domingo, 23 de janeiro de 2011

APARIÇÕES DE MARIA SANTÍSSIMA EM DONG-LU, CHINA (19OO até hoje)


Peregrinos perseguidos traduziram em duas frases a inevitável esperança cristã, transcritas nos dois lados da imagem da Santíssima Virgem. Em um lado lê-se: "A cabeça da serpente é esmagada. Debaixo de que pés foi derrotada?" No outro lado: "Meu filho, por que você está amedrontado? Sua mãe está a seu lado".


"O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).

Ninguém ignora a férrea repressão na China vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo, anti-cristã.

Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa, criada pelo Partido Comunista), o Santuário a Dong-Lu permanece firmemente com a Igreja Católica Romana, chamada "Igreja Subterrânea". Desde 1924, católicos chineses provenientes de todas as localidades da China, viajavam todos os meses de maio para Dong-Lu com a finalidade de venerar a Mãe Santificada de Cristo.

Mas tudo isso mudou durante a Revolução Cultural. (Acima, Nossa Senhora de Pequim, com trajes da imperatriz Tzi-Hsi.)

Em pleno ataque perseguidores anti-cristãos debandam ao verem a Santíssima Virgem pairando sobre o povoado, rodeada de uma multidão de anjos

Por motivos de preconceito de fundo nacionalista, a Igreja Católica sempre encontrou enorme resistência cultural na China. Em 1900 ocorreu a “perseguição dos boxers”, nacionalistas chineses que se organizavam em clubes desportivos, praticantes de artes marciais, boxe, etc, que se tornou uma das mais terríveis. Essa perseguição deixou um saldo de milhares de mártires — 30.000, segundo algumas fontes —, entre eles cinco bispos, 130 sacerdotes e numerosos fiéis.

Foi justamente durante essa represália anti-cristã que se deu uma grande intervenção da Santíssima Virgem, ocorrida em junho de 1900. Os boxers anticatólicos estavam prestes a eliminar Dong-Lu, à época com aproximadamente 700 habitantes. Naquela ocasião, cerca de 9.000 refugiados se encontravam na aldeia, onde os padres vicentinos tinham começado uma missão. Em sua maioria eram habitantes muito pobres.

A situação era terrível. Milhares de perseguidores cercavam a cidade, e todos pressentiam a iminência de um massacre de seus habitantes. Quando tudo parecia perdido, os perseguidores viram Nossa Senhora pairando sobre o povoado, rodeada de uma multidão de anjos. Aterrorizados, inutilmente dispararam tiros contra Ela. Diante do fenômeno inexplicável, fugiram em grande debandada.


Santuário de Dong-Lu passou a representar o Cristianismo na China

Em agradecimento por terem sido salvos do perigo, os habitantes construíram um santuário em honra à Santíssima Virgem. Por iniciativa do pároco local esculpiu-se uma imagem representando Nossa Senhora vestida com os trajes de imperatriz, que passou a ser venerada no santuário.

A aprovação do fato miraculoso pelas autoridades eclesiásticas ocorreu em 1924, em Shangai, por ocasião do sínodo dos bispos chineses.. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China. A proposta foi aceita, e em junho 150 bispos, tendo à frente o Núncio Apostólico, Mons. Celso Constantini, foi feita a consagração. Mais tarde, em 1932, o Papa Pio XI elevou o santuário de Dong-Lu à categoria de local oficial de peregrinação. Em 1941, o Papa Pio XII concedeu à Igreja da China uma festa em honra de Maria Medianeira de todas as graças, sob o título de Santa Mãe, Imperatriz da China.

Curiosamente, três fatos diferentes são estabelecidos: um é o santuário reconhecido como de peregrinação oficial; outro, uma festa litúrgica; e o terceiro, uma consagração do país. Mas na devoção popular todos se fundiram num só, e Dong-Lu passou a representar os três fatos conjuntamente.

Governo comunista mobiliza 5 mil soldados, carros blindados e helicópteros para dinamitar o santúario e confiscar a imagem da Virgem Maria

A pequena aldeia tornou-se então o berço de 40 dos 120 santos mártires canonizados pelo Papa João Paulo II em 1 de outubro de 2000.

Para grande incômodo do governo comunista, durante os últimos 100 anos, a peregrinação de milhares de católicos na China crescia em devoção e número de fiéis. Ciente dessa terrível "ameaça", em abril e maio de 1996 o governo chinês mobilizou 5 mil soldados, apoiados por dezenas de carros blindados e helicópteros, dinamitou o santuário mariano, confiscou a estátua da Virgem Maria e prendeu muitos sacerdotes. O governo chinês passaria a considerar essa parte da Igreja Católica Romana como ilegal.Assim, a Santa Missa, catequese, batismo e outros serviços religiosos, para muitos católicos que ainda estão no subsolo deve ser realizado em casas particulares e em segredo com os riscos de multas exorbitantes, prisão, prisão domiciliar, torturas físicas e internamento em campos de trabalho. Sacerdotes, seminaristas, freiras e leigos enfrentam perseguições e assédios contínuos. Muitos deles desapareceram e outros estão na cadeia.

Nas últimas olimpíadas de Pequim, em 2008, a igreja de Dong-Lu foi destruída

Recentemente, quando os holofotes da mídia mundial controlada se voltavam para as olimpíadas de Pequim, em 2008, a igreja de Dong-Lu foi destruída por comunistas chineses. O fato, abafado por muito tempo, causou imensa tristeza no Vaticano e indignação aos cristãos ocidentais.

No entanto, a pintura da Nossa Senhora da China manteve-se íntegra, uma vez que a imagem da igreja era apenas uma cópia. O original havia sido escondido na parede, atrás da cópia, e foi recuperado em impecável estado. Encontra-se agora em mãos dos fervorosos católicos chineses que, lamentavelmente, continuam seu trabalho missionário na igreja das catacumbas.
Católicos chineses rezam para que Bento XVI consiga restabelecer relações de compreensão e respeito com a China comunista para a liberdade da fé religiosa do seu povo.

Repressão continua em pleno século XXI

Atualmente, Dong-Lu permanece a pequena e poeirenta vila de 12 mil pessoas. Entre o casario de tijolo aparente, os mercadinhos e as fábricas de roldanas industriais, destaca-se o curioso prédio da Igreja de Nossa Senhora de Dong-Lu.

Apesar da indiferença da imprensa comunista estatal, a cidade de Dong-Lu é conhecida em pleno “paraíso” de Mao por ser o lugar onde, desde 1900, ocorrem visões da imagem da Santíssima Virgem. A última apareceu em 1995 e foi testemunhada por muitos habitantes da cidade. Muitos habitantes atestam que vêem a Santíssima Virgem frequentemente por lá. Nós, católicos, sabemos que a Mãe de Jesus e da Igreja não abandona Seus filhos.

Datas importantes do calendário cristão como Páscoa e Natal são celebradas exatamente como no Ocidente, mas tudo é feito escondido do governo, por meio de celebrações discretas e clandestinas, sem música, para evitar prisões.

Dong-Lu é cercada de oficiais da polícia à paisana que estão ali para impedir a entrada não apenas de jornalistas, mas de peregrinos que vão à cidade por conta das aparições da Virgem Maria. Os moradores que são pegos falando com a imprensa correm grande risco — afirma Joseph Kung, presidente da Fundação Kung, que ajuda os católicos clandestinos na China, hoje estimados em cerca de seis milhões.

O governo comunista teme que a cidade se transforme num centro de peregrinação. No entanto, apesar da repressão, o número de católicos na região não pára de crescer, especialmente os jovens.


Atualmente as peregrinações continuam. Mesmo estando o local completamente cercado, e até proibida a venda de passagens de trem para os católicos, numerosas pessoas continuam tentando realizar a peregrinação. A própria perseguição torna mais atraente o local, sendo, por excelência, a forma de manifestar fidelidade à fé católica e ao Papado.

A Igreja na China

A Igreja na China tem uma história longa de sofrimento e perseguição, mas, de uma forma mais forte, teve seu início com a revolução comunista de Mao Tse-tung. No ano de 1950, ele instituiu os campos de concentração para fragilizar a oposição à política de partido único, que é a que vigora até os dias de hoje. Hoje, estima-se que existem 1400 campos de concentração em funcionamento, nos quais são colocados os que “não se enquadram” no regime. Entre eles estão os monges tibetanos; bispos, padres e leigos católicos; e cristãos de outras denominações.

A forma que o governo lida com as religiões é a seguinte: para que elas tenham seu funcionamento regularizado pelos órgãos públicos, essa religião deve seguir todas as normas ideológicas do partido comunista e, principalmente, romper com seus relacionamentos internacionais. .Isso gera um problema especial com a Igreja Católica, que, para ser aceita, deveria romper com o Papa e com o resto da Igreja espalhada pelo resto do mundo. A consequência deste ato foi profundamente dolorosa, porque, uma parte da Igreja – para sobreviver – aceitou essa imposição, sendo denominada Igreja patriota. Contudo, outra parte dela preferiu ficar fiel ao Santo Padre, sofrendo com isso perseguições de toda sorte. Bispos e padres foram enviados para os campos de concentração, onde muitos morreram.

O Vaticano, nestes últimos anos, travou, com grande empenho, uma negociação diplomática com as autoridades chinesas para que a Igreja tenha o mínimo de liberdade necessária para sobreviver na China. A segunda linha de trabalho do Vaticano é no campo interno, para gerar um processo de reconciliação e unidade entre a Igreja patriótica e a Igreja fiel a Roma. O grande desejo e empenho de Bento XVI é que a Igreja católica da China seja uma só e tenha liberdade para cumprir sua missão.

Que a Igreja possa cumprir o mandato de Jesus ressuscitado, que enviou os seus discípulos, dizendo: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20).


OBS: Esta Aparição foi Reconhecida Oficialmente pela Igreja


Fontes:

1 - The Cardinal Kung Foundation. http://www.cardinalkungfoundation.org/
2 - Catolicismo. Nossa Senhora de Dong-Lu,Imperatriz da China.
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=8990EF17-3048-313C-2EEA43F8FACF38C0&mes=Junho2009
3 - O Globo. Donglu 1: a cidade da Virgem Maria na China. http://oglobo.globo.com/blogs/gilberto/post.asp?t=donglu-1-cidade-da-virgem-maria-na-china&cod_Post=103956&a=
4 - Brasil acima de tudo. Nossa Senhora de Pequim, a fé que o terror comunista não destrói. http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=5804&Itemid=140
5 - 52.- MARIA SANTÍSSIMA EM DONG-LU, CHINA (19OO até hoje)
Mensagens de Maria Santíssima e o último embate entre Igreja x anti-Igreja
http://www.mensagensdemaria.org/VerMensagensDeMaria.php?codigo_artigo=59
6 - http://reporterdecristo.com/a-situacao-da-igreja-na-china-um-pais-comunista/

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