A FILHA SOLÍCITA
Consagrando sua virgindade, pensava que tinha somente um meio de salvaguardá-la: não se afastando de sua mãe para nada. Ela costumava dizer que havia levado em seu seio aos demais filhos durante nove meses, mas que ela havia levado Macrina sem interrupção de tempo, guardando-a sempre em suas entranhas (...). Existia uma compenetração perfeitamente harmoniosa entre mãe e filha, e uma íntima comunhão de espíritos. A mãe cuidava da alma da jovem, e a jovem cuidava do corpo da mãe cumprindo tudo quanto lhe pedia. Freqüentemente lhe preparava, ela mesma, o pão que comia a mãe. E também confeccionava as hóstias para a Eucaristia.
Macrina, absorvida em Deus durante toda a jornada, dava grande importância ao trabalho manual, perfeitamente integrada no “Ora et Labora” da vida monástica. Era muito habilidosa em tecer roupas de lã para dá-las aos pobres.
Ajudava sua mãe inclusive nos assuntos temporais: compartilhou com ela a educação dos irmãos, fez suas as preocupações que implicavam ao pagamento dos impostos a três governadores de distintas províncias. A posse familiar estava compressa nestes territórios. “Graças à educação que recebeu de sua mãe, levava uma vida irrepreensível, orientada e aprovada, sem culpa para ela ser um exemplo vivo. Por sua vez, Macrina oferecia a ela um perfeito exemplo, mostrando por si mesma o caminho para o ideal – me refiro a viver segundo a Sabedoria -, atraindo-a progressivamente para uma vida pura e de total desprendimento”. (São Basílio Magno)
Macrina levou sua mãe a estimar a vida monástica. Paulatinamente a foi convencendo para que se despojasse do luxo da sua condição social, da preocupação pelo numeroso serviço, rejeitando as atenções e privilégios que isto implicava. Até que a convenceu para que as empregadas que desejassem, pudessem abraçar a vida monástica junto com elas.
Macrina é a fortaleza de sua mãe, e na morte de seu irmão Naucrácio, a firmeza de caráter e sua fé se impuseram sobre a dor, convertendo-se em sustento a debillidade da mãe, a fez subir do abismo do sofrimento, educando com firmeza e serenidade a alma da mãe. Por seu apóio esta não deixou-se vencer pela dor, resistiu serenamente às exigências da natureza, silenciando-as com suas próprias reflexões e com as que dava sua filha para aliviar a dor.
É neste episódio onde se manifesta a generosidade e o não ter-se em conta de Macrina. Esqueceu-se de si mesma, apesar de ter perdido seu irmão mais querido, e conseguiu elevar sua mãe acima do dilacerante sofrimento. Não dava lugar à sua mãe para entristecer-se por causa da ausência de seu irmão, mas ainda fazia melhor, lhe dava motivos para alegrar-se com a bondade que havia diante dos seus olhos.
Ainda conseguiu que esta fosse fiel observante da vida monástica. Macrina, que havia distanciado-se de todas as coisas mundanas e confortáveis que estava acostumada, convenceu a sua mãe a praticar o mesmo grau de humildade, e que convivesse com as outras virgens, como uma entre elas, que se sentasse à mesa comum, que dormisse no mesmo quarto, observando o mesmo modo de vida sem distinguir-se em nada, pois na vida destas consagradas se havia excluído toda diferença.
Na próxima semana continuamos, fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
Macrina, absorvida em Deus durante toda a jornada, dava grande importância ao trabalho manual, perfeitamente integrada no “Ora et Labora” da vida monástica. Era muito habilidosa em tecer roupas de lã para dá-las aos pobres.
Ajudava sua mãe inclusive nos assuntos temporais: compartilhou com ela a educação dos irmãos, fez suas as preocupações que implicavam ao pagamento dos impostos a três governadores de distintas províncias. A posse familiar estava compressa nestes territórios. “Graças à educação que recebeu de sua mãe, levava uma vida irrepreensível, orientada e aprovada, sem culpa para ela ser um exemplo vivo. Por sua vez, Macrina oferecia a ela um perfeito exemplo, mostrando por si mesma o caminho para o ideal – me refiro a viver segundo a Sabedoria -, atraindo-a progressivamente para uma vida pura e de total desprendimento”. (São Basílio Magno)
Macrina levou sua mãe a estimar a vida monástica. Paulatinamente a foi convencendo para que se despojasse do luxo da sua condição social, da preocupação pelo numeroso serviço, rejeitando as atenções e privilégios que isto implicava. Até que a convenceu para que as empregadas que desejassem, pudessem abraçar a vida monástica junto com elas.
Macrina é a fortaleza de sua mãe, e na morte de seu irmão Naucrácio, a firmeza de caráter e sua fé se impuseram sobre a dor, convertendo-se em sustento a debillidade da mãe, a fez subir do abismo do sofrimento, educando com firmeza e serenidade a alma da mãe. Por seu apóio esta não deixou-se vencer pela dor, resistiu serenamente às exigências da natureza, silenciando-as com suas próprias reflexões e com as que dava sua filha para aliviar a dor.
É neste episódio onde se manifesta a generosidade e o não ter-se em conta de Macrina. Esqueceu-se de si mesma, apesar de ter perdido seu irmão mais querido, e conseguiu elevar sua mãe acima do dilacerante sofrimento. Não dava lugar à sua mãe para entristecer-se por causa da ausência de seu irmão, mas ainda fazia melhor, lhe dava motivos para alegrar-se com a bondade que havia diante dos seus olhos.
Ainda conseguiu que esta fosse fiel observante da vida monástica. Macrina, que havia distanciado-se de todas as coisas mundanas e confortáveis que estava acostumada, convenceu a sua mãe a praticar o mesmo grau de humildade, e que convivesse com as outras virgens, como uma entre elas, que se sentasse à mesa comum, que dormisse no mesmo quarto, observando o mesmo modo de vida sem distinguir-se em nada, pois na vida destas consagradas se havia excluído toda diferença.
Na próxima semana continuamos, fiquem na paz!
Madre Rosa Maria de Lima, F.M.D.J
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