Continuando a história de Santa Eufrásia...
Mas não podiam ficar definitivamente longe de sua casa. A hora de partir não tardou em chegar. Mãe e filha foram até a abadessa para despedirem-se. Mas, a pequena Eufrásia, que agora tinha sete anos, disse resoluta: “Fico aqui.” A abadessa, extasiada, lhe mostrou a realidade que a esperava: “Minha cara filha, se quiser ficar aqui com nós, será para consagrar-se inteiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo.” “Me consagrarei”, respondeu ela. “Mas você deverá aprender todo o saltério, jejuar, dormir por terra, suportar duras privações”, disse-lhe a abadessa. Eufrásia apenas disse: “Espero somente de ser fiel.” Sua mãe ficou profundamente comovida. Não desejava nenhuma outra coisa, que ver sua filha oferecer a sua vida a Deus. Mas pensava em sua idade tão tenra. Teria forças para suportar um estilo de vida no qual muitas mulheres maduras eram freqüentemente incapazes? A mãe e a abadessa entraram em acordo que a menina passaria a tarde e a noite com as monjas. Saber-se-ia no dia seguinte qual seria a sua decisão.
No dia seguinte, a pequena Eufrásia, a qual tinha aceitado a oferta de condividir a vida das mulheres consagradas, encontrou sua mãe e disse: “Mamãe, quero ficar aqui.” A mãe hesitava. “Consente, senhora – disse-lhe a abadessa – esta menina está sob a ação da graça. É a oração de seu pai Antigone que está operante no céu. “Escutando isso, aquela menina de sete anos ajoelhou-se diante da ícone de Cristo e exclamou: “Jesus, és o meu Senhor, não quero outro esposo fora de Ti e me consagro a Ti pelo resto de minha vida.” Sua mãe a conduziu aos pés do crucifixo, onde, elevada as mãos aos céus, assim rezou: “Senhor, tome esta menina sob a tua proteção: ela não ama e não procura nada que não seja o Senhor, é a Ti somente que se confia.” E voltando-se para a menina, disse: “O Senhor que colocou as montanhas sobre as bases inabaláveis, te confirme sempre no temor de seu santo Nome.” Depois a conduziu à abadessa e saiu chorando: a natureza não estava sufocada pela graça.
A nova candidata era assim tão desejosa em cumprir em tudo a regra, que a abadessa a conduziu à igreja e, diante da comunidade, a revestiu do hábito monástico, pronunciando a oração usual: “Deus, rei dos séculos, cumpre nela a obra de santificação que iniciou. Dá-lhe a graça de seguir em tudo a tua divina vontade e de encontrar em Ti o sustento e a sua confiança.” A mãe assistia à cerimônia. No fim aproximou-se de sua filha e disse: “Está feliz?”. “Sim, porque este hábito é o penhor que Jesus Cristo dá às suas esposas”, respondeu ela. Agora a viúva de Antigone deixou que sua filha prosseguisse na sua vocação. Quanto a ela, que não consegui8a deixar aqueles lugares aos quais era apegada com todas as suas fibras, viveu na propriedade vizinha, em austeridade e dedicando-se às obras de misericórdia.
Alguns anos depois, a abadessa teve uma revelação: viu o beato Antigone, na glória celeste, que rezava a Deus para acolher a sua esposa para dividir com ele a felicidade eterna. Deus consentia. Quando Eufrásia, a mãe, retornou ao mosteiro, a abadessa não usou meios termos: a informou que estava para deixar a terra, coisa que foi para a viúva uma grande alegria, enquanto fazia chorar a pequena Eufrásia. “Ficarei órfã!”, gemia. “Coragem, lhe disse tenramente sua mãe, Jesus Cristo é para você ao mesmo tempo pai e esposo! E a abadessa será assim uma boa mãe!” E enquanto a filha enxugava as lágrimas, lhe deu suas últimas recomendações: “Aplicai a se fiel àquilo que prometeste a Deus. Tema ao Senhor, honre as monjas. Não se sirva nunca do seu sangue imperial para fazer-se servir, mas comporta-te como uma humilde serva. Seja pobre aqui na terra e será rica no céu. Deixa ao mosteiro todos os bens que herdará e reza para que eu obtenha misericórdia diante de Deus.” Três dias depois, encontraram-na morta em casa e a sepultaram no cemitério das monjas.
A notícia de sua morte chegou a Constantinopla. Teodósio escreveu a Eufrásia pedindo que retornasse para cumprir a promessa que seus pais haviam feito de dá-la em casamento a ele. A pequena religiosa, que tinha doze anos e já escrevia, respondeu ela mesma ao imperador: “Queres constranger a tua serva a deixar Jesus Cristo por um homem mortal? Deus me preserve de grande pecado: escolhi Jesus Cristo para esposo e me é impossível romper este compromisso. Dispõe dos bens que deixaram-me meus pais para os pobres, os órfãos e as igrejas. Libera os meus escravos. E reza ao Senhor para que eu seja sempre digna dele.” Teodósio ficou comovido, em lágrimas leu a carta ao senador, edificando a todos.
Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
No dia seguinte, a pequena Eufrásia, a qual tinha aceitado a oferta de condividir a vida das mulheres consagradas, encontrou sua mãe e disse: “Mamãe, quero ficar aqui.” A mãe hesitava. “Consente, senhora – disse-lhe a abadessa – esta menina está sob a ação da graça. É a oração de seu pai Antigone que está operante no céu. “Escutando isso, aquela menina de sete anos ajoelhou-se diante da ícone de Cristo e exclamou: “Jesus, és o meu Senhor, não quero outro esposo fora de Ti e me consagro a Ti pelo resto de minha vida.” Sua mãe a conduziu aos pés do crucifixo, onde, elevada as mãos aos céus, assim rezou: “Senhor, tome esta menina sob a tua proteção: ela não ama e não procura nada que não seja o Senhor, é a Ti somente que se confia.” E voltando-se para a menina, disse: “O Senhor que colocou as montanhas sobre as bases inabaláveis, te confirme sempre no temor de seu santo Nome.” Depois a conduziu à abadessa e saiu chorando: a natureza não estava sufocada pela graça.
A nova candidata era assim tão desejosa em cumprir em tudo a regra, que a abadessa a conduziu à igreja e, diante da comunidade, a revestiu do hábito monástico, pronunciando a oração usual: “Deus, rei dos séculos, cumpre nela a obra de santificação que iniciou. Dá-lhe a graça de seguir em tudo a tua divina vontade e de encontrar em Ti o sustento e a sua confiança.” A mãe assistia à cerimônia. No fim aproximou-se de sua filha e disse: “Está feliz?”. “Sim, porque este hábito é o penhor que Jesus Cristo dá às suas esposas”, respondeu ela. Agora a viúva de Antigone deixou que sua filha prosseguisse na sua vocação. Quanto a ela, que não consegui8a deixar aqueles lugares aos quais era apegada com todas as suas fibras, viveu na propriedade vizinha, em austeridade e dedicando-se às obras de misericórdia.
Alguns anos depois, a abadessa teve uma revelação: viu o beato Antigone, na glória celeste, que rezava a Deus para acolher a sua esposa para dividir com ele a felicidade eterna. Deus consentia. Quando Eufrásia, a mãe, retornou ao mosteiro, a abadessa não usou meios termos: a informou que estava para deixar a terra, coisa que foi para a viúva uma grande alegria, enquanto fazia chorar a pequena Eufrásia. “Ficarei órfã!”, gemia. “Coragem, lhe disse tenramente sua mãe, Jesus Cristo é para você ao mesmo tempo pai e esposo! E a abadessa será assim uma boa mãe!” E enquanto a filha enxugava as lágrimas, lhe deu suas últimas recomendações: “Aplicai a se fiel àquilo que prometeste a Deus. Tema ao Senhor, honre as monjas. Não se sirva nunca do seu sangue imperial para fazer-se servir, mas comporta-te como uma humilde serva. Seja pobre aqui na terra e será rica no céu. Deixa ao mosteiro todos os bens que herdará e reza para que eu obtenha misericórdia diante de Deus.” Três dias depois, encontraram-na morta em casa e a sepultaram no cemitério das monjas.
A notícia de sua morte chegou a Constantinopla. Teodósio escreveu a Eufrásia pedindo que retornasse para cumprir a promessa que seus pais haviam feito de dá-la em casamento a ele. A pequena religiosa, que tinha doze anos e já escrevia, respondeu ela mesma ao imperador: “Queres constranger a tua serva a deixar Jesus Cristo por um homem mortal? Deus me preserve de grande pecado: escolhi Jesus Cristo para esposo e me é impossível romper este compromisso. Dispõe dos bens que deixaram-me meus pais para os pobres, os órfãos e as igrejas. Libera os meus escravos. E reza ao Senhor para que eu seja sempre digna dele.” Teodósio ficou comovido, em lágrimas leu a carta ao senador, edificando a todos.
Continuamos na próxima semana...
Fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
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