do homem no paraíso terrestre, a serpente manteve bem preso o mundo em seus anéis, arrastando a humanidade, que consentira no mal, às trevas e à sombra da morte. A encarnação assinala o início do grande duelo, que se concluirá com a vitória de Cristo ressuscitado. Começa então uma nova fase da história humana, na qual Cristo é o “Senhor”. Ele detém todo o poder não só no céu, mas também na terra. Ele está acima de todo principado e autoridade, de todo poder e dominação, porque o Pai submeteu tudo aos seus pés (Ef 1,21-22). Cristo ressuscitado é o Senhor do cosmo e da história. Devemos dar todo o significado que merece à aclamação litúrgica: “Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre”.

Às vezes, a força do mal nos induz a pensar o contrário. Muitas vezes os cristãos, no momento da prova, parecem duvidar não só do poder, mas também da presença de Cristo. Na verdade, o mundo é Seu e Sua é a chave do coração humano. A de satanás é apenas uma falsa força. Nada pode resistir à graça de Cristo. Ele deixa que o mal teça suas tramas, mas depois usa isso para confundi-lo. Quando Deus diz: “Basta!” para o mal, ele termina. Um dos ensinamentos mais claros do Apocalipse é a supremacia absoluta de Cristo sobre as potências demoníacas. Os indivíduos, os grupos, as nações, a humanidade inteira estão sob o influxo da Sua graça, que realiza tudo o que Ele quer. Naturalmente, Ele respeita a liberdade humana, mas a Sua onipotência se manifesta precisamente em atingir Seus fins no pleno respeito das livres escolhas dos homens. Santo Tomás sintetiza maravilhosamente tudo isso, afirmando que a vontade de Deus se realiza sempre.

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