domingo, 27 de fevereiro de 2011

Madres do Deserto – Santa Macrina – Parte VI




Continuando a preparação para o sepultamento de Santa Macrina...

São Gregório pergunta se não tem algo guardado para adornar Macrina, e a virgem responde: “Que reservas? Têm em tuas mãos todas as suas reservas. Tem aqui seu manto, o manto com que se cobria, as sandálias usadas, esta era a sua riqueza, esta a sua fortuna. Fora do que está em vista, não há nada em cofres escondidos ou guardado seguro em aposentos interiores: Ela só conhecia um lugar seguro para o seu tesouro: o Reino dos Céus, e colocou ali todas as coisas; nada desejou na terra.”

Mesmo com esta resposta, o carinho de Gregório se torna insistente e propõe algo para a virgem: “E se eu oferecesse algo para adornar Macrina, seria contra a vontade dela?”

Por fim, ganhou o amor fraterno de Gregório e a virgem responde: “acredito que ela aceitaria semelhante honra por duas razões: pelo teu sacerdócio ao qual sempre reverenciou, e pelo seu parentesco.”

Enquanto vestiam Macrina, viram a cruz que, pendurada no pescoço, estava sempre sobre seu coração.

Macrina levava um anel com uma relíquia da Santa Cruz. Provavelmente esse é um sinal dos primeiros testemunhos da sua devoção à Cruz do Senhor.

O grande caráter de Macrina, junto com uma extrema delicadeza virginal e ternura de sentimentos, são as patentes seguindo o relato de Gregório: A virgem que o ajudava a vestir Macrina, mostrou para ele uma cicatriz que havia no pescoço. Ele contou como tinha aparecido aquela cicatriz, pois há muitos anos havia se formado ali um tumor, que por seu contínuo aumento ameaçava paralisar o coração, pondo em perigo sua vida.

Sua mãe Emélia pediu uma vez ou outra, que se colocasse nas mãos de um médico para que o mal fosse extirpado. Ela, sempre tão obediente à sua mãe, negou-se a isso, pois colocaria à prova seu pudor. Preferia, mesmo sendo grave, continuar com esta enfermidade.

Chegada a noite, depois de ter prestado à sua mãe os acostumados serviços, encerrou-se no oratório, e prostrada ali, diante do altar, até a aurora, suplicou ao Senhor entre lágrimas e orações, a cura de sua enfermidade, enquanto com ingênua devoção, aplicava ao seu peito um pouco de barro, que formava-se com suas lágrimas e o pó da terra. Diante das insistências de sua mãe para procurar um médico, colocando sua confiança em Deus, respondeu que o melhor remédio que ela poderia proporcionar, era traçar com sua mão o sinal da cruz sobre seu peito enfermo. Feito isso, a filha ficou curada, sem vestígio de sua passada enfermidade, ficando ali somente a leve cicatriz como recordação do milagre acontecido com ela.

Sua morte aconteceu em julho do ano 379 ou 380, um ano depois da morte da morte de São Basílio, seu irmão. São Gregório testifica que sua irmã recebeu o dom de realizar milagres, curar enfermidades, expulsar demônios e profetizar.

Terminamos aqui o relato da vida de Santa Macrina, que ela interceda para que cresça o nosso amor à Santa Cruz de Nosso Senhor, e assim, diante das nossas cruzes, saibamos reconhecer o sinal do amor de Deus que nos purifica.

Fiquem na Paz!

Até a próxima semana!

Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J

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