Hoje Maria Egípicia inicia a contar sua história à Zózimo...
"Minha terra natal, santo Pai, é o Egito. Ainda quando meus pais eram vivos e eu tinha doze anos, renunciei ao amor deles e fui para Alexandria. Estou envergonhada de relembrar como então, eu primeiro perdi minha virgindade e em seguida, incontida e insaciavelmente, entreguei-me à sensualidade. Falarei disso brevemente, de modo que apenas saibas da minha paixão e lascívia. Por cerca de dezessete anos, perdoe-me, vivi desse modo. Eu era como um fogo de depravação pública. E não era por amor ao ganho - aqui eu falo a pura verdade. Freqüentemente, quando eles desejavam pagar-me, eu recusava o dinheiro. Agia dessa maneira para fazer com que, tantos homens quantos fosse possível desejassem possuir-me, fazendo de graça o que me dava prazer. Não pense que eu fosse rica e essa fosse a razão pela qual eu não pegasse o dinheiro. Eu vivia de pedir e de tecer, mas tinha um desejo insaciável e uma paixão irreprimível por deitar-me na lama. Isto era vida para mim. Todo tipo de abuso da natureza eu considerava ser vida.
Assim eu vivia. Então, num verão eu vi uma grande multidão de líbios e egípcios correrem em direção ao mar. Perguntei a um deles, 'para onde estão indo todos esses homens?' Ele respondeu: 'eles estão indo a Jerusalém, para a Exaltação da Cruz Preciosa e Vivificante, que ocorrerá dentro de alguns dias. ' Eu disse a ele, 'tu me levas junto se eu desejar ir?' 'Ninguém te impedirá de ir se tens dinheiro para pagar a viagem e a comida. ' E eu lhe disse: 'para dizer a verdade, não tenho dinheiro, nem alimento. Mas irei com eles e estarei a bordo. E eles me alimentarão, queiram ou não. Eu tenho um corpo - eles o tomarão ao invés de pagar pela viagem. ' De repente enchi-me de desejo de ir, Pai, para ter mais amantes que pudessem satisfazer minha paixão. Eu disse a ti, Pai Zózimo, que não me forçasses a contar-te sobre minha desgraça. “Deus é minha testemunha, estou receosa de corromper-te e até ao ar, com minhas palavras.”
Zózimo, soluçando, replicou:
"Fala, pelo amor de Deus, Mãe, fala e não quebra o fio de tão edificante história."
E, continuando sua história, ela prosseguiu:
"Aquele jovem, ouvindo minhas palavras desavergonhadas, riu e foi-se embora. Enquanto que eu, jogando fora o tear, corri em direção ao mar na direção que todos pareciam seguir e vendo alguns rapazes de pé na praia, cerca de dez ou mais, cheios de vigor e prontidão em seus movimentos, decidi que eles serviam aos meus propósitos; (parecia que alguns esperavam por mais passageiros enquanto outros tinham ido à terra). Desavergonhadamente, como sempre, misturei-me à multidão, dizendo, 'levem-me consigo para onde estão indo; vocês não vão me achar supérflua.' Também acrescentei mais algumas palavras provocando o riso geral. Vendo minha prontidão para a falta de vergonha, eles prontamente colocaram-me a bordo na embarcação. Aqueles que eram esperados também vieram e finalmente partimos.
Como posso relatar o que aconteceu depois disso? Que língua pode contar, que ouvidos podem receber tudo o que aconteceu naquela embarcação durante aquela viagem! Dizer que eu freqüentemente forçava aqueles pobres moços, até contra sua própria vontade? Não há depravação alguma, mencionável ou não, que eu não lhes tenha ensinado. Estou surpresa, Pai, como o mar suportou nossa licenciosidade, como a terra não abriu suas mandíbulas, e como o inferno não me engoliu viva, enquanto eu prendia em minha teia tantas pessoas. Mas, acredito que Deus estava buscando meu arrependimento. Pois ele não deseja a morte do pecador, mas magnanimamente espera seu retorno a Ele. Finalmente chegamos a Jerusalém. Passei os dias antes do festival na cidade, vivendo o mesmo tipo de vida, talvez até pior. Eu não estava contente com os jovens que tinha seduzido em alto mar e que me ajudaram a chegar a Jerusalém; também seduzi a muitos outros, tanto da cidade quanto estrangeiros que lá estavam.
O dia sagrado da Exaltação da Cruz despontou, enquanto eu ainda estava à caça de jovens. Ao amanhecer, vi que todos corriam para a igreja então, corri com o resto deles. Quando a hora da sagrada elevação se aproximou eu estava tentando abrir caminho entre a multidão, que lutava para chegar às escadarias. Finalmente, com grande dificuldade, consegui ir me espremendo quase até às portas da igreja, de onde a Vivificante Árvore da Cruz estava sendo mostrada ao povo. Mas quando eu pisei no limiar da porta, por onde todos entraram, fui impedida por uma força que não me deixou entrar. Entretanto, completamente ignorada pela multidão me encontrei sozinha no pórtico da igreja. Pensando que isto tivesse acontecido devido à minha fraqueza de mulher, comecei novamente a abrir caminho com os cotovelos no meio da multidão. Mas era em vão meu esforço. Novamente meus pés pisaram no limiar aonde outros iam entrando na igreja, sem encontrar nenhum obstáculo. Eu somente parecia não ser aceita na igreja. Era como se um destacamento de soldados estivesse lá de pé, se opondo à minha entrada.
Mais uma vez fui excluída pela mesma força poderosa e novamente fiquei no limiar.
Havendo tentado por três ou quatro vezes, finalmente me senti esgotada e não tendo mais forças para empurrar e ser empurrada, fui para o lado e permaneci num canto do pórtico. E então, com grande dificuldade, começou a despontar algo em mim e comecei a perceber a razão pela qual eu estava sendo impedida de ver a Cruz Vivificante. A palavra da salvação gentilmente tocou os olhos do meu coração e revelou-me que era minha vida impura que fechava a entrada para mim. Comecei a chorar e lamentar e bater no meu peito e a suspirar das profundezas do meu coração. E assim permaneci chorando, quando vi acima, um ícone da Santíssima Mãe de Deus. E voltando para ela meus olhos do corpo e da alma eu disse:
'Ó Senhora, Mãe de Deus, que deste à luz na carne a Deus, a Palavra; eu sei, ó quão bem eu sei, que não há nenhuma honra ou louvor para vós quando alguém tão impura e depravada como eu, olha para teu ícone, ó sempre Virgem, que mantiveste vosso corpo e alma na pureza. Certamente inspiro desprezo e desgosto ante vossa pureza virginal. Mas já ouvi que Deus, que nasceu de vós, se tornou homem para chamar pecadores à conversão. Então, ajude-me, pois não tenho outro auxílio. Ordene que os portais da igreja se abram para mim. Permita-me ver a venerável Árvore na qual Ele que nasceu de vós, sofreu na carne e na qual Ele derramou seu Preciosíssimo Sangue pela redenção dos pecadores e para mim, indigna como sou. Seja minha testemunha fiel diante de Teu Filho que eu nunca mais corromperei meu corpo na impureza da fornicação, mas tão logo eu veja a Árvore da Cruz, renunciarei ao mundo e às suas tentações e irei onde quer que me conduzas. '
Assim falei e como se recobrasse nova esperança, com fé firme e sentindo alguma confiança na misericórdia da Mãe de Deus, deixei o lugar onde tinha ficado rezando. E fui novamente, misturada à multidão que fazia seu caminho dentro do templo. E ninguém parecia impedir-me, ninguém estorvou minha entrada na igreja. Fiquei possuída de tremor e estava quase à beira do delírio. Tendo chegado tão próximo das portas, o que eu não conseguira antes, como se a mesma força que me impedira agora abrisse caminho para mim, eu agora entrava sem dificuldade e me encontrei no lugar santo. E então vi a Cruz Vivificante. Vi também os Mistérios de Deus e como o Senhor aceita o arrependimento. Jogando-me ao chão, adorei aquela terra santa e tremendo, beijei-a. Então saí da igreja e fui àquela que prometeu ser minha segurança, ao lugar onde eu selei meu voto. E dobrando meus joelhos diante da Virgem Mãe de Deus dirigi a ela estas palavras:
'Ó Amável Senhora, vós mostrastes-me vosso grande amor por todos os homens. Glória a Deus, que aceita o arrependimento de pecadores através de vós. O que mais posso lembrar ou dizer, eu que sou tão pecadora? É hora para mim, ó Senhora, de cumprir meu voto, de acordo com o vosso testemunho. Agora, conduza-me pela mão pelo caminho do arrependimento!' E ao dizer estas palavras ouvi uma voz do alto:
'Se tu atravessares o Jordão irá encontrar glorioso repouso. '
Ouvindo esta voz e crendo que eram para mim, gritei para a Mãe de Deus:
Ó Senhora, Senhora, não me abandones!'
Com estas palavras deixei o pórtico da igreja e parti para minha jornada. Quando eu ia deixando a igreja um estranho olhou-me e deu-me três moedas, dizendo:
'Irmã, tome isto. '
Pegando o dinheiro, comprei três pães e levei-os comigo como um presente abençoado. Perguntei à pessoa que vendeu os pães: 'Qual é o caminho para o Jordão?' Fui direcionada para o portão da cidade que conduzia àquele caminho. Correndo atravessei os portões e ainda chorando iniciei minha jornada. Perguntei o caminho àqueles que encontrei e depois de caminhar pelo resto daquele dia, (penso que eram nove horas quando eu vi a Cruz), finalmente, ao por do sol, alcancei a igreja de São João Batista, que ficava na margem do Jordão. Depois de rezar no templo, desci o Jordão e lavei o rosto e as mãos nas águas santas. Participei dos santos e vivificantes Mistérios na Igreja do Precursor e comi a metade de um dos pães. Em seguida, após beber um pouco de água do Jordão, deitei-me e passei a noite no chão. Pela manhã encontrei um pequeno bote e cruzei para o lado oposto. Novamente, rezei a Nossa Senhora para conduzir-me onde desejasse.
Então, encontrei-me nesse deserto e desde então até o dia de hoje sou estranha a todos, mantendo-me longe das pessoas e delas fugindo. E vivo aqui, agarrando-me ao meu Deus que salva a todos que se voltam para Ele, os de coração fraco e nas tempestades."
Na próxima semana continuamos...
Fiquem na Paz!
"Minha terra natal, santo Pai, é o Egito. Ainda quando meus pais eram vivos e eu tinha doze anos, renunciei ao amor deles e fui para Alexandria. Estou envergonhada de relembrar como então, eu primeiro perdi minha virgindade e em seguida, incontida e insaciavelmente, entreguei-me à sensualidade. Falarei disso brevemente, de modo que apenas saibas da minha paixão e lascívia. Por cerca de dezessete anos, perdoe-me, vivi desse modo. Eu era como um fogo de depravação pública. E não era por amor ao ganho - aqui eu falo a pura verdade. Freqüentemente, quando eles desejavam pagar-me, eu recusava o dinheiro. Agia dessa maneira para fazer com que, tantos homens quantos fosse possível desejassem possuir-me, fazendo de graça o que me dava prazer. Não pense que eu fosse rica e essa fosse a razão pela qual eu não pegasse o dinheiro. Eu vivia de pedir e de tecer, mas tinha um desejo insaciável e uma paixão irreprimível por deitar-me na lama. Isto era vida para mim. Todo tipo de abuso da natureza eu considerava ser vida.
Assim eu vivia. Então, num verão eu vi uma grande multidão de líbios e egípcios correrem em direção ao mar. Perguntei a um deles, 'para onde estão indo todos esses homens?' Ele respondeu: 'eles estão indo a Jerusalém, para a Exaltação da Cruz Preciosa e Vivificante, que ocorrerá dentro de alguns dias. ' Eu disse a ele, 'tu me levas junto se eu desejar ir?' 'Ninguém te impedirá de ir se tens dinheiro para pagar a viagem e a comida. ' E eu lhe disse: 'para dizer a verdade, não tenho dinheiro, nem alimento. Mas irei com eles e estarei a bordo. E eles me alimentarão, queiram ou não. Eu tenho um corpo - eles o tomarão ao invés de pagar pela viagem. ' De repente enchi-me de desejo de ir, Pai, para ter mais amantes que pudessem satisfazer minha paixão. Eu disse a ti, Pai Zózimo, que não me forçasses a contar-te sobre minha desgraça. “Deus é minha testemunha, estou receosa de corromper-te e até ao ar, com minhas palavras.”
Zózimo, soluçando, replicou:
"Fala, pelo amor de Deus, Mãe, fala e não quebra o fio de tão edificante história."
E, continuando sua história, ela prosseguiu:
"Aquele jovem, ouvindo minhas palavras desavergonhadas, riu e foi-se embora. Enquanto que eu, jogando fora o tear, corri em direção ao mar na direção que todos pareciam seguir e vendo alguns rapazes de pé na praia, cerca de dez ou mais, cheios de vigor e prontidão em seus movimentos, decidi que eles serviam aos meus propósitos; (parecia que alguns esperavam por mais passageiros enquanto outros tinham ido à terra). Desavergonhadamente, como sempre, misturei-me à multidão, dizendo, 'levem-me consigo para onde estão indo; vocês não vão me achar supérflua.' Também acrescentei mais algumas palavras provocando o riso geral. Vendo minha prontidão para a falta de vergonha, eles prontamente colocaram-me a bordo na embarcação. Aqueles que eram esperados também vieram e finalmente partimos.
Como posso relatar o que aconteceu depois disso? Que língua pode contar, que ouvidos podem receber tudo o que aconteceu naquela embarcação durante aquela viagem! Dizer que eu freqüentemente forçava aqueles pobres moços, até contra sua própria vontade? Não há depravação alguma, mencionável ou não, que eu não lhes tenha ensinado. Estou surpresa, Pai, como o mar suportou nossa licenciosidade, como a terra não abriu suas mandíbulas, e como o inferno não me engoliu viva, enquanto eu prendia em minha teia tantas pessoas. Mas, acredito que Deus estava buscando meu arrependimento. Pois ele não deseja a morte do pecador, mas magnanimamente espera seu retorno a Ele. Finalmente chegamos a Jerusalém. Passei os dias antes do festival na cidade, vivendo o mesmo tipo de vida, talvez até pior. Eu não estava contente com os jovens que tinha seduzido em alto mar e que me ajudaram a chegar a Jerusalém; também seduzi a muitos outros, tanto da cidade quanto estrangeiros que lá estavam.
O dia sagrado da Exaltação da Cruz despontou, enquanto eu ainda estava à caça de jovens. Ao amanhecer, vi que todos corriam para a igreja então, corri com o resto deles. Quando a hora da sagrada elevação se aproximou eu estava tentando abrir caminho entre a multidão, que lutava para chegar às escadarias. Finalmente, com grande dificuldade, consegui ir me espremendo quase até às portas da igreja, de onde a Vivificante Árvore da Cruz estava sendo mostrada ao povo. Mas quando eu pisei no limiar da porta, por onde todos entraram, fui impedida por uma força que não me deixou entrar. Entretanto, completamente ignorada pela multidão me encontrei sozinha no pórtico da igreja. Pensando que isto tivesse acontecido devido à minha fraqueza de mulher, comecei novamente a abrir caminho com os cotovelos no meio da multidão. Mas era em vão meu esforço. Novamente meus pés pisaram no limiar aonde outros iam entrando na igreja, sem encontrar nenhum obstáculo. Eu somente parecia não ser aceita na igreja. Era como se um destacamento de soldados estivesse lá de pé, se opondo à minha entrada.
Mais uma vez fui excluída pela mesma força poderosa e novamente fiquei no limiar.
Havendo tentado por três ou quatro vezes, finalmente me senti esgotada e não tendo mais forças para empurrar e ser empurrada, fui para o lado e permaneci num canto do pórtico. E então, com grande dificuldade, começou a despontar algo em mim e comecei a perceber a razão pela qual eu estava sendo impedida de ver a Cruz Vivificante. A palavra da salvação gentilmente tocou os olhos do meu coração e revelou-me que era minha vida impura que fechava a entrada para mim. Comecei a chorar e lamentar e bater no meu peito e a suspirar das profundezas do meu coração. E assim permaneci chorando, quando vi acima, um ícone da Santíssima Mãe de Deus. E voltando para ela meus olhos do corpo e da alma eu disse:
'Ó Senhora, Mãe de Deus, que deste à luz na carne a Deus, a Palavra; eu sei, ó quão bem eu sei, que não há nenhuma honra ou louvor para vós quando alguém tão impura e depravada como eu, olha para teu ícone, ó sempre Virgem, que mantiveste vosso corpo e alma na pureza. Certamente inspiro desprezo e desgosto ante vossa pureza virginal. Mas já ouvi que Deus, que nasceu de vós, se tornou homem para chamar pecadores à conversão. Então, ajude-me, pois não tenho outro auxílio. Ordene que os portais da igreja se abram para mim. Permita-me ver a venerável Árvore na qual Ele que nasceu de vós, sofreu na carne e na qual Ele derramou seu Preciosíssimo Sangue pela redenção dos pecadores e para mim, indigna como sou. Seja minha testemunha fiel diante de Teu Filho que eu nunca mais corromperei meu corpo na impureza da fornicação, mas tão logo eu veja a Árvore da Cruz, renunciarei ao mundo e às suas tentações e irei onde quer que me conduzas. '
Assim falei e como se recobrasse nova esperança, com fé firme e sentindo alguma confiança na misericórdia da Mãe de Deus, deixei o lugar onde tinha ficado rezando. E fui novamente, misturada à multidão que fazia seu caminho dentro do templo. E ninguém parecia impedir-me, ninguém estorvou minha entrada na igreja. Fiquei possuída de tremor e estava quase à beira do delírio. Tendo chegado tão próximo das portas, o que eu não conseguira antes, como se a mesma força que me impedira agora abrisse caminho para mim, eu agora entrava sem dificuldade e me encontrei no lugar santo. E então vi a Cruz Vivificante. Vi também os Mistérios de Deus e como o Senhor aceita o arrependimento. Jogando-me ao chão, adorei aquela terra santa e tremendo, beijei-a. Então saí da igreja e fui àquela que prometeu ser minha segurança, ao lugar onde eu selei meu voto. E dobrando meus joelhos diante da Virgem Mãe de Deus dirigi a ela estas palavras:
'Ó Amável Senhora, vós mostrastes-me vosso grande amor por todos os homens. Glória a Deus, que aceita o arrependimento de pecadores através de vós. O que mais posso lembrar ou dizer, eu que sou tão pecadora? É hora para mim, ó Senhora, de cumprir meu voto, de acordo com o vosso testemunho. Agora, conduza-me pela mão pelo caminho do arrependimento!' E ao dizer estas palavras ouvi uma voz do alto:
'Se tu atravessares o Jordão irá encontrar glorioso repouso. '
Ouvindo esta voz e crendo que eram para mim, gritei para a Mãe de Deus:
Ó Senhora, Senhora, não me abandones!'
Com estas palavras deixei o pórtico da igreja e parti para minha jornada. Quando eu ia deixando a igreja um estranho olhou-me e deu-me três moedas, dizendo:
'Irmã, tome isto. '
Pegando o dinheiro, comprei três pães e levei-os comigo como um presente abençoado. Perguntei à pessoa que vendeu os pães: 'Qual é o caminho para o Jordão?' Fui direcionada para o portão da cidade que conduzia àquele caminho. Correndo atravessei os portões e ainda chorando iniciei minha jornada. Perguntei o caminho àqueles que encontrei e depois de caminhar pelo resto daquele dia, (penso que eram nove horas quando eu vi a Cruz), finalmente, ao por do sol, alcancei a igreja de São João Batista, que ficava na margem do Jordão. Depois de rezar no templo, desci o Jordão e lavei o rosto e as mãos nas águas santas. Participei dos santos e vivificantes Mistérios na Igreja do Precursor e comi a metade de um dos pães. Em seguida, após beber um pouco de água do Jordão, deitei-me e passei a noite no chão. Pela manhã encontrei um pequeno bote e cruzei para o lado oposto. Novamente, rezei a Nossa Senhora para conduzir-me onde desejasse.
Então, encontrei-me nesse deserto e desde então até o dia de hoje sou estranha a todos, mantendo-me longe das pessoas e delas fugindo. E vivo aqui, agarrando-me ao meu Deus que salva a todos que se voltam para Ele, os de coração fraco e nas tempestades."
Na próxima semana continuamos...
Fiquem na Paz!
Me. Rosa maria de Lima, F.M.D.J
Cara Madre Rosa,
ResponderExcluirObrigada por partilhar conosco a vida de santa Maria Egípcia!!! Que com ela possamos aprender a confiar tão profundamente na Mãe de Deus como nossa intercessora e assim possamos seguir nossa via de arrependimento, fugindo do mundo e buscando a Deus!!!