sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

C.F. 2011 - Fraternidade e a Vida no Planeta

"A criação geme em dores de parto." ( Rm 8,22)

"Deus organizou o cosmos do caos, e nós transformamos o cosmos em caos."

A lição da vida nos instrui sobre a necessidade do equilíbrio no uso e consumo das coisas, em nítida oposição ao consumismo desvairado do capitalismo, que prega a cultura do exagero, do excesso e do desperdício.

Os esbanjamentos nos danificam, em todos os sentidos, isso vale para toda a ação como comer, beber, dormir, divertir-se... Por sua vez o capitalismo visa somente o lucro, e este não conhece limite, quanto maior for o lucro mais aquece o sistema, que roda precisamente em torno dele.

O problema é que o homem julga a Terra infinita em recursos naturais e se posiciona, em relação a ela, como senhor. O ser humano nunca está satisfeito com o que tem e essas insatisfações levam às frequentes quedas, pois para satisfazer seus desejos insasiáveis, o ser humano vem, sistematicamente, destruindo os recursos humanos do Planeta, e este por sua vez, reage às terríveis ameaças à VIDA.

As catástrofes naturais, como as epidemias, fome, incêndios, inundações e terremotos, são cada vez mais frequentes e violentas. Os alertas são inúmeros e em várias partes do mundo. É a colheita. A humanidade está colhendo o que vem plantando. E o mais triste é perceber que as potências, os grandes responsáveis pelo desequilíbrio ecológico, orientam e dispõem os acontecimentos humanos, segundo seus perversos e diabólicos desígnios, e fazem da busca do prazer e do ter, o fim supremo da vida humana. Enquanto uma pequena parcela da população desfruta dos prazeres e conforto, visando o lucro - acima de tudo e de todos - sugando e destruindo a Terra, outros são obrigados a carregar o peso da tribulação que a ela atualmente vive.

Isso é o cúmulo da injustiça! O deleite mundano não é compartilhado, mas o sofrimento que ele vem causando sim. A abundância e a riqueza não chegam para todos, mas as catástrofes naturais sim. Atingem aos ricos e aos pobres, aos bons e aos maus. Essa desigualdade está custando caro para a humanidade. Nosso modo agressivo de nos relacionar com os outros e nossa ação perversa contra a natureza, estão destuindo a Terra, e consequentemente, a nós mesmos.

Esses comportamentos irracionais e agressivos são causa de muita dor e sofrimento profundo no coração das pessoas, em especial das vítimas inocentes dos desastres ecológicos e da desigualdade social.

A harmonia estabelecida na criação foi quebrada pelas escolhas e ações do homem, cabe a nós, restaurar esse equilíbrio. Portanto, nossa mudança de comportamento em relação aos outros e à natureza, é condição para que volte a haver equilíbrio na desordem que estamos imerso - enquanto ainda há tempo.

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