sábado, 30 de outubro de 2010

O Escarlate e o Negro - 1983



Durante a 2ª Guerra Mundial, em 1943, o comandante da SS na Itália, Gen. Max Helm, vai ao Vaticano informar que o exército alemão tem o total controle de Roma. Na ocasião, apresenta o Cel. Herbert Kappler, ao Papa Pio XII, como sendo o novo Chefe da Polícia romana.

Por outro lado, no Vaticano, o influente e corajoso religioso irlandês, Monsenhor Hugh O'Flaherty, devota todo o seu tempo e energia para esconder refugiados e aliados, construindo assim uma rede de centenas de pessoas que o ajudam em seus esforços. O número de fugitivos que batem à sua porta é ascendente. Para mantê-los, ele conta com a ajuda financeira de algumas representações diplomáticas na Itália, como as do Reino Unido e da Suíça, o que é feito de forma não oficial, a fim de evitar eventuais incidentes internacionais.

Quando o Gen. Helm comunica a Kappler que tem informações confiáveis de que inúmeros fugitivos de campos de concentração, na Itália, têm se dirigido à Roma, o Chefe da Gestapo inicia uma implacável caça aos mesmos e termina descobrindo que a grande maioria tem procurado o Vaticano, aproveitando-se do fato do mesmo ser um Estado neutro.

Através de informantes, o Cel. nazista chega ao nome do Monsenhor O'Flaherty, como sendo o responsável pela organização que acolhe os fugitivos. Seu desafio nº 1 passa a ser o de desbaratar tal organização. Numa audiência com Pio XII, ele consegue sua anuência para pintar uma faixa branca sobre o pavimento da Praça de São Pedro, de modo a deixar bem claro para seus soldados onde começa o território neutro do Vaticano.

As arbitrariedades de Kappler não têm limites. Ao rabino Leoni, por exemplo, ele promete não perseguir os judeus se lhe forem entregues 1 milhão de liras, em dinheiro, e mais 50 kg de ouro puro. Depois que a comunidade judia, com o auxílio de O'Flaherty, consegue angariar e entregar os valores exigidos, o coronel ordena um verdadeiro massacre do povo judeu, resultando em dezenas de mortos e centenas de prisioneiros que são enviados aos campos de concentração.

A organização de O'Flaherty também sofre algumas baixas, como a prisão, tortura e morte por fuzilamento do Padre Morosini e o envio para um campo de concentração do Padre Vittorio. Quando um dos refugiados é preso, uma caderneta que se achava com ele termina nas mãos de Kappler. Embora contenha informações codificadas, o oficial da Gestapo consegue decodificá-las e ter acesso a endereços usados para esconder refugiados. Inicia-se, assim, uma nova onda de prisões mas, avisado sobre o que está a ocorrer, O'Flaherty, com a ajuda de sua maior colaboradora, a Sra. Francesca Lombardo, viúva de um aristocrata, consegue salvar a grande maioria dos refugiados, de modo que, as novas investidas de Kappler são infrutíferas.

Irritado com a reação do religioso e pressionado por seus superiores, o Gen. Max Helm e Heinrich Himmler, em pessoa, Kappler se dispõe a acabar com O'Flaherty de qualquer forma, mesmo que para isso viole o território neutro do Vaticano para apanhar o religioso. Junto à linha branca da Praça de São Pedro, são mantidas, permanentemente, patrulhas para evitar que O'Flaherty circule livremente por Roma. Em prédios que dominam a Praça, são colocados atiradores de elite para um eventual atentado ao monsenhor. Apesar de todo esse aparato, Kappler é informado que o religioso continua circulando por Roma, ora disfarçado de gari, ora de carvoeiro, ora de motorista de ambulância, ora de carteiro, e até de freira.

Diante disso, Kappler envia dois homens de sua confiança, em trajes civis, ao interior da Basílica de São Pedro, com a missão de assassinar O'Flaherty. A missão fracassa quando os criminosos são descobertos.

No início de junho de 1944, às vésperas da retomada de Roma pelas tropas aliadas, com o exército alemão sofrendo pesadas baixas a cada dia, Kappler toma consciência que seus dias acham-se contados. Mais uma vez, envia dois emissários ao Vaticano a fim de, em seu nome, pedir ao religioso que o encontre à noite no Coliseu. O'Flaherty vai ao encontro, ocasião em que o nazista lhe implora que salve Minna, sua mulher, e suas duas filhas. O monsenhor dá-lhe as costas, dizendo-lhe que vai visitá-lo no inferno.

No dia seguinte, 4 de junho, o 5º Exército Americano entra vitorioso pela Porta de São João e pela Porta Maior. Os nazistas que não conseguiram fugir são capturados, entre eles o Cel. Herbert Kappler. Ao ser interrogado pelas autoridades aliadas, é-lhe perguntado qual organização clandestina foi responsável por fazer com que sua mulher e suas filhas conseguissem sair para a Suíça, onde se encontram sãs e salvas. Embora responda que não tem a resposta para a pergunta que lhe foi feita, no fundo sabe que sua família foi salva pelo Monsenhor Hugh O'Flaherty.

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