Prezados irmãos, a paz!
Nesta entrevista, Dom Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma, nos esclarece sobre alguns aspectos que podem ser de muita utilidade em nossas vidas. Que Deus nos ajude a caminhar sempre na Sua graça, no seguimento de Jesus!
Nesta entrevista, Dom Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma, nos esclarece sobre alguns aspectos que podem ser de muita utilidade em nossas vidas. Que Deus nos ajude a caminhar sempre na Sua graça, no seguimento de Jesus!
1. Existe alguma diferença no fato de uma maldição ser feita contra alguém que está na graça de Deus ou contra alguém que não está na graça de Deus?
R. Quem está na graça de Deus está protegido, está blindado. Considere-se, por exemplo, o que diz S. João (cf. 1 Jo 5,18): “Quem é gerado por Deus não peca e Deus o protege a tal ponto que o diabo não o toca”. Exceções podem ser permitidas por Deus para uma maior santificação da pessoa, como ocorreu com vários santos que foram atormentados e espancados pelo demônio. Mas, em geral, quem vive na graça de Deus está protegido, não deve temer. Nós devemos temer somente aquele que pode matar a alma, como nos adverte o evangelho.
2. Diz-se que apenas o sacerdote nomeado pelo Bispo tem a autoridade da Igreja para exorcizar e só ele tem o nome de exorcista. Os outros sacerdotes poderiam exorcizar privadamente?
R. Apenas o padre exorcista (nunca um leigo) pode administrar este sacramental, que envolve a autoridade da Igreja e é oração pública. Os outros sacerdotes, e mesmo os fiéis, podem recitar orações de libertação, em conformidade com o mandato de Cristo: “Aqueles que crêem em mim, em meu nome expulsarão demônios” (cf. Mc 16,17). Trata-se de orações privadas, também elas muito eficazes se feitas com fé. Não é necessária nenhuma autorização e as orações podem ser escolhidas ou improvisadas livremente, porque não é obrigatório o uso de fórmulas específicas.
3. As orações de libertação podem ser feitas sempre, ou devem ser excluídas nos casos em que uma pessoa se confia a um exorcista? Podem ser recitadas individualmente, ou apenas por grupos preparados para isso?
R. Sempre podem ser feitas orações de libertação. Mesmo se uma pessoa é regularmente exorcizada por um sacerdote, é de grande utilidade que receba também orações de libertação. Sobretudo, é útil que ela seja ajudada a seguir um caminho de oração e de instrução cristã. Certamente é mais eficaz a oração de um grupo preparado, capaz de fazer essas orações com fé e observando as prescrições estabelecidas pela Congregação para a Doutrina da Fé. Mas as pessoas também podem fazer individualmente orações de libertação.
4. Muitas vezes ouvimos falar de alguns leigos que têm o carisma da libertação e que fazem exorcismo sem permissão. Como devemos agir?
R. Se uma pessoa recebeu do Espírito o carisma da libertação, tem mais força que um exorcista; embora, é claro, não faça o exorcismo, mas orações de libertação. A Lumen Gentium, no nº.12, afirma que cabe à autoridade eclesiástica verificar os carismas e regular o seu uso. Certamente, um primeiro discernimento deve ser feito pelo nosso bom senso, e um segundo discernimento por sacerdotes, como sugere o Santo Padre na sua exortação “Esortazione Pastores dabo vobis”. Estamos cheios de auto-denominados carismáticos, para os quais as primeiras sugestões que devemos dar sobre como nos comportar são o equilíbrio, a prudência, o bom senso.
5. Muitos grupos são forçados a se reunir em casas particulares. As pessoas que ali vivem podem sofrer as consequências das orações de libertação ou dos exorcismos feitos em sua casa?
R. Não. Não há nenhum contágio, nem sobre as pessoas nem sobre os lugares. E é uma grande caridade oferecer suas casas para qualquer tipo de oração, também para as de cura ou para exorcismos, quando não se encontra no momento um local mais adequado: normalmente, essas orações acontecem em igrejas, nas sacristias ou em locais adjacentes a igrejas.
Dom Gabriele
Traduzido do italiano para o português, por Tania
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